Quase um Minority Report: PredPol torna a previsão de crimes mais eficiente

Talvez o mundo de Minority Report não seja o melhor lugar para se viver, já que há a chance remota de você ser preso deliberadamente por um suposto crime que seria cometido no futuro – conforme previsto por pessoas com poderes especiais. Ainda assim, a ideia de poder antecipar os crimes para evitá-los é bem interessante e útil para a sociedade. Para dar uma força às autoridades, a equipe da PredPol desenvolveu um software de policiamento preventivo que calcula as chances de algum delito ocorrer em determinada região e período do dia.

Para criar tal ferramenta, os desenvolvedores da empresa se basearam no modelo de previsão de terremotos, percebendo que crimes e abalos sísmicos seguiam padrões assustadoramente parecidos – com uma ocorrência se refletindo em mudanças de previsão no entorno. De posse desses dados antecipados, a polícia pode reforçar o patrulhamento de alguma área específica em determinado horário. Uma briga de gangues à noite pode dizer que há chances de retaliação em algumas horas, por exemplo, e os policiais estariam prontos para lidar com isso.

O software foi programado de modo a não cair em erros comuns, como relacionar os crimes a parcelas específicas da população, grupos culturais e outros tipos de generalizações perigosas. Para isso, o PredPol utiliza um algoritmo próprio de comportamento para analisar três pontos específicos: tipo, lugar e horário de casos ocorridos anteriormente. A ideia parece boa demais para ser verdade, mas, segundo a Forbes, diversas cidades norte-americanas que adotaram a solução tem visto as taxas criminais serem reduzidas consideravelmente.

De qualquer modo, especialistas na área de segurança e outros estudiosos afirmar que é muito cedo para decretar que o PredPol é uma resposta adequada aos problemas do policiamento preventivo. Ainda é cedo para dizer se o produto foi o responsável por causar a redução dos crimes ou se os suspeitos só resolveram trocar de área, dizem alguns deles. Outros admitem a utilidade do software, mas acreditam que ele pode tornar as autoridades menos dispostas a resolver o aspecto social que causa os crimes, se focando apenas no reforço do policiamento.