Review: smartphone Multilaser MS60

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Conhecida por apostar em áreas que vão de acessórios automotivos até teclados e mouses, a Multilaser também oferece uma série de tablets e smartphones aos consumidores brasileiros. Entre esses dispositivos está o MS60, modelo de entrada mais potente fabricado pela companhia que busca combinar um bom hardware a um preço acessível.

Na busca de oferecer um gadget capaz de oferecer uma boa navegação pela internet e o acesso a games simples, a companhia cometeu tanto acertos quanto erros. Ao mesmo tempo em que o gadget chama a atenção pela quantidade de memória RAM e pelo armazenamento interno, questões como o preço impedem que ele se destaque frente à concorrência.

Após uma semana usando o MS60 como dispositivo principal, devo dizer que estou satisfeito com o que ele tem a oferecer levando em consideração seu posicionamento de mercado. No entanto, alguns motivos — especialmente os de ordem financeira — tornam difícil recomendá-lo frente a concorrentes como o ZTE Blade A510, o LG K4 ou até mesmo produtos mais “velhinhos” com o Redmi 2 Pro.

Especificações técnicas

  • Sistema operacional: Android 5.1 Lollipop
  • Tela: IPS de 5,5 polegadas
  • Resolução: 1280x720 pixels
  • Densidade: 320 dpi
  • Chipset: MediaTek MT6735P
  • Processador: quad-core de 1,3 GHz
  • GPU: Mali-T720
  • Memória RAM: 2 GB
  • Armazenamento interno: 16 GB (acompanha cartão micro SD de 16 GB)
  • Câmera fotográfica: 13 megapixels
  • Câmera frontal: 8 megapixels
  • Bateria: 2.500 mAh
  • Conectividade: 3G, 4G e WiFi 802.11 b/g/n
  • Dimensões: 15,7 x 7,8 x 0,8 cm
  • Peso: 110 gramas
  • Extras: 3 capas coloridas e capa de proteção
  • Preço sugerido: R$ 899

Design

Basta olhar para o MS60 para entender que estamos lidando com um aparelho do segmento de entrada. Apresentando acabamento em plástico, o gadget conta com bordas laterais relativamente grandes e um visual-padrão que presa mais pela funcionalidade do que pelo apelo visual: em outras palavras, o posicionamento de elementos como câmera, botões e tela seguem padrões já bem conhecidos pelos consumidores.

O smartphone está longe de poder ser considerado feio, mas não há nele nenhum elemento que chame a atenção e o torne mais atraente do que os concorrentes. Dito isso, é preciso elogiar o fato de que a fabricante oferece três opções de proteção traseira (nas cores azul, branco e rosa) e já inclui uma proteção plástica e uma película no pacote oferecido aos consumidores.

A proteção traseira é removível — assim como a bateria —, mas fazer isso não é um processo muito fácil. A maneira como a proteção se encaixa no corpo do aparelho dificulta sua remoção, o que torna recomendado usar ferramentas adicionais para realizar o processo — caso contrário, é um tanto fácil machucar seus dedos e unhas ao tentar realizá-lo.

O MS60 concentra o botão Power e os controladores de volume em sua lateral direita, enquanto na parte superior o consumidor encontra uma conexão micro USB e uma entrada para fones de ouvido. O modelo aposta em três botões capacitivos para a navegação pelos menus do Android que possuem retroiluminação própria — característica que ajuda a usar o celular em ambientes com pouca iluminação.

Embora o dispositivo seja grande (até mesmo quando comparado a outros produtos com telas semelhantes), ele é surpreendentemente leve. Muito disso se deve ao uso de materiais plásticos em sua construção, algo que permitiram à Multilaser atingir a marca de somente 110 gramas.

Tela

A tela de 5,5 polegadas é um dos aspectos que mais chama a atenção no MS 60. A resolução HD (1280x720 pixels) é muito boa para a categoria do aparelho e permite ver elementos de forma bastante clara. Também chama positivamente a atenção a maneira como o gadget reproduz cores e seu bom nível de brilho máximo.

Os ângulos de visualização do display são bons, mas ele peca por ser bastante reflexivo quando exposto a ambientes com uma iluminação forte. Em outras palavras, você pode ter alguma dificuldade em usar o dispositivo no ar livre durante dias ensolarados ou em locais nos quais há muitas fontes de luz próximas.

O lado ruim do tamanho da tela é o fato de que é um tanto difícil navegar por ela usando somente uma mão. Enquanto outros produtos corrigiram isso investindo em designs com bordas laterais mais discretas e soluções de software, o produto da Multilaser continua exigindo certos “alongamentos” dos dedos na hora de usá-lo.

Desempenho e software

Equipado com um processador quad-core da MediaTek, o MS60 consegue cumprir bem tudo aquilo que esperamos de um smartphone considerado de entrada. Ele não teve qualquer problema em navegar pela internet ou durante o acesso a redes sociais — também conseguindo lidar bem com jogos mais leves como Pokémon GO e Burrito Bison, entre outros.

