E-POLICE é a relevância feminina nos games melhorando o mundo real

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Imagem: Wonder Women Tech

Apesar de anos de estigma como sendo majoritariamente masculino, o universo dos games, na prática, sempre foi um espaço com muitas mulheres. Tanto que na última edição da Pesquisa Games Brasil, mais de 50% dos gamers de todas as plataformas somadas são mulheres.

Mesmo com grandes mulheres, como Carol Shaw, sendo diretamente responsáveis na evolução dessa indústria, estatisticamente, o cenário gamer teve mais homens em seu desenvolvimento. Fatalmente, isso se reflete em muitas culturas machistas que ainda precisam ser derrubadas, especialmente quando o assunto é assédio.

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Espaços seguros e oficiais para denúncias

Na maioria, isso também é reflexo da regulamentação ainda confusa - quando presente - de condutas praticadas em espaços virtuais de maneira geral, seja nos jogos, seja nas redes sociais. Por mais que crimes sejam crimes, independente de onde ocorreram, para muitas pessoas continua pouco claro como proceder quando ele é praticado na internet, principalmente dentro de jogos online.

No entanto, as denúncias são elementos essenciais no processo de ressignificação desses espaços para construir ambientes menos tóxicos e mais inclusivos. O problema é que, por não saber como proceder no caso de violências online, ou mesmo para evitar o desgaste natural de conduzir uma denúncia formal nas plataformas oficiais, muitas vítimas e testemunhas simplesmente se calam.

Por essa razão, a ONG Wonder Women Tech criou a e-Police Station, uma delegacia virtual criada dentro do GTA RP que realiza a conexão entre as gamers e delegacias do mundo real. A iniciativa utiliza o mod extremamente popular para GTA V como ferramenta para combater violências sofridas por mulheres em ambientes online, como chats, servidores, chats em partidas online, e não exclusivamente do GTA.

Mulher gamerCriado pela ONG Wonder Women Tech, o e-Police Station, pretende auxiliar no combate a violência sofrida por mulheres no universo dos games. Fonte: Getty Images

Basta ir com seus personagens até a E-POLICE e seguir as orientações da plataforma com o passo a passo para registrar Boletins de Ocorrência reais sem precisar se expor. Da mesma forma que muitas pessoas se aproveitam do intermediário das telas para praticarem essas violências com um certo nível de anonimidade, nada mais justo que se valer dessa mesma ferramenta para combater isso.

A ideia é criar espaços seguros, menos intimidadores e mais intuitivos para mulheres gamers se posicionarem contra a violência nos games.

Naturalmente, o restante do processo segue os trâmites normais, passando para apuração do caso, eventuais intimações para depoimento, e assim por diante.

É game over para o assédio e violência

Contudo, o simples fato de criar um acesso mais simplificado e com muito menos exposição, além de agilizar as denúncias, tem potencial para motivar mais mulheres a procurarem ajuda sem medo. No mínimo, o projeto já possibilita gerar indicadores mais precisos da incidência dessas ocorrências, auxiliando o poder público e sociedade a criarem planos de ação mais concretos de combate à violência.

Muitos campos da sociedade já enxergam os games como importantes ferramentas para avançar a sociedade, seja no âmbito da educação, medicina e terapias alternativas, e agora, também, em caráter de serviços públicos.

Mais que melhorar a regulamentação dos espaços digitais, ações como a E-POLICE demonstram como a representatividade feminina já avançou nesse universo, além de ajudar a pavimentar o caminho para evoluir ainda mais, dando um game over no assédio e na violência contra mulheres nos games.

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