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Matt LeBlanc rebate críticas de que Friends seria politicamente incorreta

schedule26/02/2018, às 20:39

Faz quase 2 anos que a Netflix incluiu as 10 temporadas de Friends em seu catálogo brasileiro. No Reino Unido, porém, os 236 episódios da série só foram disponibilizados agora, no começo de 2018. Consequentemente, uma nova leva de espectadores, muitos deles jovens o suficiente para não terem acompanhado a série entre 1994 e 2004, teve o primeiro – e não tão positivo – contato com a produção norte-americana.

Em geral, a audiência tem reconhecido que a série é, sim, uma excelente produção, mas com ressalvas. As percepções negativas sobre Friends provam que os tempos mudaram e que o público, hoje, está mais sensível e crítico a piadas e certos posicionamentos que eram corriqueiros nas décadas de 90 e 2000.

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Matt LeBlanc sai em defesa de Friends

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Questionado, Matt LeBlanc, que interpretou Joey Tribbiani na série, saiu em defesa da produção. “Ouvi rumores de que as pessoas estavam disparando críticas contra Friends, mas não quero entrar nesse assunto. Discordo de tudo”, disse.

Para o ator, Friends fez o possível para se esquivar do que era politicamente incorreto na época. E completou: “Os temas da série são atemporais – confiança, amor, relacionamento, traição, família e coisas do tipo”.

Para os críticos, não é questão de acabar com a reputação de uma série que está entre as mais queridas de todos os tempos, mas de observar como os parâmetros mudaram desde aquela época e refletir sobre como lidamos hoje com questões similares às que têm gerado polêmica em Friends. É simplesmente impossível desconsiderar o contexto em que a série foi gravada, mas ao mesmo tempo não se pode deixar para trás as reflexões que ela alimenta hoje, mais de uma década depois do fim. A indústria e a sociedade têm mesmo de ser mais respeitosas e inclusivas, e parte do exercício está em olhar para trás e repensar o que é feito daqui para a frente.

As polêmicas no enredo da série

A internet está repleta de listas e discussões sobre pontos polêmicos do enredo de Friends, a maioria delas centrada em questões relacionadas a sexismo, homofobia, gordofobia e falta de representatividade.

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Ross, por exemplo, é um namorado com traços de comportamento abusivo e um pai que repreende o filho por brincar com uma Barbie (ele chega a sugerir que a criança aprendeu a "transgressão" com a mãe, homossexual), além de reagir negativamente ao fato de o candidato ao cargo de babá do filho ser um homem (Freddie Prinze Jr.).

Em certo ponto da série, Ross também se relaciona com uma aluna – atitude considerada antiética –, e Rachel contrata um rapaz (Tag) menos qualificado (porém mais atraente) que a candidata verdadeiramente mais preparada para o cargo.

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Chandler é obcecado pelo fato de ser percebido como gay, como se isso fosse motivo para vergonha, além de rejeitar o pai transgênero. É um personagem que precisa afirmar sua sexualidade com frequência, como se ela estivesse em perigo.

Monica, por sua vez, foi retratada como gorda na adolescência e é motivo de chacotas que reforçam estereótipos desnecessários e fortalecem a gordofobia. Seguindo a mesma lógica, a série é incapaz de, em dez anos de existência, explorar mais do que duas personagens fixas fora da realidade dos seis personagens centrais, todos brancos. Foram elas: Julie (8 episódios), a namorada asiática de Ross, e Charlie Wheeler (9 episódios), que era negra – representatividade quase nula.

E você, concorda que, apesar de ser uma série incrível, Friends, hoje, suscita um debate delicado e necessário?

Este texto foi escrito por Rodrigo Sánchez Paredes via n-Experts.

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