O dispositivo também apresentou um bom desempenho multitarefa graças aos seus 2 GB de memória RAM, superando facilmente concorrentes como o ZTE Blade nesse quesito. Para completar, não houve qualquer congelamento ou lentidão na hora de assistir a vídeos pelo YouTube e pelo Netflix,  embora o sistema de notificação de alguns apps tenha resultado na exibição de mensagens de erro.

Infelizmente, quem decidir apostar na compra do aparelho vai ter que se contentar em ficar preso na versão Lollipop (5.1) do Android, sem nenhuma previsão da chegada de uma atualização. Embora a fabricante ganhe pontos por não encher a memória de “bloatwares” (apps indesejados), incomoda o fato de que o dispositivo vem pré-configurado para exibir propagandas variadas.

Benchmarks

Nos testes realizados pelo TecMundo, usamos três softwares de benchmark para analisar e comparar o desempenho de cada smartphone. São eles o AnTuTu, o Vellamo e o 3D Mark (teste IceStorm Unlimited), cada um especializado em medir aspectos diferentes de software e hardware.

O teste IceStorm Unlimited da 3D Mark é usado para analisar tanto o potencial da CPU quanto da GPU de um dispositivo. Costumamos usar essa opção pois ela dispensa o uso de técnicas de V-Sync e funciona de maneira especializada em promover a comparação direta entre o que é oferecido por diferentes eletrônicos — quanto maior a pontuação mostrada, melhor é o gadget.

O AnTuTu Benchmark 6 promove uma análise mais geral dos smartphones, analisar critérios como CPU, GPU e memória RAM. Os resultados obtidos nessas diferentes áreas são somados e geram uma pontuação única. Quanto maior o valor indicado, melhor será a performance de um produto.

Já o Vellamo promove dois testes especializados: HTML5 e Metal. O primeiro avalia a forma como um dispositivo promove a navegação pela internet, enquanto o segundo indica a performance geral do processador. Novamente, quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Câmeras

Assim como acontece com outros aparelhos de entrada, as câmeras do MS60 conseguem fazer as funções básicas que se espera dela, mas não vão muito além disso. As fotografias registradas com a lente principal têm qualidade suficiente para serem usadas em redes sociais, e recursos como o HDR possibilitam conseguir alguns resultados interessantes.

No entanto, o desempenho em ambientes pouco iluminados é decepcionante independente do mecanismo que está sendo usado. Isso fica especialmente evidente na hora de registrar as famosas “selfies”, que costumam surgir com iluminação insuficiente e uma resolução aquém do aceitável.

O software-padrão oferecido pela Multilaser oferece alguns ajustes interessantes em quesitos como exposição, mas não espere encontrar aqui soluções tão completas quanto as vistas em tops de linha como o LG G4 e o Galaxy S7. No geral, o MS60 tem um desempenho aceitável em dias ensolarados e locais com boa iluminação, mas você provavelmente vai se decepcionar nos momentos que tiver que depender do flash para capturar uma cena.

Bateria

Um dos pontos positivos da bateria do MS60 é a duração de sua bateria. Em nossos testes, o smartphone conseguiu reproduzir 10 horas consecutivas de vídeos online com seu brilho de tela configurado para metade de sua capacidade máxima — uma boa marca para um gadget que trabalha com um componente de 2.500 mAh.

Isso significa que, usado de maneira moderada, o dispositivo oferece poder suficiente para que você passe mais de um dia completo longe das tomadas. Obviamente, esse valor diminui bastante caso o usuário costume escutar músicas por streaming, assistir a muitos vídeos ou usar apps de comunicação de maneira constante, especialmente se a tecnologia 3G serve como base para essas atividades.

Vale a pena?

O MS60 é um celular que sem dúvidas oferece aquilo que se espera de um modelo de entrada, mas que sofre um pouco por disputar atenção com outros produtos mais atraentes do ponto de vista financeiro. Vendido oficialmente a R$ 899 (embora já seja possível encontrá-lo a R$ 740), o gadget tem um preço alto demais para competir com produtos com hardware semelhante como o LG K4 e o ZTE Blade A510 — ou até mesmo com o “velhinho” Redmi 2 Pro.

Com um design que não é exatamente atraente, o aparelho da Multilaser ganha alguns pontos por apostar em 2 GB de memória RAM — característica ainda em comum em produtos de sua categoria. No entanto, a falta de um verdadeiro diferencial faz com que seja difícil recomendar ao consumir optar por ele na hora de abrir a carteira.

O MS60 sem dúvida é um bom aparelho para quem se foca em realizar tarefas consideradas “básicas” e não quer ter que investir muito para conseguir fazer isso. No entanto, é uma boa ideia esperar por uma futura redução de preços antes de investir em sua compra, algo que não deve demorar a acontecer vista a grande competitividade do segmento em que ele se encaixa.

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