Review: placa de vídeo Sapphire Radeon R9 Nano [vídeo]

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No ano passado, a AMD lançou uma placa de vídeo pensando nos jogadores mais exigentes, que buscam um produto robusto e com tecnologias mais modernas.

Batizada como Fury X, esta peça nos impressionou em vários testes e chegou ao mercado atraindo holofotes, fazendo frente para a GTX 980 Ti ao entregar performance absurda com uma solução de refrigeração eficiente.

Acontece que, desde o anúncio desta placa, a AMD havia prometido lançar uma versão ainda menor e mais econômica, sem deixar a questão do desempenho de lado. O nome do produto? Radeon R9 Nano. O tamanho pode deixar você meio duvidoso, mas não se deixe enganar, pois esta plaquinha derivada da Fury X é um verdadeiro monstro!

Novamente, a AMD mostra seu comprometimento com os gamers e traz inovações ao setor com a chegada de uma placa compacta que se mostra apta até mesmo para encarar a jogatina na resolução Ultra HD. A R9 Nano promete ser uma aposta sólida em termos de desempenho, temperatura e muito mais em questão de eficiência energética.

Assim como a Fury X, este modelo menor se destaca frente à concorrência com o padrão de memória HBM e um chip gráfico pronto para uma nova era. É um componente com uma arquitetura já conhecida, a qual já sabemos que entrega bons resultados com as atuais APIs.

Com tamanho reduzido e sistema de refrigeração com air cooler, a Nano também foca em melhorias como a tecnologia FreeSync, a possibilidade de experimentar resoluções elevadas com o novo recursos Virtual Super Resolution, bem como a capacidade de rodar jogos com aparelhos de realidade virtual. Vamos conferir de perto os detalhes e testes.

Especificações

Projeto de design inteligente

Assim como aconteceu com a Fury X, a AMD fez questão de manter todas as placas da linha Nano com visuais muito similares. Essa decisão é muito interessante, tanto para manter a identidade do produto, com um design muito bonito, quanto para garantir a eficiência na questão da refrigeração.

Levando em conta as dimensões absurdas das demais placas que apresentam performance similar, a redução no tamanho do produto (da Fury X, que já era bem compacta) é de cair o queixo. Obviamente, o grande objetivo desta placa não é focar no mercado de desktops microATX, mas ser oferecida como uma opção para sistemas mini-ITX, e ela é perfeita nesse sentido!

O modelo que nós testamos é vendido pela Sapphire, mas o projeto original é da AMD, sendo que os demais produtos disponíveis no mercado são muito parecidos na questão do formato, algo que foi exigido pela dona dos chips Radeon. Essa redução nas dimensões só foi possível graças a dois fatores: reestruturação interna e sistema de refrigeração.

O dissipador com air cooler de tamanho avantajado recobre todo o componente e deixa o visual muito bonito. Na ventoinha, temos apenas o logotipo da Sapphire, identificando a montadora do produto. Próximo ao cooler, vemos o nome da Radeon, que fica bem em destaque. O mesmo logotipo é inserido na lateral da placa, que fica bem visível em PCs com janela de acrílico.

Diferente da Radeon R9 Fury X, que tinha uma carcaça recobrindo todas as peças, a R9 Nano não tem backplate, o que significa que o usuário pode ver alguns componentes. Outra mudança sutil aqui é no sistema de energia, que teve o conector realocado para a ponta da placa. No geral, um ótimo trabalho de design, que garante tamanho compacto e robustez.

A arquitetura Fiji

Um dos grandes diferenciais que faz a R9 Nano ser tão revolucionária é o redesenho do chip principal. O chip aqui é idêntico ao da Fury X, então temos a unidade principal de processamento reunida num mesmo componente junto à memória RAM e à matriz lógica.

O substrato contém o interposer, elemento que conecta todos os componentes e acelera a comunicação entre a memória RAM e o processador. O gráfico abaixo pode facilitar o entendimento sobre o componente principal da R9 Nano:

O processador da Nano é fabricado com litografia de 28 nanômetros e trabalha com tecnologias exclusivas, como a AMD PowerTune, a Frame Rate Targeting Control, a AMD Eyefinity e a Virtual Super Resolution.

Considerando que o processador da R9 Nano é o mesmo da Fury X, você pode estar pensando que nenhuma configuração muda entre as duas placas. Contudo, a AMD reduziu o clock do chip gráfico, bem como efetuou ajustes para que a placa não superaqueça. Outras mudanças são perceptíveis no poder computacional e no preenchimento de pixels e texturas.

HBM: memória de altíssimo desempenho

Projetada para rodar games na resolução 4K, a R9 Nano consegue resultados impressionantes com a nova tecnologia de memórias HBM e pode competir com as concorrentes que têm até maior quantidade de memória. Trata-se de um padrão completamente diferente do GDDR5, que está presente nas placas da linha R9 300 e também da NVIDIA.

