Vendedores da Amazon perseguem clientes após críticas negativas

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Imagem: Divulgação/Amazon

No último domingo (8), uma reportagem do Wall Street Journal revelou que algumas lojas associadas à Amazon estão indo atrás de consumidores que deixam avaliações negativas na plataforma de e-commerce, oferecendo reembolsos e pressionando para mudanças nas críticas.

Em uma entrevista ao portal de notícias, a estadunidense Katherine Scott revelou que comprou um pulverizador de óleo de cozinha, mas ficou insatisfeita com a qualidade do spray. A usuária deixou um review  negativo na página da marca Auxtun e, uma semana depois, recebeu e-mails do time de atendimento ao consumidor da marca.

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"Estamos dispostos a oferecer um reembolso completo. Esperamos que você reconsidere deletar os comentários", informava a mensagem. "Quando não recebemos repostas, acreditamos que você não observou a mensagem e iremos continuar a enviar e-mails".

Um representante da Amazon disse ao site que esta "requisição" para alteração de críticas é proibida dentro dos termos de serviço da plataforma de vendas. Além disso, lojas de terceiros não deveriam ter acesso aos endereços de e-mail dos usuários.

Eles são insistentes

Scott pediu o reembolso, porém se recusou a deletar o comentário. No dia seguinte, outro funcionário da empresa enviou mais um e-mail: "Uma avaliação ruim é um golpe fatal. Poderia me ajudar a apagar o review? Se quiser, podemos reembolsar US$20 (R$ 104) como forma de expressar nossa gratidão". O valor oferecido era o dobro do que Scott pagou no óleo.

"Foi muito arrepiante. Eles me mandaram e-mails de novo e de novo", alegou a mulher, que entrou em contato com a Amazon. No dia 16 de abril, um agente da gigante varejista disse à norte-americana que o vendedor não seria mais associado à empresa.

Três meses depois, a vítima voltou a receber mensagens sobre o pulverizador e, após mais uma conversa com o suporte da plataforma, a página foi removida do site. A marca do produto, Auxtun, e a vendedora, HoHousstore, também não estão mais no e-commerce.

Não é um caso isolado

Segundo o Wall Street Journal, dezenas de consumidores deste nicho de "utensílios de cozinha" têm reclamado sobre pedidos para remoção de críticas.

"O produto não funciona e a companhia irá te irritar até você mudar a crítica", informou uma avaliação em uma página de outro borrifador de óleo.

"Vendedores oferecem de US$ 20 ( R$104) a US$ 30 (R$157) para deletar reviews negativos", disse outro usuário.

Como eles conseguiram os e-mails?

Scott afirma que recebeu um termômetro como "brinde" do spray após enviar seu endereço de e-mail e número de identificação de pedido. Ofertas externas como essas são uma violação das políticas da Amazon, disse o representante da empresa ao Wall Street Journal. 

Ben Hendin, que sofreu um evento similar com a sua crítica negativa a uma tala de dedo, descobriu por um representante do vendedor que a empresa usou um "software de busca de nomes" para identificar seu e-mail.

Essas ferramentas de terceiros são oferecidas por serviços como a ZonBoost. Dentro do site, a companhia também disponibiliza compradores "particulares" que deixam reviews positivos.

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