Humanos são golpeados por máquinas para ajudar a tornar robôs seguros

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Em um futuro que promete ser tomado por robôs por todos os lados, ter máquinas incapazes de nos ferir com seus movimentos ou seu contato é algo extremamente importante. Mas como tornar um autômato capaz de distinguir que suas ações podem ser perigosas para as pessoas ao seu redor, seja um braço mecânico de uma linha de montagem ou um mordomo estendendo um objeto para a mão de seu dono? Testando na prática, é claro.

Pode parecer uma ideia maluca, mas é isso o que o cientista alemão Roland Behrens está tentando fazer. Para tal, ele conseguiu a ajuda de 15 voluntários dispostos a serem “golpeados” por máquinas, de maneira a avaliar até que ponto um impacto causado por uma delas pode nos fazer mal.

O mecanismo utilizado por Behrens é simples, mas bastante engenhoso. Utilizando um pêndulo mecânico, a equipe do cientista simula o impacto de um membro robótico com diferentes partes do corpo dos voluntários; eles, por sua vez, devem avaliar a escala de dor do golpe de 1 a 10 (com o teste parando em 5) e passam por uma checagem via ultrassom que busca contusões. Os dados do golpe em si são gravados pela máquina, é claro.

Manter distância é mais importante

A ideia de treinar as máquinas para causarem menores impactos não é a única pensada por eles, vale notar. De fato, esse poderia ser considerado o plano B da equipe, já que Behrens tem como objetivo evitar totalmente o contato.

“A melhor maneira é evitar contato, em primeiro lugar”, disse ele ao jornal Bloomberg. “Se o contato ocorrer, as consequências devem ser tão baixas que a pessoa possa vir para o trabalho no dia seguinte, no máximo com uma contusão, mas não com um ferimento.”

E como ele vai fazer isso? Simples: dando às máquinas a capacidade de identificar qualquer objeto que esteja próximo demais delas. A ideia, com isso, é criar um “campo invisível” que faça com que um robô ou equipamento pare imediatamente se você se aproximar de maneira proposital ou acidental.

Muitos a esse ponto podem estar se perguntando o porquê dessa segunda camada de segurança – afinal, se a máquina já estiver programada para evitar golpes bruscos, qual seria o perigo? O que a maioria esquece é que o tipo de membro mecânico pode fazer toda a diferença: uma garra mecânica faz muito menos estrago do que um braço com uma lâmina, mesmo se este estiver se movendo lentamente.

Máquinas como essa podem ser capazes de interagir com objetos de maneira ainda melhor com esse tipo de pesquisa

Se mesmo assim restam dúvidas, basta lembrar que há um número cada vez maior de acidentes sendo registradas anualmente por esse tipo de equipamento, justamente porque pessoas se distraíram e as máquinas não souberam reagir de acordo.

É claro que, com testes tão simples, ainda estamos longe de criar um ambiente realmente seguro – as empresas ainda precisam adotar essas mudanças em seus robôs, o que pode demorar um bom tempo. Saber que autômatos mais seguros podem estar logo aí, felizmente, compensa tudo isso.

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