Quando o Windows 12 será lançado? Executivo da Microsoft responde ao TecMundo
Perguntamos à Microsoft, durante a Build 2025, quando o próximo sistema será lançado; confira o que a marca respondeu sobre um possível Windows 12!
20/05/2025, às 14:51
Atualizado em 20/05/2025, às 16:56
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Durante a conferência Build 2025, a Microsoft deixou claro que o Windows tem se tornado um sistema operacional mais amigável para usuários finais e também para os desenvolvedores. Além disso, a plataforma vem integrando cada vez mais recursos baseados em inteligência artificial (IA). Mas a curiosidade do público é inegável: quando o Windows 12 será lançado?
A dúvida não é de todo modo errônea. O Windows 11 foi lançado em junho de 2021 e, de acordo com dados da Statcounter divulgados em março deste ano, representa 41,99% da base instalada de dispositivos. Em contrapartida, o Windows 10 ainda possui 54,36% dessa fatia — essa versão do sistema, a propósito, foi lançada em julho de 2015.
Essa diferença vem diminuindo, tendo em vista que a Microsoft deve iniciar o fim do suporte das versões do Windows 10 em 14 de outubro. Com isso, é esperado que a versão atual consiga um “gás extra” e possa avançar em participação de mercado.
Um Windows mais aberto e com IA em seu núcleo
Durante a Build deste ano, tive a oportunidade de entrevistar Pavan Davuluri, vice-presidente corporativo da divisão Windows + Dispositivos da Microsoft. A equipe do executivo lidera a estratégia, design e entrega dos produtos Windows em todas as frentes, além de lidar com dispositivos das linhas Surface e Xbox.
No início da nova conversa, mencionei que empresas como Google (Android) e Apple (iOS, iPadOS, macOS e outros) vêm alimentando seus sistemas com recursos de IA e pergunto como essa estratégia também se encaixa nos planos da Microsoft, tendo em vista a grande quantidade de usuários do Windows. Segundo o executivo, a companhia está comprometida “com essa jornada de evoluir o Windows para se tornar uma plataforma generativa, capaz de oferecer capacidades de IA aos clientes”.
“Vemos a IA como um elemento central para nós”, ele me disse, acrescentando que existem dois pilares principais no desenvolvimento geral do sistema:
1. Trabalhar com os parceiros do ecossistema Windows — em silício e fabricantes, de forma geral — para criar hardwares mais capazes para aproveitar melhor as GPUs, CPUs e também as NPUs: “a nível de hardware, na base do sistema operacional, estamos escrevendo novos kernels, novas capacidades”;
2. Evolução das experiências do Windows “para aproveitar essas capacidades de IA que estamos incorporando no produto”, “e isso especialmente nos dispositivos Copilot+, que têm essas capacidades adicionais na plataforma”.
Davuluri reforçou que a Microsoft vem “realmente pensando em como evoluir todo o Windows para tirar proveito das capacidades de IA em nível de experiência”, acrescentando que “o Windows é uma plataforma aberta”. “Queremos trazer essas capacidades de agentes e de IA como uma plataforma para que outros possam construir em cima disso”, disse. Durante a Build, a Microsoft integrou de forma nativa os MCPs ao Windows e trouxe mais foco sobre como os agentes poderão atuar no sistema operacional.
A Microsoft vem ampliando a oferta de recursos de IA no Windows. Depois de uma longa espera, por exemplo, o poderoso e controverso Recall já está disponível nos canais de testes e poderá chegar em breve ao público final.
Segundo Davuluri, essas capacidades estão sendo adicionadas “na base do Windows 11”, e o executivo reafirmou que “o mesmo vale para os modelos de IA no Windows: queremos permitir que você rode o seu modelo com a liberdade de usar o que quiser — com seus próprios LLMs — em cima do hardware existente, que será compatível com toda a base do Windows”, como modelos de linguagem otimizados para rodar nas NPUs.
Teremos um Windows 12 em breve?
Até então, a Microsoft ainda não deu nenhuma declaração sobre a possível existência do tão aguardado Windows 12. Pergunto se a proposta, daqui para frente, é fazer atualizações substanciais no Windows sem focar em um “novo número”, como foi do Windows 7 para o Windows 8, por exemplo. Eis a resposta:
“No momento, não temos planos para um ‘novo número’. Não há nada definido sobre lançar uma nova versão numerada”, afirmou Davuluri.
Surface: podemos esperar por um novo celular da Microsoft?
Davuluri também é um dos funcionários da Microsoft que fez parte da equipe inicial que criou a linha de dispositivos Surface. Desde 2021, quando anunciou o Surface Duo 2, a empresa não fez mais apostas diretas no mercado de smartphones. Aproveitei a oportunidade para perguntar: a Microsoft pretende lançar um novo smartphone em breve?
“Como você sabe, a Microsoft como empresa já pensou sobre o mercado móvel de várias formas diferentes ao longo do tempo. E, em determinados momentos, a equipe do Surface trabalhou no Surface Duo e no Duo 2. Tínhamos uma ideia real sobre como os dispositivos poderiam ser mais produtivos considerando formatos e fundamentos de design”, ele me disse.
Seguindo a mesma linha, ele me contou que. depois desses produtos, "veio a revolução da IA" e que a Microsoft está focada no "formato atual" dos dispositivos Surface e em como aproveitar melhor os formatos que já existem — como o Surface Pro, por exemplo, que é um misto entre tablet e laptop. Ou seja: nada de smartphone novo da Microsoft por enquanto, pelo visto.
Ainda assim, Davuluri é uma das pessoas que iniciou a trajetória do Surface. Perguntei como foi, em 2012, quando a equipe se reuniu para criar esse "PC da Microsoft".
“Quando criamos o Surface, uma das teses principais era: como poderíamos unir hardware e software dentro da Microsoft de maneiras que a indústria ainda nem tinha imaginado? Isso nos dava um certo grau de liberdade criativa, especialmente num mundo em que acreditávamos que a interface humana com a tecnologia estava prestes a evoluir drasticamente”, me contou Davuluri.
Ele diz que, mais de uma década depois, todo o conjunto evoluiu junto. A linha Surface foi atualizada recentemente com novos modelos mais acessíveis, trazendo chipsets Qualcomm Snapdragon X Plus. Para o executivo, a equipe segue “com bastante liberdade para criar a melhor experiência Microsoft possível unindo o silício, o hardware e o software”.
*O jornalista viajou para cobrir a Microsoft Build 2025 em Seattle, nos EUA, a convite da Microsoft.