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The BRIEF

2026 será o ano da comunicação proativa (e não reativa)

A comunicação interna é realmente boa quando as equipes se sentem verdadeiramente conectadas às lideranças.

Avatar do(a) autor(a): Andréa Migliori - Colunista

schedule17/12/2025, às 15:00

Toda virada de ciclo traz algumas tentativas de previsões que podem ou não se concretizar, mas certas tendências não dependem tanto de adivinhação quanto dependem de dados e observação. Uma delas é a mudança na comunicação interna das empresas — algo que já tem acontecido nos últimos tempos e só se acelera a cada ano.

Segundo um dos relatórios mais recentes do Institute of Internal Communication do Reino Unido, a comunicação interna é realmente boa quando as equipes se sentem verdadeiramente conectadas às lideranças. O problema é que apenas 13% das pessoas sentem que suas organizações chegam nesse nível. Daí surgem os riscos: alta rotatividade, dúvidas sobre a gestão, conflitos, falta de engajamento e queda na produtividade.

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Já passou da hora de mudar, mas a verdade é que a maior parte das empresas ainda opera numa lógica reativa. Só comunicam quando algo já deu errado, só esclarecem quando alguém pergunta diretamente, só se alinham quando o desgaste já aconteceu.

O cenário atual não permite mais esse comportamento. A velocidade do trabalho e a complexidade das equipes exige outra postura. No próximo ano, algumas organizações vão repetir o ciclo, mas outras vão aprender a confiar na comunicação proativa. Ela é o oposto daquilo que causa o caos organizacional.

A comunicação proativa nasce antes do problema. Ela prevê ruídos e identifica pontos cegos. Ela considera a experiência real das pessoas no fluxo de trabalho. Isso muda tudo! Quando a informação chega antes da dúvida, o time trabalha com segurança. Além disso, há um impacto emocional que não pode ser ignorado. Equipes que não sabem o que está acontecendo passam o dia tentando adivinhar o que a liderança espera, o que é altamente desgastante. Já se a comunicação flui de forma clara e antecipada, toda essa energia é usada para entregar valor, e não para decifrar instruções e ficar com a ansiedade no máximo o tempo inteiro.

Outro ponto importante é que a comunicação proativa fortalece a confiança entre áreas. Ela evita retrabalho silencioso e conflitos desnecessários, daquele tipo que dá a sensação de sempre faltar alguém completando alguma coisa para finalizar o job. Agora, se cada pessoa entende seu papel no todo desde o começo, tudo flui naturalmente.

Vejo esse movimento crescer em empresas que estão se estruturando de forma inteligente, tanto na cultura de seus times quanto no uso de ferramentas que ajudam nessa integração, para que ninguém dependa de mensagens espalhadas e “quem disse o que”. É o caso da intranet, por exemplo. O relatório Intranet no Brasil 2025, da Workhub, que analisa as interações de 160 mil pessoas em 74 empresas, indica que a taxa geral de adoção da intranet é de 70%. Entre as lideranças, o engajamento é de 93%, e no operacional, de 76%. Isso mostra um alto índice de incorporação das funcionalidades à rotina de trabalho.

Acredito que 2026 será um ano importante para o mercado entender o impacto desse tipo de comunicação, e como isso é estratégico em todos os sentidos. A maturidade das organizações vai aparecer na capacidade de informar o caminho antes de cobrar a chegada. Só é preciso compreender que comunicação proativa não é sobre falar mais, mas sim sobre cuidar do contexto para que o trabalho aconteça sem desperdício. E quem fizer isso direito não vai apenas crescer. Vai liderar.