Este novo padrão de memória empilha os módulos na vertical, como se os chips de memória fossem andares em um prédio. Graças a essa estrutura diferenciada, a memória HBM usa menos espaço físico, o que consequentemente reduz o tamanho do chip principal e o espaço utilizado na placa principal.

Em questão de funcionamento, toda a operação destes módulos é bem diferente do que estamos habituados no GDDR5. A interface de cada pilha de memória salta dos tradicionais 32 bits do GDDR5 para 1024 bits no HBM. Na prática, isso significa que temos uma grande diferença na largura de banda, que chega a mais de 100 GB/s em cada pilha.

Outra grande vantagem é o sistema de funcionamento da memória HBM, que aproveita a energia da melhor forma possível e evita desperdícios. A memória HBM trabalha com tensão de apenas 1,2 volt, enquanto a GDDR5 exige 1,5 volt. Ela reduz consideravelmente o consumo de energia e ainda oferece mais performance do que o antigo GDDR5. Essa é uma exclusividade da AMD que pode ser um grande diferencial.

Energia e refrigeração

Uma das grandes promessas da AMD para esta placa é a redução no consumo de energia e, de fato, ela consegue incríveis resultados, se levarmos em conta a alta capacidade de processamento. A alimentação é feita através de um único conector de oito pinos e, de acordo com a AMD, o TDP é de 175 watts.

Segundo a informação oficial da AMD, na hora de rodar os jogos, o consumo de energia da placa pode até ficar bem abaixo desse valor, uma vez que ela nem sempre roda com o clock máximo da GPU. Em nossas verificações de consumo, nas quais coletamos dados sobre o consumo total da máquina, a placa se mostrou mais econômica do que a GTX 980 Ti e a Titan X na hora dos jogos.

Apesar de contar com um modesto air cooler, a R9 Nano roda com temperaturas próximas dos 70 graus na hora dos games. É uma das melhores soluções em questões de temperatura para placas do segmento, uma vez que ela consegue manter o chip bem refrigerado. Em modo ocioso, ela também se sai muito bem.

Overclocking

Falando em potencial exagerado, não podemos deixar de comentar sobre a possibilidade de realizar overclocking com facilidade na R9 Nano. O AMD Crimson conta com uma opção facilitada para tal configuração, sendo possível regular tanto o clock do chip gráfico quanto o power limit. A memória HBM não pode ter sua frequência alterada.

Bom, nossa experiência de overclocking com a Sapphire Radeon R9 Nano não foi tão positiva. Nós conseguimos fazer a placa funcionar perfeitamente com a frequência rodando 5% acima do padrão, mas observamos alguns artefatos na hora do processamento de gráficos tridimensionais. A temperatura não teve grande diferença neste cenário.

Entretanto, quando tentamos trabalhar com uma margem de 10% de overclocking, a placa simplesmente não executou os jogos. A ideia era justamente alterar este parâmetro para conseguir equipará-la com as placas de vídeo GTX 980 Ti que já vêm com alterações de fábrica. Infelizmente, assim como aconteceu com a Fury X, não tivemos sucesso em nenhum sistema.

Vale salientar ainda que tentamos procedimentos idênticos usando o MSI Afterburner, mas a placa não se comportou bem e apresentou os mesmos problemas. Isso apenas mostra que a placa já está em sua melhor forma e não pode ser levada muito além do modo padrão.

AMD FreeSync

Há algum tempo a AMD apresentou o FreeSync, um sistema de sincronização vertical que permite que a placa de vídeo controle a taxa de atualização do monitor, conseguindo, com isso, aumentar a fluidez das imagens.

Ao contrário do G-Sync, da NVIDIA, esse sistema não exige um hardware proprietário incluído no monitor para funcionar, pois o FreeSync aproveita as especificações do padrão DisplayPort para fazer isso. Contudo, você precisa ter um monitor capaz de oferecer essa tecnologia para poder ativá-la em sua placa de vídeo.

Considerando o potencial da Sapphire R9 Nano, ela é certamente uma das placas mais indicadas para quem pretende usar este recurso, já que consegue alcançar taxas acima dos 144 frames por segundo em muitos jogos com qualidade gráfica excelente.

AMD VSR – Virtual Super Resolution

A super-resolução virtual não é uma exclusividade ou novidade da R9 Nano, mas esta configuração certamente ganha destaque nesta placa. O VSR aumenta a qualidade visual ao trabalhar com resoluções elevadas para exibir gráficos ainda melhores em monitores de capacidade limitada.

Para entender como ele funciona, pense em um monitor Full HD. Agora, imagine uma imagem em resolução inferior à do monitor. Para preencher toda a tela, a imagem precisa ser esticada, deixando as imperfeições mais aparentes. O downsampling funciona de forma parecida, só que ao contrário.

Em vez de esticar uma imagem pequena para preencher a tela, ele espreme uma imagem grande para que ela possa ser exibida em um monitor com resolução menor que a da imagem gerada, eliminando quase completamente as imperfeições. Isso é especialmente útil para quem pretende rodar jogos com qualidade 4K em monitores Full HD.

