The Handmaid's Tale: 4 vezes em que a série não foi fiel ao livro de Atwood

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Adaptar uma obra literária para o cinema ou a TV não é tarefa fácil. Além de todas as questões técnicas envolvidas na mudança, roteiristas, produtores e atores sempre se veem diante de um dilema na hora de levar uma história do papel para as telas: como criar algo novo sem perder a essência da obra de origem?

The Handmaid's Tale, série da Hulu cuja primeira temporada foi toda baseada em "O Conto da Aia", livro de Margaret Atwood publicado em 1985, é um bom exemplo de como é possível, sim, fazer adaptações que mantêm as equivalências necessárias e propor, ao mesmo tempo, mudanças inovadoras e convincentes.

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Além de toda a recontextualização da história para os dias atuais – o que inclui o uso de smartphones e até uma menção à Uber –, os criadores deThe Handmaid's Tale recorreram a adaptações que nos fazem refletir: afinal, será que a literalidade é a única maneira de se manter fiel à obra de origem? Talvez não, e aí vão algumas provas:

A série teve de revelar o verdadeiro nome de Offred

Em "O Conto da Aia", Margaret Atwood nunca chega a revelar o verdadeiro nome de Offred (Elizabeth Moss). Quando receberam a missão de adaptar o livro para a TV, porém, os roteiristas se viram diante de um dilema: como apresentar os flashbacks da personagem, ou seja, as cenas de quando ela ainda não era uma aia, sem a nomear? Foi aí que a equipe decidiu aceitar uma suposição dos leitores e adotar June como o nome de batismo de Offred anterior à implantação de Gilead.

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A tese de que June seria o nome de Offred veio da observação de uma cena do livro. Nela, as aias aproveitam o silêncio da noite no Centro Vermelho para trocar seus nomes verdadeiros enquanto estão deitadas sem a supervisão das Tias. Dos nomes citados (Alma, Janine, Dolores, Moira e June), só o último não volta a ser associado a uma personagem no desenrolar da história. Foi, por isso, o nome associado a Offred. Em [url=https://www.nytimes.cohttps://tm.ibxk.com.br/2017/03/10/books/review/margaret-atwood-handmaids-tale-age-of-trump.html]entrevista[/url] ao The New York Times, Atwood disse que esse não era o seu plano, mas que a suposição “é cabível, então os leitores podem usá-la, se quiserem”. E assim foi: no primeiro episódio de The Handmaid's Tale, Offred revela que se chama June.

Na TV, Gilead foi retratada com muito mais diversidade

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A Gilead do livro de Margaret Atwood é um ambiente predominantemente branco e heterossexual. Na adaptação para a TV, porém, se transforma em um lugar onde negros e homossexuais estão muito mais presentes – Luke (O. T. Fagbenle), Moira (Samira Wiley) e Ofglen (Alexis Bledel) são os exemplos mais claros –, e com papéis de resistência bem mais definidos. De acordo com Bruce Miller, criador da série, a mudança foi necessária. Afinal, como criticar o racismo produzindo um programa de TV que não tem diversidade? Impossível.

A primeira temporada excluiu Holly da história

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A primeira temporada deThe Handmaid's Tale simplesmente deixa para trás a história de Holly (Cherry Jones), mãe de June. O erro só é desfeito na segunda, quando a personagem é finalmente introduzida na trama, retratada como uma feminista convicta, que critica as escolhas da filha (especialmente sua vida amorosa e profissional) e a apatia de uma geração que parece não dar o devido valor às conquistas pelas quais tantas mulheres lutaram nos anos 60.

A June da série é uma mulher mais forte

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No livro de Margaret Atwood, June é uma personagem menos confrontadora. Ela não se envolve nos primeiros protestos em resposta à proibição de as mulheres exercerem atividades profissionais nem atende ao pedido de Ofglen para que espie seu comandante. Na TV, June se transforma no maior símbolo de resistência às arbitrariedades de Gilead – para a nossa sorte, uma contraposição impactante tanto à June idealizada por sua mãe, Holly, quanto àquela descrita no livro.

E você, notou algum detalhe de The Handmaid's Tale que, apesar de ser diferente do livro, acabou resultando em uma adaptação interessante? Compartilhe nos comentários!

Este texto foi escrito por Rodrigo Sánchez Paredes via nexperts.

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