Governo Trump pediu à Microsoft para espionar outros países

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Faça o que eu digo, mas não o que eu fiz – esse poderia ter sido o título do capítulo em que o presidente da Microsoft, Brad Smith, narra, em seu novo livro, a bizarra pergunta feita por um consultor do presidente americano Donald Trump: "Como uma empresa americana, por que você não ajuda o governo dos EUA a espionar pessoas de outros países?"

Em "Tools and Weapons: The Promise and the Peril of the Digital Age" (Ferramentas e Armas – Promessas e Perigos da Era Digital), o executivo conta que, para ele, a pergunta do conselheiro do presidente americano, carregada de ironia por conta das alegações de espionagem contra a chinesa Huawei, evidenciou a complexa rede de desafios éticos, legais e políticos que empresas e governos enfrentam em um mundo cada vez mais global e interconectado da tecnologia.

Como resposta, “lembrei [ao consultor] que o Trump Hotels havia acabado de inaugurar uma unidade no Oriente Médio e outra na Avenida Pennsylvania. ‘Esses hotéis vão espionar estrangeiros que se hospedam lá? Não creio que seja bom para os negócios da família.’ Ele concordou."

Brad Smith, durnte o Podcast GeekWire em que revelou detalhes de seu novo livro, Tools and Weapon. (Fonte: GeekWire Photo/Todd Bishop)

Como os governos podem regular uma tecnologia que é maior que eles mesmos?

Em entrevista ao Podcast GeekWire, Smith revelou que o governo de Barack Obama também fez à Microsoft pedido semelhante – os possíveis espionados eram grandes clientes da Microsoft. "Como os governos podem regular uma tecnologia que é maior que eles mesmos?" Segundo ele, líderes da indústria e do governo precisam adotar normas internacionais em áreas como inteligência artificial, guerra cibernética, espionagem orientada por tecnologia e dados pessoais.

“Muitas das questões tecnológicas atuais envolvem privacidade, liberdade de expressão e direitos humanos que carecem de apoio global. Se os governos puderem adotar regras limitadas, aprender com a experiência e, posteriormente, usar isso para criar mais disposições regulatórias à medida que as empresas adicionam novos recursos aos produtos, isso faria as leis avançarem rapidamente”, escreve ele.

Sobre essa interação por baixo dos panos entre empresas de tecnologia e governos, Smith lembra a batalha da Microsoft com hackers russos que tentaram atrapalhar as eleições nos EUA. Apesar de mostrar orgulho das inovações técnicas e jurídicas que a equipe da empresa desenvolveu, ele também reconhece que “logo ficou claro que os russos estavam inovando tão rapidamente quanto nós".

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