Quanto 'Dungeons and Dragons: Honra entre Rebeldes' rola no D20? [crítica]

Atenção: esta crítica pode conter alguns spoilers. Crítica escrita por um Dungeon Master com mais de 20 anos de experiência em D&D.

• Nome: Honra entre rebeldes
• Jogador: John Francis Daley e Jonathan Goldstein
• Classe: Filme do ano
• Força: 15
• Agilidade: 10
• Inteligência: 12
• Carisma: 20
• Talentos: Chris Pine e Michele Rodríguez
• Fraquezas: não credita os criadores de D&D, nem o Criador de Forgotten Realms por suas contribuições ao filme
• História:

"Dungeons and Dragons: Honra entre Rebeldes" chega aos cinemas trazendo um sopro de novidades, mas usando uma fórmula conhecida: uma divertidíssima comédia de ação. É como se você colocasse "A Princesa Prometida", "Piratas do Caribe" e "Guardiões da Galáxia" em um liquidificador e tirasse o melhor deles.

Os personagens não são heróis incríveis que realizam feitos épicos, mas sim pessoas falhas que cometem vários erros, sendo um destes erros os responsáveis por toda a trama do filme.

Reprodução/Paramount

Chris Pine oferece todo seu carisma e simpatia no papel de um Harpista (uma das guildas explicadas no filme), que brilha ao lado da incrível Michele Rodriguez, uma bárbara com um grande coração — e força maior ainda.

Destaque também para Sophia Lillis, como Doric, uma druidesa — pois é, a palavra parece mesmo estranha — com a capacidade de assumir a forma de várias criaturas.  Isso coloca a personagem em uma das cenas de fuga mais espetaculares do filme,  que ainda a coloca na trupe protagonista por um dos mais nobres objetivos.

Alguns fãs do RPG podem torcer o nariz para algumas flexões das regras em relação ao que mostra o filme, mas essas pequenas adaptações ajudam a deixar o filme mais interessante. Se você já jogou, pense nisso tentando ver os roteiristas como um Dungeon Master generoso.

E falando em Dungeon Master, ou "Mestre dos Magos" como foi traduzido no Brasil para uma certa animação que muitos amam e guardam com carinho... A resposta para sua pergunta é "sim", nossos jovens aventureiros de Caverna do Dragão fazem uma rápida aparição no filme.

Reprodução/Paramount

Isso foi revelado nos trailers, mas é importante notar que algumas coisas ainda foram guardadas para a telona. Para os que já conhecem Forgotten Realms — o universo criado por Ed Greenwood, e onde se passa o filme — algumas localizações e personagens ficaram muito bem representadas. Inclusive, é bem legal ver como um certo personagem muito famoso dos Reinos Esquecidos se apresentou durante o filme.

E se você acha que o trailer entregou tudo sobre o filme, fico feliz em informar que não. Desde a trama do filme em si até a esperada batalha final, tudo ficou muito bem escondido para o momento certo, seja com o urso coruja, seja com o imenso Dragão Vermelho que já vimos.

"Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" conta também com vários efeitos práticos, alguns muito bons, mas alguns meio toscos. Uma cena especifica onde aparecem personagem que pertencem a um povo-gato ficou com cara de TV Colosso de baixo orçamento, mas como o filme não se propõe a ser um épico sério demais, isso pode não ser considerado um demérito.

Apesar de ser um filme que segue uma receita bem conhecida atualmente para filmes de equipe, "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" é um filme divertido, com personagens interessantes, um mundo vivo, variado e colorido, onde você pode se permitir rir e se emocionar, assim como se conectar a esse simpático grupo de aventureiros.

Se fosse dar uma nota, seria facilmente 9/10.

Eduardo Augusto Witkoski é Ranger Nível 4/Dungeon Master Nível 20, Podcaster aficionado por Cinema, RPG e quadrinhos. Sonha em conhecer a SDCC.