Venda de celulares cai em 2023 com brasileiro em busca de modelos baratos
Pesquisa da consultoria IDC mostra crescimento em aparelhos 5G, mas preferência por modelos mais baratos
19/07/2023, às 07:15
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Uma pesquisa da IDC Brasil revelou que o mercado de smartphones apresentou queda no Brasil nos primeiros três meses de 2023, seguindo uma tendência ainda mais antiga de queda. Segundo o mais novo relatório do instituto, a venda de celulares no país no primeiro trimestre do ano caiu 11% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ao todo, foram comercializados 9,94 milhões de smartphones e feature phones no país — 1,24 milhão a menos que no começo de 2022. Já a receita gerada com as vendas foi de R$ 15,2 bilhões, um valor 32,8% menor que no início do ano passado. A menor condição financeira do brasileiro nessa época é tida como uma das principais explicações para os números do mercado nacional.
"Com a expectativa de que o consumidor não teria a mesma condição financeira no início de 2023, parte dos principais fabricantes optou por disponibilizar um maior volume de modelos mais baratos ou realizou promoções", diz a analista de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, Andréia Chopra.
Mais barato e 5G
De acordo com a IDC, o motivo da queda na receita não é apenas a menor quantidade comercializada, mas também uma redução no ticket médio dos aparelhos. Entre janeiro e março de 2023, a faixa de R$ 700 a R$ 999 foi a favorita do consumidor, com 26% do total de vendas nesse espectro. Já o preço médio dos aparelhos, que diminuiu 24,4%, é de R$ 1.589.
Entretanto, há outro fator em jogo nessa conta: o público está em busca de smartphones com suporte ao 5G, algo que é cada vez mais possível com o gradual barateamento de dispositivos com a nova geração de dados móveis.
A categoria de feature phones está cada vez mais reduzida, com menor procura para celulares sem funções mais avançadas. Além disso, o chamado mercado cinza, de importações por meio de intermediários ou vendedores não oficiais, também caiu — algo pontual e que não representa uma tendência, segundo a IDC.
O relatório traz ainda uma previsão para o segundo trimestre do ano: um desempenho similar, ou seja, pior do que os indicadores do mesmo período de 2022. Por outro lado, deve ser possível notar indícios de que o brasileiro já pensa em trocar de aparelho, talvez mais próximo do final do ano.
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Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.
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