Apps para bloquear pornografia espionavam fiéis de igrejas

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Imagem: Pexels/Cottonbro/Reprodução

Os aplicativos Covenant Eyes e Accountable2You foram retirados da Play Store pelo Google por descumprirem a política do Android. Os dois apps prometem que os conteúdos do smartphone sejam monitorados para evitar acesso à pornografia.

As plataformas, no entanto, vinham sendo usadas para que líderes de igrejas evangélicas nos Estados Unidos fizessem espionagem digital  para controlar o comportamento online dos fiéis, inclusive site de compras e acesso a redes sociais privadas, conforme reportagem da Wired. Tudo isso só possível devido ao Accessibily API no Android.

O veículo de comunicação contatou o Google sobre o Covenant Eyes e Accountable2You e os dois foram suspensos da Play Store. A Apple também foi procurada, mas os apps continuam disponíveis no iOS.

Igrejas e apps antipornografia

App fiscaliza até compras e redes sociais de fiéis. (Fonte: Pexels/Cotonbro/Reprodução)App fiscaliza até compras e redes sociais de fiéis. (Fonte: Pexels/Cotonbro/Reprodução)Fonte:  Pexels/Cotonbro/Reprodução 

Em 2012, a igreja batista Gracepoint tinha 450 membros sendo monitorados pelo Covenant Eyes. Ano passado, o app teve mais de 50 mil downloads na Play Store. O faturamento anual da companhia é de US$ 26 milhões, estima a Rocketreach.

A reportagem da Wired mostra que os fiéis podem ser coagidos a baixar o app e compartilhar seus dados com os líderes da igreja. A Covenant Eyes tem um diretor de igreja dedicado a vender a plataforma para organizações religiosas.

Em sua página, os shamewares anunciam uma política zero contra a pornografia, afirmando que o consumo do conteúdo faz mal à saúde. No entanto, os especialistas em saúde sexual discordam e afirmam que essas plataformas podem causar problemas psicológicos.

“Essas pessoas acabam sentindo que estão fazendo algo errado, quando na realidade não estão”, afirmou Nicole Praus, estudioso dos efeitos da pornografia no cérebro e das fake news sobre saúde sexual.

Fontes

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