A compatibilidade é garantida pelo Catalyst Control Center, que configura os jogos e todos os detalhes para que você não precise se preocupar com nada. Basta indicar que você pretende usar o Virtual Super Resolution e configurar nos games para a resolução 4K.

A Sapphire Radeon R9 Nano é especialmente destinada a esse tipo de tarefa, já que ela é indicada para jogos em 4K e pode ser perfeitamente aproveitada por jogadores que ainda usam monitores Full HD.

Testes de desempenho

Para conferir o desempenho da placa de vídeo em situações práticas, nós realizamos uma série de testes que você possivelmente faria em seu computador. As configurações de vídeo foram definidas para o nível mais elevado, incluindo filtros, mas o V-Sync foi mantido desativado. Os testes são divididos em duas etapas: jogos e benchmarks sintéticos.

Máquina de testes

  • Sistema: Windows 10 Pro
  • CPU: Intel Core i7-6700K
  • Placa-mãe: GIGABYTE Z170-X Gaming G1
  • Memória: 16 GB RAM Corsair DDR4 2133
  • SSD: Corsair Neutron XT 240 GB
  • HD: 3 TB Seagate ST3000M001
  • Fonte: Corsair RM1000

Jogos

Batman: Arkham Knight

O mais recente jogo da franquia do Homem-Morcego abusa do poder do chip gráfico, colocando o componente de vídeo sob grande estresse e testando a máquina com vários filtros e efeitos.

F1 2015

Com o amadurecimento da série F1, a Codemasters conseguiu polir os gráficos do mais novo título, garantindo bom aproveitamento dos recursos de hardware e entregando visuais estonteantes com o DirectX 11.

Hitman: Absolution

Apesar de ser um jogo de 2013, Hitman: Absolution serve perfeitamente para verificações com tecnologias mais recentes, já que sua engine abusa do poder de processamento e trabalha com o DirectX 11. Os resultados são frutos do benchmark próprio do game, servindo perfeitamente para um comparativo.

Metro Last Light Redux

Metro: Last Light aproveita o poder das GPUs modernas para trazer gráficos excelentes, texturas em alta definição e muita destruição com efeitos especiais incríveis. O game é construído com a engine 4A e também é uma excelente prova de fogo para placas mais robustas.

Middle Earth: Shadow of Mordor

Um dos jogos de maior sucesso dos últmos tempos é também um ótimo título para teste de poder gráfico. Baseado na série Senhor dos Anéis, conta com uma grande quantidade de elementos em cenário e pode representar um bom desafio em alguns momentos para os processadores gráficos.

Rise of the Tomb Raider

Aproveitando a chegada do novo jogo da franquia Tomb Raider, nós resolvemos fazer alguns testes com placas que já estavam em nosso laboratório para compará-las com a R9 Nano, já que este jogo conta com visuais estonteantes e já utiliza o DirectX 12.

Testes em 4K

Levando em conta que a Radeon R9 Nano promete rodar jogos em 4K, achamos sensato realizar alguns benchmarks dos games analisados anteriormente para conferir como a placa se sai nestas situações mais "pesadas" e como ela se compara aos demais modelos similares.

Ashes of the Singularity

Hitman: Absolution

Middle Earth: Shadow of Mordor

Benchmarks

3DMark

Unigine Valley

Unigine Heaven

Vale a pena?

A Sapphire Radeon R9 Nano é a placa de alto desempenho mais compacta da fabricante que já passou por nosso laboratório, sendo também um modelo realmente impressionante do ponto de vista de refrigeração e poder computacional.

Trata-se de um componente muito bonito e de um projeto bem resolvido em todos os aspectos. Apesar de ser pequena, ela guarda muito poder embaixo do dissipador. Conforme conferimos em nossos testes, o chip gráfico está pronto para alguns games em 4K, desde que o jogador faça determinados ajustes e reduza o uso de filtros.

A tecnologia de memória HBM surpreende em todos os aspectos, ajudando a economizar energia, diminuir o tamanho do produto e ainda colaborar com o processador na hora de encarar o novo padrão Ultra HD. Dá para perceber que essa novidade faz toda a diferença, principalmente se levarmos em conta que a placa conta com apenas 4 GB, mas não mostra dificuldades em jogos de alta resolução.

O sistema de refrigeração também é um diferencial, pois reduz o tamanho da placa e garante boa temperatura de funcionamento. Ficamos impressionados com como o chip gráfico roda tranquilamente os jogos, com temperaturas próximas dos 75 graus Celsius. Nossa única decepção foi a parte de overclock.

Em lojas online, é possível encontrar a Sapphire R9 Nano por valores próximos aos 3.2 mil reais. Levando em conta que estamos tratando de uma placa compacta e muito robusta, o valor é bem aceitável. É importante notar que temos aqui a melhor solução do mercado para computadores mini ITX. Parabéns à Sapphire, que continua trazendo ótimos produtos ao Brasil.

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