Não há inovação sem autonomia

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A palavra “autonomia” tem alguns significados complementares no dicionário. “Capacidade de autogovernar-se”, “direito de se administrar” e “liberdade moral ou intelectual” são as definições que mais gosto. E elas têm tudo a ver com o ambiente de trabalho de empresas que buscam a inovação — que, no contexto corporativo, deve ser entendida como resolver um problema grande e real,  de maneira melhor, mais ágil e mais eficiente. Não se trata, portanto, de ser somente algo novo, precisa ser indiscutivelmente útil para um público relevante.

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Posto isso, é comum pensarmos que inovar só tem a ver com tecnologia, mas, na verdade, a tecnologia é apenas um dos meios para que isso aconteça. 

E antes de pensar no meio, temos que pensar nas condições para que a inovação floresça. Em outras palavras, o ambiente precisa ser propício. Espaços engessados, com regras inflexíveis e muita burocracia não são propensos à inovação. Isso porque esse tipo de companhia vai te dizer o que fazer, como fazer e qualquer movimento fora dessa linha rende uma punição.

E é curioso que isso não significa que a empresa esteja errada; talvez, dentro da proposta dela, eles estejam certos. Um grande banco precisa seguir regras de compliance absolutamente rígidas. Um grande hospital precisa seguir regulamentações e protocolos severos para garantir o bem-estar dos seus pacientes.

Uma grande indústria alimentícia precisa seguir à risca as normas da vigilância sanitária. Todos esses setores são capitalizados e contam com excelentes profissionais. Mas o ambiente (necessariamente) rígido pode dificultar o surgimento de inovações. Não se trata, portanto, somente de dinheiro, capacidade intelectual, estrutura ou necessidade: a inovação precisa de um ambiente para surgir.

Muitas dessas grandes empresas contam com laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e/ou então partem para aquisição de startups e empresas inovadoras. Mais do que a solução em si, elas acabam comprando a cultura desse lugar.  As pessoas precisam ter espaço e intervalos para pensar, discutir ideias, realizarem testes. Por isso, quando vemos empresas oferecendo condições de trabalho diferentes do modelo tradicional, com uma gestão diferenciada, não é à toa.

Autonomia e inovaçãoFonte: Shutterstock

Aí é que entra a autonomia. Trata-se de um ingrediente fundamental e que só funciona em ambientes com regras voltadas à inovação. E, se inovar significa testar, os profissionais do seu time precisam se sentir seguros para isso, o que quer dizer também que eles vão errar. É quase certeiro: alguém vai perder a mão em algum momento e cometer um erro. Para ser gestor e priorizar a inovação, você precisa estar preparado para lidar com os erros.

O que não quer dizer que não há compromisso com o acerto e com a estabilidade da empresa. Dizem que é errando que se aprende, mas eu acredito que é acertado que se aprende. No entanto, partindo do princípio que a empresa se predispõe a criar uma solução nova para um problema complexo, é inevitável que erros aconteçam.

Portanto, é importante reforçar que a criação de uma solução inovadora exige um ambiente propício onde a autonomia tem um papel protagonista. Promova o habitat natural ideal e a disrupção naturalmente vai acontecer.

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Eduardo Cosomano é fundador da EDB Comunicação, agência especializada em assessoria de imprensa e produção de conteúdo, e coautor do livro Saída de Mestre: estratégias para compra e venda de uma startup, lançado pela Editora Gente.

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