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Ciência

Email vazado de Clinton mostra que Google agiu como ferramenta política

Semana passada, 30 mil emails de Hillary Clinton, candidata democrata à presidência dos EUA, foram postados no WikiLeaks

Avatar do(a) autor(a): Felipe Payão

schedule21/03/2016, às 12:25

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Pode parecer estranho para você quando confirmações como essa surgem, mas sim: empresas privadas também se envolvem na política — e, quanto maiores, mais envolvidas.

Semana passada, 30 mil emails de Hillary Clinton, candidata democrata à presidência dos EUA, foram postados no WikiLeaks. Neles, uma revelação interessante sobre a Google apareceu. Em 2012, segundo uma troca de mensagens entre a equipe de Clinton e um executivo da Google, a Gigante das Buscas estava trabalhando em uma ferramenta para apoiar os movimentos contrários ao presidente Bashar Assad, da Síria, na região.

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"A minha equipe está planejando lançar uma ferramenta... Que vai rastrear e mapear publicamente os desertores na Síria e de quais partes do governo eles vêm", escreveu Jared Cohen, que era líder da divisão "Google Ideas", em email para a equipe de Clinton.

Desde que a "Google virou Alphabet", a divisão Ideas foi movida e rebatizada dentro da companhia. Agora, ela se chama Jigsaw. Veja abaixo o print do email.

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o esforço em destronar Assad ajudou o crescimento do Estado Islâmico (ISIS)

Como você pode notar, Cohen disse que a ferramenta ajudaria a desestabilizar o regime do presidente sírio Assad. Em resposta, Jake Sullivan, chefe de equipe de Clinton, respondeu que essa era "uma ideia muito boa".

"A nossa lógica por trás disso é que enquanto muitas pessoas estão rastreando as atrocidades, ninguém está visualmente representando e mapeando as deserções, algo que nós acreditamos que seja importante para encorajar mais pessoas e dar confiança a oposição", comentou Cohen na troca de mensagens. O plano seria que a Google também liberasse "sorrateiramente" a ferramenta para a mídia no Oriente Médio, segundo o Washington Examiner — notando que a Google trabalhou com o canal árabe Al Jazeera para veicular as deserções.

O WE também comentou que o envolvimento da Google com a política internacional ainda gera riscos. No caso, "mesmo que Cohen considerasse o esforço como uma ajuda aos interesses norte-americanos, o esforço em destronar Assad ajudou o crescimento do Estado Islâmico (ISIS), que eventualmente preencheu um vácuo e resultou na perda de controle total de Assad sobre a Síria".

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