Governo da Argentina quer usar a IA para analisar redes sociais e 'prever crimes'

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Imagem: Getty Images/Reprodução

O governo da Argentina anunciou esta semana que tem planos de usar soluções de inteligência artificial para monitorar a atividade dos cidadãos do país na internet com o objetivo de “prever crimes futuros”. A iniciativa levantou uma série de preocupações em relação aos direitos dos argentinos.

Gerenciado pela recém-criada Unidade de Inteligência Artificial Aplicada à Segurança, o projeto vai “patrulhar redes sociais abertas, aplicações e sites”, conforme informou o Ministério da Segurança. A ideia é investigar crimes, identificar autores e detectar situações de risco para a segurança do país no meio online.

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O governo de Milei quer monitorar a atividade online dos argentinos. (Imagem: Getty Images)O governo de Milei quer monitorar a atividade online dos argentinos. (Imagem: Getty Images)Fonte:  Getty Images/Reprodução 

A unidade também quer usar algoritmos de aprendizado de máquina na análise de dados históricos de violações às leis para prever crimes futuros e ajudar a preveni-los, além de analisar imagens de câmeras de segurança em tempo real. Neste último caso, haverá um sistema de reconhecimento facial em busca de pessoas procuradas.

Identificar padrões incomuns em redes e detectar ameaças cibernéticas com malware, phishing e outros agentes maliciosos antes que elas ocorram são outras atribuições do órgão. Há até mesmo a previsão de ações fora do ambiente virtual, com drones para patrulhar grandes áreas abertas.

Ameaça à liberdade dos argentinos

Os planos da administração do presidente Javier Milei de usar a IA na previsão de crimes, que remetem à trama do filme Minority Report, não foram bem recebidos por organizações de direitos humanos. Como a técnica envolve a vigilância do que é postado na web, há preocupações quanto à privacidade.

Uma das entidades que se manifestaram foi a Anistia Internacional. “A vigilância em larga escala afeta a liberdade de expressão porque encoraja as pessoas a se autocensurarem ou a se absterem de compartilhar suas ideias ou críticas se suspeitarem que tudo o que comentam, postam ou publicam está sendo monitorado pelas forças de segurança”, explicou a entidade, ao The Guardian.

Já o Centro Argentino de Estudos sobre a Liberdade de Expressão e Acesso à Informação lembrou que a tecnologia tem sido usada historicamente para vigiar perfis específicos, como opositores, ativistas, jornalistas e acadêmicos, ameaçando a liberdade quando utilizada sem supervisão.

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