CNH Digital falsa: documento ilegal traz riscos e pode levar à prisão; veja!

3 min de leitura
Imagem de: CNH Digital falsa: documento ilegal traz riscos e pode levar à prisão; veja!
Imagem: RafaPress/Getty Images

Grupos e usuários em redes sociais estão negociando livremente versões falsas da CNH Digital. As versões falsificadas do documento de identificação são vendidas por preços a partir de R$ 50.

Em uma busca rápida, é possível encontrar no Facebook grupos como o “Identidade Falsa e Editáveis”. No ambiente virtual, pessoas oferecem seus serviços de confecção não somente de CNH, mas diversos outros documentos.

Em uma publicação, uma usuária vende RG antigos e novos, comprovantes de renda, comprovantes de endereços, títulos de eleitor, atestados médicos, notas fiscais e até históricos escolares falsificados.

FacebookÉ possível encontrar com facilidade anúncios da CNH Digital falsa em redes sociais como o Facebook (Imagem: Reprodução/Facebook)

No caso da CNH Digital falsa, os anunciantes prometem que ela serve para hospedagens, passagens, baladas, retirada de chip, entrada em shows e para trabalhar em apps de transporte, por exemplo.

Como os golpistas falsificam a CNH Digital?

A CNH Digital foi liberada no país no começo de 2018. Desde então, os condutores que já têm o documento em papel podem acessar também uma versão via aplicativo.

De acordo com o governo, a CNH Digital é “uma forma segura de ter seus documentos sempre à mão, com a mesma validade dos documentos impressos. Outra vantagem é poder compartilhar o documento digital do veículo com as outras pessoas que o utilizam”.

E se a carteira de motorista digital funciona a partir de um aplicativo oficial, como os golpistas conseguem falsificar? Um caso descoberto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) acendeu o alerta para o crime.

CNH DigitalO app falso da CNH Digital tem até QR Code, mas o código encaminha para um site aleatório (Imagem: Reprodução/Jornal Nacional)

Em 4 de janeiro deste ano, um motorista foi detido em Barra do Ribeiro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, após quase causar um acidente com o carro da PRF. Na abordagem, o homem de 43 apresentou a versão digital da CNH.

Parecia tudo perfeito pelo app, até os policiais realizarem a consulta e verificarem que a CNH original do indivíduo estava suspensa há 18 anos.

Um vídeo gravado pelos policiais mostra que o aplicativo falso simula o verdadeiro e mostra todas as informações da pessoa, como se fosse o software verdadeiro. No "pacote", os golpistas chegam a oferecer ainda uma versão em PDF da CNH.

Riscos e punição para quem usa CNH Digital falsa

O Código Penal prevê penas duras para tanto para quem falsifica quanto para quem compra documentos falsificados. A falsificação de documentos particulares é um crime com pena de reclusão de dois a seis anos e multa.

Além disso, quem utiliza versões não originais de qualquer aplicação digital corre vários riscos. Por não saber a procedência do aplicativo, o software pode contar com agentes maliciosos como malwares.

CNHUtilizar documentos falsos pode levar para a prisão (Imagem: Getty Images)

O sistema pode apresentar softwares espiões (spyware), adwares, Worms, cavalos de tróia, botnets e outros. Com isso, a pessoa pode colocar em risco seus dados bancários, informações e arquivos pessoais, contas em redes sociais, email etc.

Outro lado

O TecMundo entrou em contato com a Meta (empresa dona do Facebook) para verificar se os anúncios dos documentos falsos seguem as regras da rede social. Por nota, a companhia salientou que os Padrões da Comunidade do Facebook "não permitem que nossos serviços sejam usados para promover atividades criminosas e estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas".

"Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook e os Padrões de Publicidade da Meta através do próprio aplicativo", diz o restante do comunicado da companhia.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.