Como os cambistas conseguem driblar as regras dos sites de ingressos?

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Imagem: Reprodução/GettyImages

Começou nesta segunda-feira (12) a venda geral dos ingressos para o show da cantora Taylor Swift no Brasil. Com mais de duas milhões de pessoas na fila online, os ingressos para os três shows esgotaram em pouco menos de 20 minutos.

A alta demanda gerou caos entre os fãs da artista, que foram para as redes sociais questionar a empresa Tickets for Fun, coordenadora da venda dos ingressos no país.

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Segundo relatos, muitos fãs foram passados para trás nas bilheterias presenciais e na venda online por cambistas, pessoas que compram grande quantidade de ingressos para revender por um valor inflacionado. A prática é considerada ilegal no Brasil e pode ser enquadrada na Lei dos Crimes contra a Economia Popular.

A situação nas filas em frente aos Estádios do Allianz Parque (SP) e do Engenhão (RJ) ficou tensa quando os criminosos começaram a furar fila e ameaçar os fãs que acampavam nos locais. Já a venda online também foi motivo de reclamação do público. Diversos usuários relatam que estavam entre os primeiros cinco mil números da fila virtual e, mesmo assim, não conseguiram ingressos.

Pouco antes das 11h - quando já havia sido anunciado o fim dos ingressos pela Tickets For Fun -, sites de revenda não oficiais anunciavam mais de mil ingressos para os três shows da The Eras Tour, de Taylor Swift. Os valores cobrados pelos cambistas variam de R$ 4.370 a R$ 5.175. O preço é superior ao ingresso mais caro da tour.

ingresso taylor swift cambistaIngressos disponíveis no site Viagogo, famosa plataforma de intermediação para a venda de ingressos (Reprodução/Twitter)

Como cambistas conseguem burlar sites de ingressos?

Se você acha que se trata apenas de uma questão de "quem vai mais rápido" na hora da compra, sentimos dizer que não é bem assim. Isso porque a disputa não é justa.

Enquanto a ação dos cambistas nas bilheterias físicas depende estritamente da presença na fila; na venda online, eles atuam por meio de bots, sistemas que permitem a compra de inúmeros ingressos em vários CPFs diferentes em poucos segundos - e, consequentemente, esgotando as bilheterias oficiais em pouco tempo.

Especialistas explicam que os bots se passam por compradores reais e automatizam o processo de compra, preenchendo dados solicitados pela plataforma, como nome, endereço e até gerando números de CPF e RG aleatórios. O sistema consegue, inclusive, passar em botões de validação humana, a famosa parte de comprovar que você não é um robô.

No Twitter, a conta @socialistaylor expôs uma empresa de venda de ingressos que, supostamente, teria ajudado cambistas a comprarem bilhetes para a The Eras Tour com vantagem.

O mesmo aconteceu em janeiro deste ano, na venda de ingressos para os shows da banda RBD. Com todos os tickets vendidos pela Eventim em poucos minutos, os fãs acusaram a empresa de favorecer os cambistas em um “esquema” criminoso. Em comunicado, a companhia desmentiu a ilegalidade e afirmou que “em grandes eventos, é normal que os ingressos esgotem em apenas alguns minutos".

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Venda de Ingressos (Abrevin), para atuar contra os cambistas, as bilheterias limitam a venda de ingressos por CPF, além de usar tecnologias de criptografia de dados, verificação de identidade e monitoramento para o bloqueio automático de ações e contas suspeitas.

Devido à alta demanda, a equipe da cantora anunciou mais dois shows no Brasil, sendo um em São Paulo (dia 24 de novembro) e outro no Rio de Janeiro (dia 19 de novembro). As vendas começam no dia 22 deste mês.

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