Nesta quarta-feira (24), denúncias de um jogo chamado "Simulador de Escravidão", que estava disponível na Play Store, apareceram na internet. O jogo de cunho racista já foi denunciado e removido da loja de aplicativos do Google, mas o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e o Ministério Público Federal (MPF) anunciaram que investigarão o caso.
O MPF solicitou ao Google "a construção conjunta de medidas que contribuam para um filtro eficiente para que discursos de ódio, intolerância e racismo não sejam disseminados com tanta facilidade e sem moderação em espaços virtuais".
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Além do MPF, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também cobrou explicações do Google. A Notícia de Fato foi instaurada pela promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (Gecradi).
No jogo em questão, usuários poderiam ser proprietários de escravos, representados como pessoas negras. Maria Fernanda solicitou ao Google esclarecimentos sobre a remoção do software da loja virtual, além de dados e documentos "de solicitação de aprovação feito pelo desenvolvedor".
Jogo tinha mais de mil downloads
De acordo com capturas de tela compartilhadas em redes sociais, o jogo teria sido baixado mais de mil vezes na loja do Google e continha "comentários no espaço destinado às avaliações dos usuários, que também encontram subsunção em discurso de ódio penalmente típico", apontou a promotora. O game foi produzido por uma empresa chamada Magnus Games.
Jogo racista já foi removido da loja de apps do Google.
O Gecradi solicitou, ainda, "acesso ao e-mail que foi cadastrado pelo responsável e às informações sobre a política de autorização para publicação dos aplicativos disponíveis no Google Play".
Já o MIR anunciou que tem uma reunião agendada com a área de responsabilidade do Google "para construir uma moderação de conteúdo antirracista".
Em nota, o Google reforçou o seu "conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores", e que não permite "apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas".
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