Testamos o Motion Sphere, a experiência definitiva em simuladores

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Se você viu nossa matéria sobre a diferença entre simuladores e games, citando principalmente o automobilismo virtual, deve ter percebido que existe uma coisa que simuladores voltados para o público geral carecem de um importante elemento: as reações físicas com base no que se passa na tela.

Seja acelerando (ou freando) um carro ou fazendo manobras em um avião, a ausência da força gravitacional é um dos únicos elementos que não permitem que a experiência virtual seja totalmente imersiva.

Para os simuladores automobilísticos, existem algumas alternativas, como os cockpits hidráulicos/pneumáticos. Um grupo de brasileiros, no entanto, resolveu ir ainda mais longe e lançou o Motion Sphere: uma imensa esfera que incorpora o conceito 6 DOF – 6 Degress of Freedom, ou seis graus de liberdade.

6 degrees of Freedom

Isso permite que ela gire em três eixos diferentes e use a própria gravidade para simular efeitos físicos em todas as direções possíveis.

Um TCC que virou uma alternativa de entretenimento

Beto Facci, diretor da empresa que produz o Motion Sphere, explica que a ideia de criar a estrutura surgiu de um trabalho de conclusão de curso de um de seus sócios –  que, além de tudo, é apaixonado por simuladores, mas sentia falta de algo mais grandioso.

Com o projeto em mãos, o grupo não teve problemas em angariar investimentos para fazer com que o Motion Sphere saísse do papel. Foi aí que começou a construção das imensas esferas – elas chegam a pesar até duas toneladas – que simulam o interior de um carro de verdade: foram adquiridas todas as peças internas de um Camaro SS.

A pessoa realmente se sente dentro de um "cockpit", em um banco com cinto de quatro pontas para mantê-la no lugar durante toda a experiência, que é completada por uma imagem projetada em uma tela curva de 140 polegadas, um potente sistema de som de 5.1 canais e um conjunto de volante, pedais e câmbio da Fanatec.

A ciência por trás de tudo

A opção dos simuladores de corrida foi a mais prática, mas o Motion Sphere não está restrito a eles.

Qualquer jogo ou software que disponha de um algoritmo de movimentação pode ser utilizado. Esses algoritmos de posicionamento são interpretados pelo software que controla os movimentos de inclinação da esfera, que são atualizados a cada cinco milissegundos e podem simular forças de até 1,5 g.

Atualmente, o Motion Sphere usa o game Stock Car Extreme para sua experiência, mas, segundo Facci, é possível adaptar a estrutura caso seja a vontade dos clientes.

Isso significa que, além de carros, a esfera pode ser usada também para experiência com aeronaves, motos ou qualquer outra coisa que envolva acelerações, desacelerações e demais movimentos.

A experiência definitiva, inclusive no esforço

Logo de cara você já sente que o Motion Sphere eleva substancialmente o significado de simulador para entretenimento: a movimentação da esfera é algo que, por si só, já chama a atenção de quem está do lado de fora.

Do lado de dentro, é diversão pura: quando a coisa toda começa, você esquece que está dentro de uma estrutura que gira para todas as direções possíveis – a imensa tela na sua frente passa a sensação de que você realmente está acelerando, freando e se deslocando dentro de um carro.

O impacto de sentir diretamente as ações da gravidade sobre o corpo durante a pilotagem influencia bastante a forma como a ação é encarada: como um mecanismo automático, você passa a ser menos agressivo, pois sabe que deverá lidar com pressões e forças que vão exigir um certo esforço físico e mental para manter o foco e o carro na pista.

Para fins de exibição, o giro é limitado, mas é possível ter uma experiência com 360 graus livres.

Para todos os gostos – mas para poucos bolsos

Além de precisar dispor de uma estrutura que aguente o peso e comporte o tamanho do Motion Sphere, se você deseja ter um em casa, prepare o bolso. Beto Facci diz que o custo de produção de cada esfera gira em torno de R$ 150 mil, podendo variar de acordo com o que o cliente deseja.

O negócio da empresa, no entanto, não é focado na venda, mas sim no aluguel das estruturas para eventos. Os simuladores já passaram pelo Salão do Automóvel em São Paulo e recentemente estiveram na Campus Party 2015, em Recife.

No entanto, caso você queira experimentar o Motion Sphere, mas não possa comprar um, não se preocupe: duas unidades estão em exposição no Shopping Palladium, em Curitiba, e podem ser visitadas todos os dias enquanto o lugar estiver aberto.

O custo é de 20 reais durante a semana e 30 reais nos fins de semana para cinco minutos de experiência – obrigatória para os fãs de velocidade – no volante de um carro de Stock Car virtual.

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