Review: monitor 4K Philips Brilliance 288P6 [vídeo]

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No segmento das TVs, as telas com resolução 4K ainda são uma novidade. Embora elas já estejam disponíveis no mercado há algum tempo, ainda são poucos os consumidores que possuem uma em sua residência. Além do preço proibitivo para os padrões nacionais, pesa ainda contra elas a ausência de conteúdo específico para esse formato.

Paralelo a isso, o segmento de monitores também dá os seus primeiros passos na resolução Ultra HD e 2014 marca a chegada dos modelos 4K às lojas nacionais. Como toda novidade no mundo tecnológico, os preços ainda estão acima do que muitos podem pagar, o que acaba restringindo o produto aos usuários mais detalhistas e exigentes.

Para quem está em busca de um produto como esse, a Philips disponibilizou quase simultaneamente nos mercados internacional e brasileiro o monitor Brilliance 288P6, com tela de 28 polegadas. Com visual imponente, o periférico tem preço médio de US$ 580 nos EUA enquanto no Brasil ele pode ser encontrado por cerca de R$ 3 mil.

Será que vale a pena investir o seu dinheiro na aquisição deste produto? As nossas impressões sobre mais esse lançamento são o que você confere agora no TecMundo.

Design de produto e embalagem

Embalagem

Se você já comprou um monitor ou aparelho de TV, provavelmente já deve ter passado pela experiência de tirar o produto da caixa. Em geral, os displays vêm envolvidos em suportes de isopor e precisam ser retirados pela parte de cima da caixa, puxando para cima.

Com o Brilliance 288P6, a Philips pensou com cuidado nessa tarefa, e criou uma embalagem mais segura, cuja abertura é feita na parte frontal. Isso permite que você, após colocar a caixa sobre uma mesa, retire o produto de dentro dela sem muito esforço e com maior segurança, evitando até mesmo toques acidentais na tela – que não é touch.

Base e suporte

A montagem da base é simples: basta encaixá-la na parte de baixo do monitor e girar um parafuso com alça, já pré-fixado. Essa característica dispensa ainda o uso adicional de chaves de fenda ou de qualquer outra ferramenta, evitando também a perda dos parafusos durante o transporte do monitor.

O monitor é encaixado sobre dois trilhos presos ao suporte, o que permite que ele deslize com facilidade para cima e para baixo – o espaço de regulagem possui 17 centímetros. A trava é feita de forma automática: basta deixar de puxar ou empurrar o monitor para que ele se estabeleça na posição desejada.

É possível girá-lo ainda em um ângulo de 90 graus, deixando-o na vertical. Como os cabos ficam conectados na parte de trás do produto, o giro da tela não afeta o encaixe deles, evitando que os fios sejam forçados desnecessariamente. Toda a estrutura é construída de maneira firme e denota um visual bastante sólido, proporcionando mais segurança para o usuário.

Design

Com espessura de pouco mais de 1,5 cm, o display revela ainda bordas na mesma proporção, o que garante linhas uniformes para o produto. No canto inferior direito, há pelo menos cinco botões capacitivos, que permitem o acesso e o controle de diversas funções, além daquela de ligar e desligar o monitor. Um LED indicativo informa o estado do monitor (ativo ou standby).

Embora não traga linhas inovadoras em termos de design, preservando uma característica muito mais funcional do que visual, é inegável a sensação de imponência do produto sobre a mesa. Sem dúvida, ao menos em termos estruturais, certamente o consumidor não terá problemas em decorrências do uso.

Conectividade

As conexões do monitor Philips Brilliance 288P6 estão situadas em dois pontos específicos, ambos localizados na parte traseira do produto em uma espécie de “caixa” que se destaca do painel. Na lateral dela, há cinco conectores: duas entradas USB 3.0, duas entradas USB 2.0 e uma saída para conexão com o PC.

Já o segundo bloco de conectores fica com as entradas voltadas para baixo e inclui as conexões DVI, MHL-HDMI 1.4, DP IN, D-SUB, saída para fones de ouvido e entrada de áudio. Em um espaço à parte situa-se o conector para o cabo de força.

O ponto positivo que destacamos nesse quesito é o posicionamento dos encaixes, algo extremamente importante em um monitor com giro vertical. Neste caso, os cabos não são forçados desnecessariamente quando há algum tipo de rotação do monitor. Já na horizontal, mesmo em seu ponto mais baixo, há espaço de sobra para que não haja torções nos fios.

Menus e recursos

SmartImage

O aparelho conta com diversos modos de luminosidade e contraste pré-configurados, de acordo com o perfil de uso em questão. O acesso a eles pode ser feito de forma simples, diretamente no menu acessível a partir dos botões no canto inferior direito do produto.

Os modos disponíveis são os seguintes: “Escritório”, “Fotos”, “Filmes”, “Jogos”, e “Economia”. Além disso, é possível criar suas próprias configurações, editando itens como “Brilho”, “Contraste”, “Nitidez”, “Intensidade de Preto”, “Gamma”, “Resposta Inteligente” e “Contraste Inteligente”. Os menus estão disponíveis em português, mas eventualmente há termos em inglês não traduzidos.

MultiView

Outro recurso bastante útil do monitor é o MultiView, que permite conexões duplas ativas de forma simultânea. Dessa forma, você pode ligar, por exemplo, um PC e um notebook ao mesmo tempo ou ainda compartilhar a mesma tela com um decodificador, mantendo a TV e computador integrados em uma só tela.

