Quem é o dono da Blaze, empresa investigada pela PF?

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Imagem: dribbble/Reprodução

No último domingo, o assunto "jogos de azar online" voltou aos holofotes da mídia com a reportagem do Fantástico sobre a intensa investigação policial contra a Blaze, plataforma de apostas digitais notória por seus jogos, como o popular Crash – Jogo do Aviãozinho.

A reportagem revelou que mais de R$ 100 milhões foram bloqueados pela justiça, desencadeando uma série de questionamentos sobre os responsáveis pelos danos financeiro e moral que os apostadores alegam ter sofrido no site.

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Agora, os bastidores dessa polêmica plataforma se concentra em descobrir quem é o dono da Blaze e qual é a efetiva participação dos influenciadores digitais envolvido no esquema. Saiba mais a seguir!

Quem é o dono da Blaze?

Desde sua chegada ao Brasil em 2019, a Blaze tem sido uma presença marcante no cenário de cassinos virtuais e apostas esportivas. Com uma oferta de jogos que inclui Roleta, Blackjack, Slots Machines, Poker e o famoso "Jogo do Aviãozinho", a plataforma ganhou notoriedade.

Apesar de sua atuação no país, a Blaze tem sua sede em Curaçao, conhecida por ser um paraíso fiscal. Operada pela Prolific Trade N.V., a identidade dos responsáveis pela empresa permanece parcialmente oculta.

Recentemente, o programa Fantástico revelou que a empresa vem enfrentando acusações de estelionato e que uma investigação policial em andamento apontou três brasileiros envolvidos nos bastidores da Blaze, com parte dos lucros destinada a eles.

Erick Loth Teixeira chegou a ser acusado nas redes sociais como dono da Blaze.Erick Loth Teixeira chegou a ser acusado nas redes sociais como dono da Blaze.Fonte: YouTube/Captura de tela

Um dos supostos proprietários, Erick Loth Teixeira, foi exposto por Daniel Peninn em um vídeo que o youtuber busca informações sobre o domínio blaze.com.br. Segundo Teixeira, ele não é o dono da Blaze, mas foi contratado para gerenciar o desempenho publicitário da empresa.

Como funcionam os jogos de azar da plataforma ilegal no Brasil?

A plataforma ilegal de jogos de azar no Brasil tem atraído a atenção, alegando ter mais de 40 milhões de usuários atualmente. Um dos jogos mais populares, conhecido como "Crash" (ou Jogo do Aviãozinho), tem se destacado.

Nesse jogo, uma tela exibe um avião iniciando seu voo, permitindo que o jogador escolha o momento de interrompê-lo enquanto o valor da premiação continua a crescer. Contudo, se a palavra "crashed" aparecer, o dinheiro apostado é perdido.

Essa dinâmica se repete em outras versões de jogos de azar disponibilizados no site da Blaze. Como essa atividade permanece ilegal no Brasil, entender como esses jogos operam é fundamental para conscientizar os usuários sobre os riscos associados, como prejuízo financeiro e emocional.

O envolvimento com o jogo do tigrinho, por exemplo, resultou em dois casos de suicídio no Maranhão. Conforme a polícia, as vítimas são uma socorrista que perdeu o dinheiro da construção de sua casa e um jovem de 17 anos que perdeu cerca de R$ 50 mil no Fortune Tiger.

O que aconteceu com a Blaze: investigação à todo vapor!

Há uma crescente onda de reclamações na internet e nos órgãos públicos envolvendo o nome da Blaze. Até o momento, são 15 ações judiciais contra a plataforma diversos estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso e Pernambuco.

A investigação da polícia de São Paulo iniciou com as denúncias de usuários que afirmavam não conseguir retirar os valores ganhos nos jogos de azar da Blaze, caracterizando um caso de estelionato – uma prática de golpe prevista no Código Penal no qual o criminoso engana a vítima para obter algum tipo de vantagem, na maioria da vezes em dinheiro.

"Estou tentado sacar um valor de 1500 e eles nunca creditam e quando passa o prazo não ajudam em nada a gente só diz que tem que aguardar sendo o prazo estipulado já acabou", publicou um apostador do Pará no site Reclame Aqui.

A Blaze possui mais de 28 mil reclamações no Reclame Aqui.A Blaze possui mais de 28 mil reclamações no Reclame Aqui.Fonte:  Reclame Aqui/Captura de tela 

O desenrolar da apuração levou ao bloqueio de R$ 101 milhões em setembro de 2023 e o bloqueio do site Blaze pela Anatel após uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Porém, a interrupção da plataforma online não foi eficaz. A Blaze não possui representação legal no Brasil, dificultando a execução da ordem judicial e criando brechas para que o site continue a funcionar em outro domínio.

Além disso, o caso policial também revisitou os envolvidos na divulgação da plataforma ilegal, como os influenciadores citados pela reportagem do Fantástico, no último domingo (17).

A lista é longa: Neymar, Felipe Neto, Viih Tube, Mel Maia, Carlinhos Maia, Gkay, Bruna Biancardi, MC Poze do Rodo, MC Mirella, Júlio Cocielo, Jon Vlogs, Igor 3K, Mc Loma, Nicole Bahls, Lívian Aragão, Key Alves, Dynho Alves, Viviane Araújo, Larissa Santos e dezenas de outros influenciadores com milhões de seguidores em seus perfis nas redes sociais.

Quanto a Blaze paga aos influenciadores?

Não é possível afirmar a quantia exata que a Blaze pagava para que artistas, atletas e outros famosos na web falassem bem dos jogos de azar disponíveis em sua plataforma.

No entanto, há indícios de que os valores chegavam a casa de milhões de reais por ação de marketing. O youtuber Cellbit chegou a comentar sobre o assunto em uma live com seus seguidores. O streamer afirmou que recebeu propostas de até R$ 5 milhões de reais para divulgar a empresa em uma transmissão ao vivo.

Neymar, Gabriel Medina, Viih Tube, Mel Maia e diversos outros influenciadores fizeram propaganda para a Blaze nas redes sociais.Neymar, Gabriel Medina, Viih Tube, Mel Maia e diversos outros influenciadores fizeram propaganda para a Blaze nas redes sociais.Fonte:  Instragram/Reprodução 

Os influenciadores que divulgaram a Blaze podem ser punidos?

Sim, graças a aprovação do Projeto de Lei (PL) 3915/2023, que torna crime a divulgação de jogos de azar. Logo, os influenciadores digitais e artistas podem ser punidas perante a lei ao serem pagos para divulgar esse tipo de conteúdo.

Se for comprovado esse tipo de vínculo com plataformas ilegais de apostas e cassinos online no país, as celebridades podem ter o exercício da atividade suspenso e pagar multa equivalente a até 2% do faturamento, limitado a R$ 50 milhões.

Após a exposição de seus nomes na reportagem da Globo, a resposta dos influencers foi diversa. Alguns preferiram não se manifestar até que as investigações sejam finalizadas, como Mel Maia, outros afirmaram não ter mais contrato com a Blaze, como Viih Tube e Juju Salimeni.

Houve ainda influenciadores que alegaram não ver problema em seu envolvimento com a empresa, como Carlinhos Maia e Rico Melquiades. O vencedor de A Fazenda 13, afirmou pretende continuar fazendo publicidade para a Blaze.

"Estou com a minha consciência tranquila, não estou fazendo nada de errado, não sou bandido como estão falando", disparou Rico. "Amanhã apareço por aqui com promoção nova na Blaze. Não obrigo ninguém a jogar, me poupe!", afirmou o influenciador digital nos Stories.

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