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The BRIEF

Crise das memórias: PCs corporativos da Dell devem ficar até 30% mais caros

Fabricante confirmou medida em documento interno; chips subiram muito de preço pela alta demanda no setor de IA.

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

schedule15/12/2025, às 16:00

updateAtualizado em 15/12/2025, às 18:04

A Dell é mais uma empresa de eletrônicos que vai reajustar o preço dos produtos da marca por causa da atual crise no mercado de memórias. No caso da fabricante tradicional de PCs, o reajuste ficará entre 10% e 30% dos valores atuais e é válido para vendas corporativas.

A informação é do site Business Insider, que teve acesso a um documento interno enviado pela empresa aos funcionários. Um porta-voz da Dell não desmentiu a reportagem e citou ainda que a marca "toma ações relacionadas a preços quando necessário".

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O memorando foi enviado em 9 de dezembro para a equipe e cita a mudança somente para o setor corporativo, que é responsável por cerca de 85% da receita anual na divisão de computadores da empresa. Corporações de todos os tamanhos nos Estados Unidos são alguns dos maiores clientes da Dell atualmente.

A medida começa a valer nesta quarta-feira (17) e afeta modelos como o Dell Pro e o Dell Pro Max, além de notebooks focados em IA e até um modelo de monitor. O reajuste depende das especificações técnicas do modelo, especialmente na quantidade RAM e no armazenamento interno.

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O Dell Pro 16. (Imagem: Divulgação/Dell)

No preço original em dólares, o aumento pode chegar a US$ 765 (ou R$ 4,1 mil em conversão direta de moeda) a mais por um aparelho top de linha. Confira abaixo as mudanças de preço já conhecidas no catálogo da marca:

  • Dell Pro e Pro Max com SSD de 1 TB —  entre US$ 55 e US$ 135 a mais
  • Dell Pro e Pro Max de 32 GB de RAM — entre US$ 130 e US$ 230 a mais
  • Dell Pro e Pro Max com 128 GB de RAM — entre US$ 520 e US$ 765 a mais
  • Monitor Dell Pro 55 Plus — US$ 150 a mais
  • Notebook para IA com GPU RTX Pro 500 de 6 GB — US$ 66 a mais
  • Notebook para IA com GPU RTX Pro 500 de 24 GB — US$ 530 a mais

A Dell também já teria avisado vendedores e representantes comerciais sobre a alta nos preços, explicando que o motivo tem a ver com a crescente crise no setor de chips de memória em decorrência da indústria de inteligência artificial (IA).

As orientações, segundo a reportagem original, incluem priorizar vendas para os maiores clientes e reduzir os descontos oferecidos. Ainda não há informações oficiais do reajuste e nem uma confirmação por parte da divisão brasileira da companhia sobre um possível reajuste.

O que diz a empresa

Na nota enviada ao Business Insider, o porta-voz da companhia reforça que outros integrantes da indústria também fazem mudanças de acordo com as circunstâncias, "na medida em que mantém continuidade do estoque e comprometimento com os valores para o cliente, como outros na indústria".

"Nossa linha de produção é resiliente e globalmente diversa. Ela é desenhada para oferecer a flexibilidade necessária quando navegamos por dinâmicas macroeconômicas, regulatórias e comerciais", diz ainda a nota.

Crise de chips de memória deve piorar

A escassez de memórias citada pela Dell como responsável pelo aumento no preço dos eletrônicos é um fenômeno observado há poucos meses e com efeito crescente.

O caso envolve a demanda alta por chips de memória de IA e a prioridade que fabricantes de semicondutores agora tão para esse tipo de componente — encomendas maiores e mais lucrativas para ambas as partes envolvidas.

Por outro lado, há uma queda na entrega de memórias DRAM e NAND, que são essenciais para a montagem de eletrônicos como computadores e smartphones. Como resultado, o preço desses chips está em alta e isso acaba repassado ao consumidor no valor final do produto.

Lojas dos EUA até já tiraram o preço de memórias das prateleiras por causa do valor instável. Fora a Samsung, Asus e a AMD são apenas algumas das empresas que ao menos mencionaram a alta de preços. Já a Micron confirmou o fim da linha Crucial, também para se dedicar ao mercado de IA.

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