Um grupo hacktivista afirmou ter extraído praticamente todo o catálogo do Spotify por meio de scraping em larga escala. A ação foi divulgada no sábado (20) no blog Anna’s Archive, projeto que se define como a maior biblioteca aberta da história da humanidade e que agora mira a música como alvo de preservação. O Spotify confirmou a extração de dados.
Segundo o grupo, foram coletadas 256 milhões de peças de metadados — o equivalente a 99,9% das faixas disponíveis na plataforma. Além disso, cerca de 86 milhões de arquivos de áudio teriam sido baixados, representando aproximadamente 99,6% das reproduções do serviço, em um volume estimado de 300 TB de dados.
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“Há algum tempo, descobrimos uma maneira de extrair dados do Spotify em grande escala. Vimos, então, uma oportunidade para nós: construir um arquivo musical voltado principalmente para a preservação”, afirmou o coletivo. Para eles, a iniciativa busca evitar que músicas desapareçam caso deixem de estar disponíveis no streaming.
O grupo argumenta que, apesar de a música ser um tipo de mídia relativamente bem preservado, ainda existem lacunas importantes. Entre elas, o foco excessivo em artistas populares, a priorização de formatos de alta qualidade e grande volume — como FLAC — e a ausência de um repositório definitivo que concentre toda a música já publicada.
Se uma música está disponível exclusivamente em plataformas como o Spotify, ela corre o risco de se tornar “lost media” caso sejam removidas do catálogo ou se o serviço deixe de operar. Nesses casos, sem cópias alternativas, o conteúdo pode se perder de forma permanente.
Distribuição pirata
O Anna’s Archive afirmou que vai distribuir tanto os metadados quanto as músicas extraídas do Spotify. Os dados textuais já foram liberados, enquanto os arquivos de áudio devem ser disponibilizados gradualmente, seguindo a ordem de popularidade das faixas. No futuro, o grupo também planeja liberar mais metadados e artes de álbuns.
O TecMundo não encoraja o download de músicas por meios alternativos e faz um alerta: com a repercussão do suposto vazamento, criminosos podem se aproveitar do tema para disseminar arquivos maliciosos disfarçados de músicas.
Spotify investiga a extração de dados
Ao site Billboard, o Spotify confirmou o acesso não autorizado que resultou na extração de metadados públicos e o uso de táticas ilícitas para contornar o DRM (Digital Rights Management) para acessar os arquivos de músicas da plataforma.
“Uma investigação sobre acesso não autorizado identificou que terceiros coletaram metadados públicos e usaram táticas ilícitas para burlar o DRM e acessar alguns arquivos de áudio da plataforma”, comunicou a empresa.
O Spotify não divulgou quantos ou quais dados foram vazados.
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