Sony WH-1000Xm3 com cancelamento de ruído: review/análise

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Imagem de: Sony WH-1000Xm3 com cancelamento de ruído: review/análise

Até 2016, quando eu pensava em fones com cancelamento de ruído ativo (CRA), a primeira marca que vinha à minha cabeça era a Bose. A empresa vem fazendo sucesso com seu QC25/35 há um bom tempo e construiu uma reputação em volta desses modelos de fone em específico.

Só que, em setembro daquele ano, a Sony entrou na jogada com o MDR-1000X, um par de fones que não apenas rivalizava com a Bose no cancelamento de ruído, mas também entregava mais tecnologia e praticidade por um preço bem similar. Essa foi a primeira geração da linha de aparelhos top de linha CRA da Sony que fez sucesso.

Eu inclusive comprei um no começo de 2017, poucos meses após o lançamento. Agora, em 2018, a Sony nos enviou para análise a terceira geração do MDR-1000X, que agora se chama “WH-1000Xm3”. Mas será que vale a pena comprar esse novo fone de ouvido considerando que ele custa R$ 1,6 mil no mercado nacional?

Sony WH-1000Xm3
Sony WH-1000Xm3 (fonte:TecMundo/Silmara Slobodzian)

Eu vou compartilhar com você as minhas experiências e opiniões acerca desse produto. Com isso, espero que possamos descobrir juntos se um fone como esse é realmente para você.

Na liderança?

Depois de algumas semanas de teste, eu posso dizer que esse dispositivo é provavelmente o melhor fone com CRA que você pode comprar. Isso porque, entre os fones top de linha do formato “headphone Bluetooth”, o aparelho da Sony é o mais completo em questão de recursos e tem o CRA mais efetivo, que melhor abafa o som do ambiente em torno do usuário.

Eu tive a oportunidade de testar o QC35 da Bose há um tempo e, para mim, o CRA do WH-1000Xm3 é perceptivamente melhor. A qualidade do som do aparelho da Sony também me pareceu mais interessante, com mais equilíbrio entre agudos e graves.

Temos ainda o Surface Headphone da Microsoft, que tem um belo design, controles mais simples e CRA de boa qualidade. Eu ainda não tive a oportunidade de testar o dispositivo da Microsoft, mas não encontrei indicações de que ele seja melhor que o da Sony tecnicamente.

Sony WH-1000Xm3
Sony WH-1000Xm3 (fonte:TecMundo/Silmara Slobodzian)

Existem vários outros fones com CRA e conexão Bluetooth no mercado, mas nenhum deles chega perto do conforto oferecido por esses três aparelhos que eu acabei de citar. Todos cobrem completamente a orelha do usuário e conseguem isolar ruído externo mesmo sem o CRA ativado. Eles também são daqueles aparelhos que você consegue usar por muitas horas seguidas sem ficar com dores ou cansaço.

Por conta desse recorte, eu considerado o aparelho da Sony, tecnicamente, o mais interessante de todos os dispositivos com essa tecnologia disponíveis no mercado.

tabela especificações

O fone mais conveniente

Apesar de ter um CRA melhor e oferecer uma qualidade de áudio superior, na minha opinião, o WH-1000Xm3 tem outras qualidades interessantes que me ajudam a colocá-lo no topo da minha lista. Esse aparelho, assim como as duas primeiras gerações, é muito conveniente.

Quando ligado, o modo de cancelamento de ruído é ativado automaticamente. Portanto, assim que você coloca o aparelho na cabeça, sua audição fica quase que totalmente abafada. Assim que alguma música começa a tocar, você não ouve absolutamente nada à sua volta.

Sony WH-1000Xm3
Sony WH-1000Xm3 (fonte:TecMundo/Silmara Slobodzian)

Apesar de parecer o céu na terra, isso pode ser um problema. Toda a vez que alguém viesse falar com você, seria necessário tirar o fone da cabeça. Se você for andar na rua, também seria preciso liberar as orelhas. Esse põe e tira poderia se tornar uma verdadeira encheção de saco, não fosse o recurso “Quick Attention” da Sony.

