5 maneiras de impedir a pirataria sem que o consumidor pague o pato

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Por mais que a indústria tente, acabar com a pirataria é uma tarefa que parece ter sido delegada a Sísifo – o homem que, na mitologia grega, foi condenado a carregar uma pedra até o topo de uma montanha apenas para vê-la rolar ladeira abaixo sempre que seu objetivo estivesse próximo de ser concretizado.

Ainda assim, muito se perde com as atividades dos piratas. De acordo com uma pesquisa realizada no ano passado pela UKIE (Associação Britânica de Entretenimento Digital, em inglês), para cada pessoa que joga um game comprado legalmente, quatro outras se divertem com uma cópia pirata.

Na tentativa de desestimular a prática, muitas desenvolvedoras tentam proteger os seus jogos utilizando tecnologias de DRM (Manutenção de Direitos Autorais, em inglês). O grande problema é quando a garantia das empresas incomoda também quem utilizou o seu dinheiro para comprar o produto legalmente.

Muitos jogos, por exemplo, exigem uma conexão ativa com a internet para autenticar o game até mesmo em modos para um jogador. Caso haja problemas com a conexão durante a partida, é preciso esperar ela ser reestabelecida para voltar a jogar. Um incômodo desnecessário para o consumidor leal e que o jogador pirata não sofre.

Porém, há maneiras mais interessantes de tentar acabar com a pirataria sem descontar quem adquire programas e games dentro da lei. A seguir, você encontra algumas das melhores soluções encontradas pelo Tecmundo.

DRMs Criativas

Os desenvolvedores têm todo o direito de proteger aquilo que é seu, ao mesmo tempo em que os consumidores têm o direito de exigir qualidade do que compram. Uma solução que agrada aos dois lados são DRMs que, com criatividade, atrapalham a pirataria sem incomodar também aqueles que pagam pelos seus produtos.

A Croteam, por exemplo, inseriu um inimigo invencível dentro do jogo Serious Sam 3 que aparece apenas em partidas executadas a partir de uma cópia pirata. Sem poder vencer o adversário, o jogador é impedido de progredir no game.

Há também casos como o de Batman: Arkham Asylum, em que nas versões piratas o herói não podia utilizar todos os seus movimentos, ou o de Love Plus+, um popular simulador de relacionamentos lançado para o Nintendo DS no qual todos os personagens do jogo se recusam a falar com o jogador pirata.

Ainda que com o tempo hackers sejam capazes de burlar os obstáculos criados pelos desenvolvedores, esses sistemas oferecem àqueles que desejam usufruir de um game na data de seu lançamento duas escolhas. Ou se compra o jogo original ou então é necessário esperar uma versão pirata enquanto todos estão se divertindo.

Aumento do Nível de Qualidade

Uma reclamação constante sobre a atual geração de games é a facilidade que os desenvolvedores tem para lançar patches de correção. Embora todo mundo goste de ver problemas solucionados, o grande problema ocorre quando desenvolvedores lançam jogos sem acabamento.

Por maiores que as notas recebidas por Fallout: New Vegas, The Elder Scrolls V: Skyrim e Battlefield 3 tenham sido, todos esses títulos são notáveis pela quantidade absurda de erros reportada por aqueles que jogaram as suas versões iniciais. Tudo isso é fruto da pressa em respeitar prazos comerciais, ainda que o resultado final não receba o polimento necessário para a excelência.

Assim, muitas pessoas que decidiram piratear esses games utilizam como desculpa o fato de que não gastariam dinheiro em games que parecem estar inacabados. Desse modo, uma mentalidade como a da Blizzard – cujo Diablo 3 será lançado “quando estiver pronto” – pode fazer com que o público confie mais que o dinheiro usado para comprar jogos originais está sendo bem gasto.

Conteúdo Exclusivo

Na tentativa de reduzir as vendas de segunda mão, muitas desenvolvedoras oferecem bônus para os compradores originais. Há quem ceda um passe online para os jogadores, exigindo que aqueles que adquirirem games usados paguem por essa funcionalidade. Já outras companhias oferecem conteúdo exclusivo – caso da presença da Mulher-Gato em Batman: Arkham City ou de várias armaduras temáticas presentes nos jogos da Electronic Arts, como Kingdoms of Amalur: Reckoning e Mass Effect 3.

(Fonte da imagem: Divulgação/Warner)

Enquanto atualmente esse tipo de conteúdo é bastante limitado, muita gente que opta pela versão pirata não sente a sua falta. Se as fabricantes decidirem optar por oferecer um longo suporte, mais jogadores poderiam ser atraídos por isso e engrossar a lista de pagantes.

Lançamento Mundial

Quantos jogos já foram lançados apenas no Japão ou nos Estados Unidos e o consumidor brasileiro esperou meses a fio até poder vê-lo nas lojas? Enquanto a versão nacional pode ter dublagem ou legendas em português e outros recursos interessantes, muita gente baixa o game na primeira oportunidade apenas para não ter que esperar.

Se a indústria cinematográfica lança mão de lançamentos mundiais em grandes lançamentos, isso pode ocorrer também com jogos muito esperados para evitar o famoso “vou baixar só para ver como é”.

Redução dos Preços Digitais

Quando lojas virtuais como o Steam e o Origin (ou até mesmo a PlayStation Store e a LIVE Marketplace dos consoles) surgiram, muita gente comemorou a sua chegada esperando ver preços abaixo do mercado.

Jogos do PlayStation Vita custarão R$ 169 no formato digital (Fonte da imagem: Divulgação/Sony)

O raciocínio é lógico, afinal, um download elimina diversos custos de produção e transporte. No entanto, não é exatamente o que acontece e os lançamentos baixados pela internet custam o mesmo que suas versões em disco físico. Pode?

Em outros casos, mesmo com o preço reduzido na versão digital, o resultado final ainda é bastante elevado. Os jogos do PlayStation Vita, prestes a ser lançado pela Sony no Brasil, irão custar R$ 169 na PlayStation Store nacional. Trinta reais a menos que a versão física e muitos acima de um preço aceitável.

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