EUA começam deportações devido a conteúdo nas redes sociais

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Desde o dia 1º de junho, quando o governo dos Estados Unidos anunciou que redes sociais seriam um fator determinante para o pedido de entrada no país, muita gente não levou a sério. Agora, começam a ser deportados os primeiros visitantes pegos na revista de dispositivos eletrônicos.

O site TechCrunch, que vem investigando o que acontece nos postos da aduana, descobriu o caso de Dakhil (nome fictício), um paquistanês de 37 anos que foi deportado, segundo o Departamento de Imigração americana, "devido às imagens depreciativas encontradas em seu telefone celular".

Segundo a apuração, Dakhil tinha o visto B1/B2, que permite ao portador fazer turismo e negócios no país. Ao chegar ao aeroporto George Bush, em Houston, Texas, foi abordado por um oficial de Imigração que perguntou os motivos da viagem aos EUA. Em seguida à revista de toda a sua bagagem, ele foi levado a uma saleta e submetido a um interrogatório de mais de 15 horas. Seus dispositivos eletrônicos e suas redes sociais (incluindo o WhatsApp) foram alvo de um pente fino.

Por causa de uma imagem de 2009 de uma criança morta em seu celular (de um compartilhamento familiar sobre sequestros de crianças em Karachi, sua cidade natal), Dakhil teve o visto suspenso e foi deportado, e o conteúdo de seu celular foi encaminhado à Força-Tarefa Contra Terrorismo do FBI.

Universidade mantém advogados a postos

Ismail Ajjawi (ao centro) teve seu visto renovado graças à pressão de organizações internacionais e ao time de advogados de Harvard. (Fonte: Twitter/Hamzah Raza)

O caso de maior repercussão, porém, foi do estudante palestino Ismail Ajjawi, de 17 anos, calouro da Universidade de Harvard, também noticiado pelo TechCrunch. Ele foi deportado em 28 de julho por conta de imagens recebidas em um grupo de WhatsApp. Graças à ação do grupo de advogados de Harvard, ele pôde voltar.

Desde 2015, a revista de dispositivos eletrônicos chegou a mais de 30 mil ao ano. O Congresso acusa a Imigração de não ter mandatos para fazer as buscas, e o governo alega que não precisa de um. Enquanto isso, a Justiça tenta determinar se vasculhar as redes sociais de visitantes é ou não constitucional.

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