Para eliminar a música e ouvir tudo ao seu redor sem tirar o fone da cabeça, você simplesmente coloca a sua mão sobre o fone direito

Para eliminar a música e ouvir tudo ao seu redor sem tirar o fone da cabeça, você simplesmente coloca a sua mão sobre o fone direito. O WH-1000Xm3 então faz um bipe. A música fica bem baixinha, e o CRA é desativado para que você interaja com as pessoas à sua volta. Quando você solta o fone direito, a música volta ao volume normal e o CRA é reativado instantaneamente.

Você também pode controlar várias outras funções do fone com gestos na superfície sensível ao toque do fone direito. Arrastando os dedos para a esquerda ou direita, você avança ou retrocede uma música. Para cima e para baixo, é possível aumentar e diminuir o volume. Fazendo dois toques rápidos ainda é possível pausar a música ou atender chamadas telefônicas, caso o WH-1000Xm3 esteja conectado a um smartphone.

Fazendo um toque mais longo no meio, você ativa o Google Assistente ou Siri do seu smartphone e pode fazer comandos de voz sem tocar no seu celular. Isso só funciona, contudo, após você fazer uma configuração por meio do app oficial da Sony para esses dispositivos.

Sony WH-1000Xm3
Sony WH-1000Xm3 (fonte:TecMundo/Silmara Slobodzian)

Do outro lado, no fone esquerdo, você tem um chip NFC. Com ele, é possível parear seu fone rapidamente a qualquer smartphone ou dispositivo que também possua essa tecnologia. Isso funciona muito bem na primeira vez que você liga o fone, mas os outros pareamentos são um pouco mais chatos, porém ainda assim mais rápidos que o normal.

É preciso desligar o fone e, depois de alguns segundos, religa-lo segurando o botão power até que você ouça a palavra “Paring” no fone. Aí você pode encostar um novo celular para o pareamento ou buscá-lo na lista de dispositivos Bluetooth.

Boa autonomia

A bateria do WH-1000Xm3 tem uma autonomia ótima. A Sony diz que ele consegue reproduzir até 30 horas de música em uma só carga com CRA (Cancelamento de Ruído Ativo) ativado. Na minha experiência, consegui realmente atingir marcas similares.

Eu uso o meu antigo MDR-1000X para cancelar o barulho à minha volta na redação do TecMundo, que é notavelmente barulhenta. Com essa primeira geração do aparelho da Sony, eu consigo dois ou no máximo três dias de trabalho (8 horas cada) com uma carga. Já o novo modelo chega ao quinto dia com alguma sobra de bateria.

Sony WH-1000Xm3
Sony WH-1000Xm3 à esquerda e MDR-1000X à direita (fonte:TecMundo/Silmara Slobodzian)

Caso eu não desligasse o aparelho aqui e ali em alguns momentos, ele duraria, na verdade, 40 horas. Mas como eu realmente desligo o fone em alguns momentos, posso atestar que a estimativa de 30 horas da Sony é verdadeira.

Com 10 minutos na tomada, o novo fone consegue até 5 horas de autonomia

Um problema que meu fone da primeira geração tem é o plugue micro USB para carregamento. Já em 2016 essa conexão poderia ser considerada ultrapassada. Por isso, desde sempre, ter que levar um cabo diferente para carregar a bateria do fone era um saco. O WH-1000Xm3, a nova geração, elimina isso trazendo um plugue USB-C para carregamento.

Por conta disso, o novo fone também carrega mais rápido. Segundo os números da própria Sony, com 10 minutos na tomada, seu novo fone consegue até 5 horas de autonomia. Levando em conta minha experiência com ele, esse número também é bem próximo da realidade.

Sony WH-1000Xm3
TecMundo/Silmara Slobodzian

Já foi mais bonito

Eu gosto do design do WH-1000Xm3, mas fazendo a comparação com o MDR-1000X original de 2016, o novo aparelho parece uma versão simplificada, bem mais básica. O modelo da primeira geração tinha várias partes de metal escovado bem bonito e as almofadas eram feitas de um material mais durável e confortável.

Tínhamos também alguns detalhes em couro sintético na parte externa, o que dava um charme extra para o produto. O fone antigo realmente passa a sensação de ser um produto top de linha. O novo, por sua vez, é totalmente de plástico.

