inDrive lança categoria de serviços e quer liderança de apps de corridas

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Imagem: InDrive/Reprodução

O aplicativo de transporte individual inDrive chegou ao Brasil em 2018 (na época tinha o nome de inDriver, mas sofreu um rebranding em 2022) em um mercado que já era dominado por Uber e 99. Cinco anos depois, a empresa mira a liderança no setor de apps de mobilidade e expande sua atuação até para contratação de profissionais como encanadores e cabeleireiros.

Em entrevista ao TecMundo, Thyerry Mendes, gerente comercial da inDrive, afirma que no ano passado o empreendimento teve um crescimento de 70% no número de corridas e 50% de aumento de motoristas trabalhando pela plataforma.

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Ele conta que 2022 foi um ano positivo e de consolidação para o serviço. Apesar disso, o executivo lembra de alguns desafios, principalmente os econômicos. As altas nos preços dos combustíveis pela Petrobras acabaram afetando clientes e principalmente trabalhadores, que tiveram que repensar a forma que atuam para não ter prejuízo dirigindo pelas cidades.

Gasolina

“Como o modelo de precificação da inDrive foca na negociação justa entre passageiro e motorista, nós temos parâmetros de preços mínimos e recomendados, que foram muito importantes durante o cenário de combustíveis mais caros”, explica Mendes.

Falando sobre a precificação, ele se refere ao diferencial da inDrive, que permite uma negociação do valor da corrida entre cliente e motorista, quase como se fosse um leilão.

Só que ao mesmo tempo em que defende esse modelo de negócios mais flexível, o executivo salienta que a plataforma foi a primeira a reajustar os valores após os aumentos dos combustíveis em 2022 para que trabalhadores não ficassem no prejuízo e clientes sem carros disponíveis.

Contra a 'injustiça' dos algoritmos

Atualmente funcionando em mais de 150 cidades brasileiras (incluindo todas as capitais) e 18 países da América Latina, a inDrive está crescendo. No ano passado, de acordo com o Statista, o app foi o oitavo mais utilizado no país na categoria mobilidade, que é liderada pelo Uber.

Mendes argumenta que dentre os fatores para o crescimento da empresa por aqui está o bom balanço dos benefícios oferecidos a todos os envolvidos no negócio. Para ele, o passageiro ao negociar com o motorista não pensa em “abusar”, já que “entende que não é saudável para quem trabalha com aplicativos receber muito pouco por uma corrida”.

Do outro lado, o gerente comercial defende que o negócio também é muito bom para o motorista. Enquanto Uber tem taxas variáveis (a empresa informa que sempre a maior parte fica com o motorista) e a 99 tem taxas de até 19,99% por semana, a inDrive informa cobrar no máximo 9,9% de taxa por corrida. Na verdade, num período de seis meses até um ano a empresa opera com 0% de cobrança, e depois disso o valor fica entre 9,5% e 9,9%.

Aplicativo

Mas em um mercado tão competitivo e concentrado quanto o de apps de transporte individual, como concorrer com empresas tão grandes como o Uber cobrando bem menos dos trabalhadores?

“Esse modelo de negociação peer-to-peer (P2P) [onde uma ponta se comunica com a outra] entrega uma eficiência financeira muito grande e por isso é uma tendência. Conforme ele vai se popularizando, é um caminho sem volta para as pessoas aderirem e o sistema ganhar força. Acreditamos que podemos chegar no topo deste mercado [de mobilidade]”, sustenta Mendes.

O executivo da inDrive é ainda mais enfático na defesa do modelo P2P dizendo que a empresa oferece uma alternativa ao que ele chama de “injustiça dos algoritmos”.

InDrive

Com o termo, Mendes está se referindo às operações matemáticas que nos outros apps definem os preços sem interferência humana. Na visão da inDrive, deixar o cálculo na responsabilidade do computador acaba causando distorções – como as tarifas dinâmicas – que não atenderiam aos interesses reais de passageiros e motoristas.

“A inDrive chegou com uma proposta inovadora de lutar contra a imposição das demandas, prezar pela liberdade de escolha e transparência. Fazemos isso priorizando uma operação enxuta, não baseando nosso crescimento em subsídios e não ‘queimando’ o dinheiro do investidor”.

Novo serviço

Sem revelar números, a inDrive planeja para 2023 crescer de maneira sustentável e de maneira capilarizada pelo país, inclusive, alocando mais pessoas e recursos pelos estados brasileiros.

Com o Brasil já na terceira colocação dentre os maiores mercados da inDrive no mundo (a empresa está em mais de 700 cidades espalhadas por 47 países), o aplicativo terá neste ano novidades como a categoria Serviços.

Já em funcionamento em fase de testes, a modalidade que conecta clientes e profissionais que realizam algum tipo de serviço será lançada no primeiro semestre. Baseado no mesmo modelo de negociação da vertical de corridas, o formato funciona com trabalhadores colocando sua mão de obra à disposição e os clientes informando quanto estão dispostos a pagar pelo “trampo”.

InDriveA vertical de serviços se soma a realização fretes, entregas e interurbanos, além das corridas tradicionais

“Os usuários vão poder encontrar encanadores, chaveiros, cabeleireiros, prestadores de serviço de limpeza doméstica e diversos outros profissionais. Todas estas pessoas podem ser buscadas dentro do aplicativo e aparecem em formato de lista”, explica Mendes.

O executivo da inDrive comenta que esta será mais uma fonte de demanda para os profissionais, onde eles poderão se conectar com potenciais novos clientes. E para estas pessoas, a taxa cobrada é de 0% atualmente e no futuro ela pode ser de no máximo 9,9% também.

E a segurança de quem recebe o prestador de serviços? Sobre isso, Mendes comenta que como os profissionais normalmente entrarão nas casas das pessoas para efetuar o trabalho, haverá um diálogo maior entre os lados.

Encanador

“Nós teremos novos filtros como agendamento do horário, local para se encontrar e etc. Além disso, todos os parceiros que oferecem o trabalho já passam por análise de documentação, o que garante mais tranquilidade para quem contrata o serviço. Nesta nova modalidade, os comentários de outras pessoas serão ainda mais importantes, já que clientes passados poderão falar se gostaram do serviço e qual a avaliação geral do que foi prestado. Essa troca será de suma importância para girar a economia”, finaliza.

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