A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) deu voz de prisão ao empresário Daniel Pardim Tavares Lima que prestava depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets em Brasília (DF), nesta terça-feira (29). Ele foi acusado do crime de falso testemunho.
De acordo com a parlamentar, que é a relatora da CPI, o empresário mentiu ao afirmar que não conhecia a sua sócia, Adélia de Jesus Soares. A empresa de ambos, Peach Blossom River Technology, teria participação em outra, denominada Payflow, que atua com pagamentos digitais prestando serviços ao segmento de apostas online.
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“Ele começou mentindo desde o começo, dizendo que não conhecia os seus sócios. Ele mentiu mais de três ou quatro vezes, e nós demos a chance, repetimos perguntas. Ninguém constitui uma sociedade com quem você não conhece. Ele prestou o compromisso (como testemunha) de dizer a verdade naquilo que não o incriminasse”, acusou a senadora.
Na sequência, Thronicke comentou que o comportamento de Pardim não poderia ser permitido em uma CPI dentro da “maior Casa Legislativa do país”, fazendo o pedido de prisão em flagrante. A solicitação foi atendida pelos demais integrantes da comissão e o depoente acabou detido pelos policiais legislativos.
Defesa contesta prisão de empresário
Convocado para depor como testemunha, o empresário preso durante a CPI das Bets foi questionado sobre a participação da sua empresa em operações financeiras envolvendo plataformas de apostas. De acordo com a relatora, a Peach Blossom River Technology aparece em relatórios da Polícia Civil do Distrito Federal.
Soraya afirma que a empresa liderada por Pardim possui ligação com a Payflow. Esta última vem sendo investigada pela Polícia Civil do DF por indícios de transferências ilegais e lavagem de dinheiro relacionados às bets.
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Durante a tumultuada sessão, também foi levantada a possibilidade de que o depoente atuasse como um “laranja”. Conforme os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF), ele teria emprestado o seu nome para a abertura da empresa sem administrá-la diretamente.
Em relação à prisão, a defesa do empresário disse que ela aconteceu de forma arbitrária e que a CPI desrespeitou o direito do investigado a permanecer em silêncio e não produzir provas contra si garantido pela Constituição. Os advogados também acusaram Thronicke de abuso de autoridade.
O que a CPI das Bets investiga?
Aberta em novembro do ano passado, a comissão presidida pelo senador Dr. Hiran (PP-RR) foi criada com o objetivo de investigar a influência das apostas online no orçamento das famílias brasileiras. O setor vem sofrendo uma série de restrições desde o segundo semestre de 2024.
Uma suposta associação das empresas de apostas com organizações criminosas em práticas ilícitas como lavagem de dinheiro também é alvo da CPI das Bets. Além disso, os trabalhos incluem investigações sobre a utilização de influencers na divulgação dessas plataformas e, ao final, os participantes devem apresentar novas propostas legislativas para regulamentar o setor
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