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'Corda no pescoço do cinema': produtores querem barrar compra da Warner pela Netflix

Em anonimato, um grupo de produtores e diretores renomados teriam enviado uma carta ao Congresso dos EUA, alertando para o perigo da fusão.

Avatar do(a) autor(a): Felipe Vitor Vidal Neri

schedule05/12/2025, às 10:36

'Corda no pescoço do cinema': produtores querem barrar compra da Warner pela Netflix

A Netflix anunciou a compra da Warner Bros. por US$ 82 bilhões (cerca de R$ 435 bilhões na cotação atual) nesta sexta-feira (05), e um grupo de produtores deseja barrar o negócio. Em uma carta anônima enviada ao Congresso norte-americano, um “consórcio de importantes empresas do setor” alerta sobre os riscos desta compra bilionária para a indústria cinematográfica.

Uma carta foi enviada aos congressistas de ambos os partidos na última quinta-feira (04), por meio de um coletivo que se identifica como “produtores de filmes preocupados”. Como aponta o site Variety, além de produtores, esse grupo também teria uma série de cineastas renomados envolvidos, que escolheram o anonimato por medo de futuras retaliações.

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A grande preocupação do coletivo é que a Netflix “efetivamente colocaria uma corda no pescoço do mercado cinematográfico”. Uma das ideais do acordo prevê que os filmes da Warner teriam uma janela de somente duas semanas nos cinemas, e depois já chegariam nas plataformas de streaming correspondentes. Outras fontes indicam que o período de lançamento no cinema seria um pouco maior.

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Compra da Warner pela Netflix não é vista com bons olhos por boa parte da indústria (Imagem: GettyImages)

Também há o receio de uma possível concentração de poder da Netflix em Hollywood graças a essa compra. Eles afirmam que a Netflix ganharia tanta influência no mercado que poderia ditar os termos de exibição e distribuição de forma prejudicial aos concorrentes e produtores independentes.

Cinema não é o negócio da Netflix

Além dessa série de preocupações, dado o fato de que a Netflix é uma empresa de streaming, o CEO Ted Sarandos já se mostrou pouco favorável ao cinema tradicional. Em declarações passadas, o executivo teria afirmado que “levar as pessoas a um cinema simplesmente não é o nosso negócio”.

  • Com o anúncio, a Netflix encerrou um dos maiores leilões corporativos da história de Hollywood na compra de uma empresa;
  • A Paramount era outra que estava ativamente na corrida para adquirir a Warner, mas a proposta parece ter sido insuficiente;
  • O acordo está avaliado em US$ 27,75 (R$ 147) por ação, com valor patrimonial da compra batendo e US$ 72 bilhões (R$ 382 bilhões), mas que pode subir para os US$ 82,7 bilhões;
  • Caso a negociação seja interrompida por conta de reguladores internacionais, a Netflix pagará US$ 5 bilhões (R$ 26 bilhões) para a Warner;
  • O atual CEO da Warner, David Zaslav, entende que essa será a união “das duas maiores empresas de storytelling da história”;
  • Além da divisão cinematográfica da Warner, a compra também contempla o HBO Max, serviço de streaming da gigante;
  • Embora não esteja confirmado, grandes aquisições desse naipe também costumam gerar demissões em massa por parte do lado adquirido;
  • Para cobrir os custos, também não é incomum que a companhia compradora aumente o preço dos seus serviços.

A carta enviada ao Congresso solicita que a Câmara e o Senado dos EUA se manifestem publicamente contra a aquisição, e que submetam a transação “ao mais alto nível de escrutínio antitruste”. Como de costume, negócios desse tipo demoram anos até serem totalmente aprovados por órgãos regulatórios do país.


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