Pirataria de filmes custa US$ 58 bilhões anuais aos EUA. Será mesmo?

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(Fonte da imagem: Reprodução/Hollywood Reporter)

Em um discurso feito em novembro de 2011, Victoria Espinel, Coordenadora Executiva de Propriedade Intelectual do Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca, afirmou que a pirataria de filmes custa US$ 58 bilhões anuais aos Estados Unidos. Diante desse valor absurdo, o Hollywood Reporter decidiu investigar as fontes dessas alegações — o que a publicação descobriu é que elas estão longe de se basear em fatos concretos e atualizados.

“Obviamente, os números da indústria do cinema vão ser suspeitos de alguma forma”, afirmou David Abrams, do Centro Berkman de Internet e Sociedade da Universidade de Harvard. “Mesmo se uma pessoa tenha baixado um filme, é muito difícil traduzir isso em ‘ela teria pagado US$ 10,50 para vê-lo no cinema’”.

Segundo a matéria escrita pelo repórter Stephen Galloway, os valores divulgados por Victoria Espinel cobrem o prejuízo da indústria do entretenimento como um todo, não só aqueles tidos por Hollywood. Os dados também se mostram desatualizados, tendo origem em um relatório escrito em 2007 pelo economista Stephen Siwek, do Instituto para Inovação Política, órgão criado por membros da ala conservadora do congresso norte-americano.

Pesquisas desatualizadas

As informações apresentadas pela indústria para alertar sobre o mal da pirataria são prejudicadas pela falta de estudos precisos sobre a situação. Caso de um relatório apresentado em 2007 pela MPAA, que acusava os estudantes universitários do país de serem os responsáveis por 44% do conteúdo ilegal distribuído nos Estados Unidos.

Pouco tempo após a publicação original, os responsáveis alegaram que houve um “erro humano” em sua contabilidade, admitindo que os estudantes correspondiam somente a 15% das perdas da indústria. Além disso, o relatório se baseava em dados coletados em 2005, que até hoje são citados como fontes para afirmar que os estúdios perdem US$ 6,1 bilhões anuais com a pirataria.

Em março de 2011, o CEO da MPAA, Chis Dodd, afirmou que uma nova pesquisa mais atualizada estava sendo desenvolvida e que seria publicada em breve. Mais de um ano depois, ainda não foi definida uma data para a divulgação do trabalho.

Fonte: Hollywood Reporter

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