Tecnologia MHL

Caso você possua um cabo MHL (vendido separadamente) e o seu smartphone possua compatibilidade com o formato, é possível ligar diretamente o celular no monitor. Além de conferir jogos e fotos, é possível assistir a vídeos em HD diretamente na tela do display. Enquanto conectado, seu celular não corre o risco de ficar sem bateria, pois ele é recarregado durante o processo.

Power Sensor

O monitor Brilliance 288P6 conta com um recurso diferenciado chamado Power Sensor. Trata-se de uma tecnologia que, por meio de sensores, detecta a presença ou não do usuário em frente à tela. Caso você  esteja diante da tela, o controle de brilho e as configurações de cor são mantidas exatamente como você configurou.

Ao se afastar da tela, caso o Power Sensor esteja ativado, há uma redução nos índices de brilho, diminuindo consecutivamente o consumo de energia. Um exemplo: caso o brilho de sua tela esteja configurado em 100%, ao sair de perto dela – ou ficar a uma distância maior do que entre 30 centímetros e 1 metro – os níveis de brilho são reduzidos para 80%.

Áudio

A qualidade de áudio do monitor não é nenhum um primor, mas convenhamos: é bem provável que, ao investir uma quantia alta para a compra de um display como esse, certamente você vai preferir ouvir o som dos seus jogos e filmes em um headset ou caixa acústica à parte.

Certificações

O produto da Philips conta ainda com duas certificações importantes: a TCO Edge e a Gold EPEAT. A primeira delas diz respeito ao uso de, no mínimo, 65% de plástico reciclado na fabricação de um aparelho. Já a segunda indica que o monitor possui alta eficiência energética, com baixas emissões de gases de efeito estufa.

Qualidade de imagem

Entre todos os itens avaliados, a qualidade de imagem de um monitor é sem dúvida o elemento que mais importa para o consumidor e, nesse quesito, o Brilliance se sai muito bem. O primeiro aspecto que chama a atenção é o fato de ele contar com um painel 10-bit, o que significa um espectro de cores muito maior (valores RGB de 0 a 1023 contra valores RGB de 0 a 255 nos modelos 8-bit).

Mesmo se comparado a monitores voltados especificamente para o público gamer, cuja frequência em geral é de 120 Hz, os 60 Hz do monitor da Philips não se configuram um problema e o resultado chega muito perto das características que poderíamos considerar “ideais”, digamos assim, para um monitor nessa faixa de preço.

Em nossos testes, utilizamos cabo Display Port e um PC com processador Intel Core i7 4790K e GPU NVIDIA GeForce 780Ti e os resultados em jogos como Tomb Raider ou Crysis 3 foram satisfatórios. Novamente, monitores gamer apresentam resultados melhores no que diz respeito à taxa de atualização das imagens, mas não podemos dizer que o trabalho realizado pelo produto da Philips seja ruim ou fique consideravelmente abaixo.

A compatibilidade com 4K, ao menos em um primeiro momento, se mostra um recurso cosmético de pouca valia caso você não possua um PC com configurações robustas. Quando falamos “robustas” entenda “muito boas” mesmo, pois em nossos testes nem mesmo o processador e a GPU que são top de linha evitaram alguns travamentos e lags durante a execução.

Por fim, o ângulo de visão também se mostra amplo e não é prejudicado durante a movimentação do espectador diante da tela. O índice de reflexividade é baixo, o que é outro ponto positivo para o consumidor.

Vale a pena?

O monitor Brilliance 288P6 não está entre os mais baratos do mercado, uma vez que são poucos ainda os displays que suportam a resolução 4K. Entretanto, ao menos nesse caso, o fato de ele suportar uma resolução tão alta não significa que, na prática, seu desempenho final será melhor do que o de um monitor com resolução inferior, mas que apresente mais recursos como G-Sync ou taxa de atualização mais alta.

Em linhas gerais, o suporte a resolução 4K funciona bem apenas se você possui um PC com configurações potentes (mesmo). Um processador Intel Core i7 4790K e GPU NVIDIA GeForce 780Ti não foram suficientes para evitar alguns travamentos e prejudicar, em alguns momentos, a fluidez do sistema operacional. Ou seja, se você pretende investir neste monitor, tenha em mente que primeiro seu PC precisa estar “voando”.

Portanto, investir cerca de R$ 3 mil em um aparelho como esse, ao menos por enquanto, pode parecer um pouco arriscado, não pela qualidade do produto – não temos dúvidas que se trata de um dos monitores 60 Hz mais interessantes disponíveis no mercado –, mas sim pela sua real utilidade para a grande maioria dos usuários. Mesmo entusiastas de hardware podem não conseguir usar todo o seu potencial.

Embora ter um monitor 4K na sua mesa possa parecer algo tentador em um primeiro momento, vale a pena pensar um pouco mais e esperar as próximas versões de displays. Elas provavelmente devem chegar ao mercado com um custo-benefício mais interessante e permitirão que os seus consumidores utilizem mais os seus recursos.

Contudo, ao menos por enquanto, trata-se de um luxo para poucos. Se você é um felizardo que pode estar em meio a essa minoria, parabéns. Caso contrário, prefira investir primeiro no hardware do seu computador.

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