O FBI está errado? Kaspersky vai abrir código de antivírus para review

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Faz alguns meses que o FBI começou a coagir empresas norte-americanas contra os produtos da Kaspersky. De acordo com agência dos EUA, a russa Kaspersky poderia espionar computadores — além de roubar arquivos — com os próprios produtos. O alerta do FBI surtiu efeito: a Best Buy parou de vender os softwares da Kaspersky, e a empresa da Rússia se viu enquadrada em uma nova guerra fria.

Quando o TecMundo conversou com Eugene Kaspersky, CEO da empresa de soluções antivírus, o executivo disse que "estar no meio desse conflito como uma companhia não é algo prazeroso, não é confortável. E todas essas notícias falsas e mensagens falsas que eles usam, eu me sinto como um boneco no jogo político".

Além da possível análise nos produtos, a Kaspersky vai permitir o review em futuras atualizações

Como contramedida, a Kaspersky anunciou hoje (23) que vai abrir o código de seu software para pesquisadores independentes analisarem todo o conteúdo. Isso significa que, se houver qualquer linha maliciosa ou espiã no software, pesquisadores independentes poderão descobrir e tornar pública a informação.

Além da possível análise nos produtos, a Kaspersky vai permitir o review em futuras atualizações. Enquanto o "mojo" da empresa, uma das principais do mercado, poderá ser escrutinado por pesquisadores, a liberação de análises sobre o código é praticamente um xeque-mate ao FBI: a agência de investigação norte-americana não terá mais como provar a alegação anterior, caso nada seja encontrado no software.

A Kaspersky está presente em mais de 400 milhões de computadores no mundo e vai permitir a análise a partir do começo do ano que vem. "A segurança cibernética não tem fronteiras, mas as tentativas de introduzir fronteiras nacionais no ciberespaço são contraproducentes e devem ser interrompidas. Precisamos restabelecer a confiança nas relações entre empresas, governos e cidadãos. É por isso que estamos lançando essa Iniciativa de Transparência Global: queremos mostrar como somos completamente abertos e transparentes", comentou a Kaspersky. "Não temos nada a esconder. Com essas ações, seremos capazes de superar a desconfiança e reafirmar nosso comprometimento em proteger as pessoas em qualquer país de nosso planeta".

Eles não têm qualquer prova, todas essas notícias são falsas. É uma guerra fria política e talvez não esteja tão fria neste momento

Bem, e sobre o FBI, Eugene já tinha comentado o seguinte ao TecMundo: "Nós cooperamos com departamentos policiais, investigadores e a cibersegurança nacional em várias nações, até no Brasil. Nós tratamos o governo russo da mesma maneira que tratamos o brasileiro. Nós compartilhamos dados específicos sobre o cibercrime, essa é a única maneira que cooperamos, seja com a Rússia, com o Brasil ou com os nossos clientes.

Eles nos culpam dizendo que espionamos nossos clientes. Isso não é verdade. Na verdade, eles que fazem isso há muitos anos. A mídia norte-americana faz isso há muitos anos. Eles não têm provas, qualquer prova, qualquer nome [de que a Kaspersky espiona usuários]. Eles dizem que isso é 'informação confidencial'. Vamos lá... Os EUA têm uma política de democracia e possuem 'informações confidenciais'? Eles não têm qualquer prova, todas essas notícias são falsas. É uma guerra fria política e talvez não esteja tão fria neste momento".

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