Expresso: o email seguro governo terá "backdoor" para auditar conteúdos

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Ao contrário do que se esperava, o Expresso, o sistema de email que o governo federal resolveu criar para se proteger de agências de espionagem estrangeiras, terá um sistema de criptografia em que será possível utilizar uma “porta dos fundos” ou “backdoor” para acessar qualquer mensagem enviada e recebida. Isso foi explicado por Marcos Melo, coordenador do Serviço de Processamento de Dados do governo (Serpro). Ele comentou que o mecanismo se faz necessário por questões legais, que exigiriam a auditabilidade dessas mensagens em alguns casos.

Melo explicou o funcionamento do sistema de criptografia no 12° Fórum de Certificação Digital que aconteceu na última quarta-feira (28). Paulo Roque, da Associação Brasileira de Empresas de Software, foi quem questionou a segurança desse sistema, que, de acordo com ele, poderia ser explorado por agências com grandes recursos de espionagem, como a NSA.

Multiplas autorizações

Em vista disso, Melo comentou então que, apesar de haver uma porta dos fundos para garantir a auditabilidade do conteúdo, acessar esse meio não seria tão simples. Para tal, seria necessária a autorização de várias pessoas em um ambiente seguro, onde cada uma delas deveria inserir suas credenciais, inclusive o destinatário ou remetente da mensagem.

Fora isso, para essa porta dos fundos ser acessada no Expresso, seria necessário o computador possuir um módulo de segurança em hardware para garantir que isso não fosse feito em qualquer lugar. Melo não comentou sobre o funcionamento desse módulo, entretanto.

O Expresso é um serviço de emails que o governo federal decidiu desenvolver em um projeto aberto e colaborativo para evitar que documentos e mensagens sigilosas fossem interceptadas por agências de espionagem internacionais. O responsável por esse desenvolvimento é os Correios, e países como o Uruguai já anunciaram que também utilizarão o serviço brasileiro quando for definitivamente lançado. Não há, entretanto, uma data para o governo começar a utilizar o Expresso, que ainda está em desenvolvimento.

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