As almofadas são menos confortáveis e passam a impressão que não vão durar tanto quanto é o caso do primeiro modelo. Só que o novo fone tem sim suas vantagens no que toca design. Os botões são muito mais fácies de apertar, e o arco todo do aparelho abraça melhor a cabeça do usuário.

Sony WH-1000Xm3
TecMundo/Silmara Slobodzian

Com isso, o WH-1000Xm3 consegue entregar um cancelamento bem melhor, mas pode cansar suas orelhas mais rápido. Falando nisso, é bom ressaltar que, apesar de esses fones da Sony apertarem bastante a sua cabeça nas primeiras semanas de uso, é bom destacar que eles ficam mais frouxos com o tempo.

O primeiro modelo que eu mesmo comprei levou uns três meses para ficar bem confortável na minha cabeça. Então, só posso dizer que espero o mesmo desse novo aparelho da Sony.

Voltando ao tópico do design, o WH-1000Xm3 é um tanto mais discreto que o antigo MDR-1000X e isso é interessante para quem mora em alguma grande cidade brasileira, levando em conta a insegurança devido a assaltos.

Sony WH-1000Xm3
TecMundo/Silmara Slobodzian

A caixa de transporte desse ano também é mais compacta e agora conta com um espaço para colocar o cabo que liga o aparelho a saídas de som de 3,5 mm. Esse cabo mede aproximadamente 1 m, um pouco menor que o das gerações anteriores.

Qualidade de som

Eu preciso dizer logo de cara que não sou nenhum audiófilo ou especialista em som de qualquer natureza. Dessa forma, o que eu vou compartilhar a respeito da qualidade sonora desses fones de ouvido é apenas o resultado das minhas experiências com dispositivos desse tipo.

O que eu posso dizer, dessa forma, é que a qualidade de som, tanto da terceira geração (WH-1000Xm3) quanto da primeira geração (MDR-1000X) é excelente. Você consegue perceber uma separação de instrumentos incrível enquanto ouve músicas, e tudo é reproduzido com muita fidelidade.

Sony WH-1000Xm3
TecMundo/Silmara Slobodzian

O perfil de som é bem equilibrado. Você não ouve muita diferença entre agudos e graves. As “batidas” dos graves são bem serenas e, ao passo que são reproduzidas com fidelidade, não castigam seus ouvidos com nenhum tipo de “impacto”.

No resumo da ópera, o que temos é um par de fones de ouvido com excelente qualidade sonora. Naturalmente, fones profissionais desenvolvidos para estúdio apresentarão melhores resultados. Mas entre os aparelhos comerciais, é difícil encontrar algo melhor e mais equilibrado.

Sony WH-1000Xm3
TecMundo/Silmara Slobodzian

Vale a pena?

Eu só consigo achar esse valor justificável se você tem problemas de concentração em ambientes barulhentos

Sim, eu acredito que o WH-1000Xm3 vale muito a pena, mesmo sendo um fone de ouvido de R$ 1,6 mil. Contudo, eu gostaria de deixar bem claro que nem todo mundo precisa de um fone como esse. Eu só consigo achar esse valor justificável se você tem problemas de concentração em ambientes barulhentos (especialmente se esse ambiente é o seu trabalho) ou não consegue dormir em viagens de avião ou ônibus.

Existem outros fones com cancelamento de ruído inferior e bem mais baratos no mercado, mas sinceramente só os modelos da Sony (WH-1000Xm3, WH-1000Xm2 e MDR-1000X), da Bose (QC25 e QC35) e os Surface Headphones da Microsoft são bons o suficiente para abafar de verdade o mundo a sua volta. Qualquer outro modelo vai deixar você com um pouquinho de insatisfação.

Sony WH-1000Xm3
TecMundo/Silmara Slobodzian

Dessa maneira, se você acha que realmente precisa de um fone com CRA de excelente qualidade, o WH-1000Xm3 da Sony é a melhor opção no mercado hoje. Além disso, esse modelo acabou de chegar ao mercado brasileiro por algo próximo de R$ 1,6 mil.

Nos EUA, o mesmo aparelho custa R$ 350, o equivalente a R$ 1,3 mil sem contar impostos de venda local e IOF. Assim, comprar no Brasil é mais vantajoso, pois você ganha garantia de 1 ano e pode parcelar em até 12x sem juros.

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