EUA tentam barrar IPO da Shein sob suspeita de trabalho forçado

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Imagem: Getty Images

A gigante da fast fashion, Shein, se tornou alvo de Washington após um comitê do Congresso norte-americano, responsável por investigar a China e acusar a empresa de violação de direitos autorais e práticas trabalhistas injustas.

O relatório, publicado pela Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China (USCC), alega que o e-commerce chinês adquire algodão da região de Xinjiang — prática proibida pela Lei Uigur de Prevenção de Trabalho Forçado nos Estados Unidos.

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Apenas uma semana antes, um grupo bipartidário de legisladores do Congresso enviou uma carta à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) — órgão regulador da bolsa norte-americana —, exigindo mais rigor das práticas comerciais da Shein antes que a empresa lance sua Oferta Pública Inicial (IPO).

O relatório da USCC ainda citou vários processos contra a Shein por copiar designs de outras marcas de moda e de práticas indevidas quanto às inspeções alfandegárias para manter os preços dos produtos mais baixos — acusação semelhante à feita pelo governo brasileiro.

O que diz a Shein?

O aplicativo da Shein foi o mais baixado de 2022 nos Estados Unidos.O aplicativo da Shein foi o mais baixado de 2022 nos Estados Unidos.Fonte:  GettyImages 

A Shein foi acusada de maus-tratos contra os uigures, um grupo marginalizado na China, e por supostamente falsificar relatórios de trabalho forçado ou mal pago de suas fábricas fornecedoras — em que algumas estariam supostamente localizadas na Região Autônoma Uigur de Xinjiang.

Em resposta a um porta-voz da CNBC, a empresa disse: “Como uma empresa global, a Shein leva a sério a visibilidade em toda a nossa cadeia de suprimentos. Estamos comprometidos em respeitar os direitos humanos e cumprir as leis e regulamentos locais em cada mercado em que operamos”.

No entanto, os legisladores afirmam que, apesar da Shein trabalhar com terceiros para auditar suas instalações, esses tipos de auditoria são facilmente manipulados ou falsificados. “Outros especialistas defendem ser adequado pressupor que qualquer produto feito na XUAR é feito com trabalho forçado”, afirmam.

A comissão ainda citou o Temu, aplicativo chinês rival da Shein, que ganhou popularidade entre os jovens dos Estados Unidos nos últimos meses. Em meio a alta da inflação norte-americana, o e-commerce recebeu destaque ao oferecer preços muito abaixo do mercado.

Grandes corporativas e o trabalho forçado

Caso confirmado, este não seria nem o primeiro e nem o último caso entre grandes corporativas e trabalho forçado ao redor do mundo. Apple, Amazon, Google e Nintendo são apenas alguns dos nomes que já foram investigados por práticas trabalhistas irregulares.

Fora do escopo tecnológico, nesta semana, mais de 60 filiais do Mc Donald's no estado de Kentucky, nos Estados Unidos, foram acusadas de trabalho infantil. Cerca de 305 crianças, sendo duas com apenas 10 anos, foram encontradas trabalhando em situações de risco e, alguns casos, sem remuneração.

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