Capacete de realidade aumentada transforma qualquer pessoa em um diagnosticador

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Um dos maiores problemas enfrentados pelos astronautas que vão ao espaço é o fato de que nem sempre há um especialista médico a bordo capaz de realizar procedimentos médicos de emergência. Para mudar essa história, a Agência Espacial Europeia (ESA) está desenvolvendo um capacete que usa a realidade aumentada para facilitar diagnósticos e até mesmo auxiliar em cirurgias complexas ocorridas em locais em que falta o equipamento recomendado.

O dispositivo, batizado como Sistema de Diagnóstico Médico Assistido e Cirurgia (ou simplesmente CAMDASS), sobrepõe elementos gerados por computador à visão humana como uma maneira de ampliar a capacidade de quem o veste. Atualmente, os testes do aparelho estão focados em exames de ultrassom, mas, a princípio, é possível aplicá-lo em uma série bastante variada de procedimentos.

Conforme os astronautas do futuro se aventuram nos confins do espaço, aumentará a dificuldade em estabelecer contato com especialistas localizados na Terra. Assim, será preciso que eles sejam capazes de lidar com problemas por si próprios. “Embora especialistas médicos estejam entre os membros da tripulação, não é possível esperar que os profissionais tenham o domínio de todas as habilidades que possam ser requeridas”, afirma Arnaud Runge, engenheiro biomédico responsável pela supervisão do projeto.

Fornecendo habilidades médicas a qualquer pessoa

O CAMDASS é formado por três partes: um visor com som estéreo, uma ferramenta de ultrassom guiada por uma câmera infravermelha e marcadores que são colocados ao redor da área que deve ser examinada. Todos os dados capturados pelo sistema são transformados em imagens enviadas diretamente aos olhos, que mostram os locais que devem ser examinados ou cortados pelo profissional responsável.

(Fonte da imagem: ESA)

Um protótipo do dispositivo está sendo testado no Hospital Universitário Saint-Pierre, em Bruxelas, por estudantes de medicina e enfermagem, além de membros da Cruz Vermelha e paramédicos da instituição. Os resultados têm sido bastante positivos até o momento: mesmo quem não teve qualquer treinamento com o aparelho foi capaz de realizar diagnósticos relativamente complexos sem nenhuma ajuda exterior.

Na próxima etapa de desenvolvimento, os responsáveis pelo projeto pretendem diminuir substancialmente o tamanho ocupado pelo CAMDASS. A expectativa é que, ao atingir sua maturidade, a invenção atue como uma maneira de facilitar cuidados médicos em localizações remotas ou que não dispõem do orçamento para comprar equipamentos especializados. Caso tudo ocorra da maneira esperada, não deve demorar muito para que a tecnologia também ganhe lugar em naves espaciais.

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