Oscar 2019: indicados refletem diversidade e títulos estrangeiros (análise)

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O anúncio dos indicados ao Oscar 2019, na manhã desta terça-feira (22), trouxe novidades e surpresas para esta temporada de premiações, com filmes e estúdios quebrando recordes enquanto novos favoritos assumem a liderança na corrida ao grande prêmio do cinema.

Roma, de Alfonso Cuarón, ganha força ao somar 10 indicações, incluindo a primeira nomeação da Netflix ao Oscar de Melhor Filme. O drama, inspirado na história de vida do próprio diretor, venceu a barreira linguística e o preconceito com títulos estrangeiros, além de render à Yalitza Aparicio, em sua primeira experiência de atuação, uma indicação ao lado de atrizes consagradas.

A abertura a produções estrangeiras se confirma também nas indicações de Guerra Fria, um filme polonês que entrou na disputa em três importantes categorias: Filme Estrangeiro, Direção (para Pawel Pawlikowski) e Direção de Fotografia (assim como Roma, Guerra Fria é uma produção em preto e branco). E não podemos nos esquecer ainda de A Favorita, produção britânica que empatou com Roma em número de indicações, incluindo uma nomeação ao diretor grego Yorgos Lanthimos.

A Favorita, do diretor grego Yorgos Lanthimos, lidera a disputa do Oscar 2019 ao lado de Roma - ambos com 10 indicações.

A maior presença de filmes e realizadores de língua não inglesa parece refletir a decisão da Academia de convidar mais membros estrangeiros para fazer parte da comissão do Oscar (928 novos membros votantes de 59 países foram adicionados recentemente).

Ao mesmo tempo, produções com foco na diversidade e na representatividade de minorias continuam conquistando o reconhecimento da Academia, como se nota pelas múltiplas indicações de Pantera Negra, Green Book: O Guia e Infiltrado na Klan, dando continuidade ao movimento social que vem (felizmente) dominando Hollywood.

Quem assume a liderança ao Oscar 2019?

Além das mudanças e novas tendências, as indicações ao Oscar 2019 parecem colocar a temporada de premiações em um novo rumo.

Depois de meses de forte badalação em torno de Nasce Uma Estrela e Pantera Negra, a reta final começa a se definir como uma disputa entre Roma, A Favorita e, até segunda ordem, Green Book: O Guia (fortalecido pela importante vitória no PGA, prêmio do sindicato de produtores).

Para entender quais são os títulos que mais se beneficiam com as nomeações desta terça-feira, é preciso analisar o histórico do Oscar, em especial sobre as principais categorias. Por exemplo, a ausência de Bradley Cooper entre os diretores certamente tira o brilho de Nasce Uma Estrela neste momento.

Em contrapartida, o importantíssimo prêmio de Edição (a categoria que mais coincide com o Oscar de Melhor Filme) lista A Favorita, Green Book: O Guia, Vice, Bohemian Rhapsody e Infiltrado na Klan, mas ignora Roma, Pantera Negra e, novamente, Nasce Uma Estrela.

Sem indicações de direção e edição, Nasce Uma Estrela perde força para o Oscar 2019.

Por essa leitura, podemos entender que A Favorita é o filme que mais se fortalece neste momento ao assegurar indicações ao prêmio principal, ao trio de atrizes, além dos decisivos prêmios de direção, roteiro, fotografia e edição – algo que nenhuma outra produção alcançou neste ano.

Mas o Oscar, como falamos acima, vem mudando a cada edição, e nada garante que uma produção “favorita” venha a subir ao palco ou que um filme com poucas indicações não possa surpreender na cerimônia do dia 24 de fevereiro. Mas, vale dizer, parte da diversão de acompanhar a premiação é justamente a quebra da previsibilidade, não é mesmo?

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