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The BRIEF

A conectividade que transforma o mundo

Setores produtivos inteiros estão aprimorando suas operações e se preparando melhor para a economia digital

Avatar do(a) autor(a): Marcos Ferrari

schedule12/06/2021, às 15:00

A conectividade que transforma o mundoFonte:

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Economia de bilhões de reais, setores fundamentais ampliando suas ofertas de produtos e serviços, além de maior eficiência em operações de toda sorte. O cenário que acaba de ser descrito poderia muito bem figurar em um editorial em tempos de um círculo virtuoso e de bonança econômica, mas ele ocorre mesmo em tempo de crise graças à conectividade.

Segundo a consultoria McKinsey, o faturamento do e-commerce brasileiro cresceu 62% após o início da pandemia. A explicação está nos 46% dos brasileiros que aumentaram o consumo online, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio). Por sua vez, um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revela que atualmente são realizadas mais de 31 bilhões de transações via mobile banking por ano.

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Não se pretende com essas constatações ser leviano e não compreender a magnitude da crise que ainda permanece e abala famílias, sistemas de saúde e mercados em todos os cantos do planeta. Diz respeito a um olhar sobre o que a conectividade está sendo capaz de realizar – e auxiliar de forma grandiosa – no dia a dia de pessoas e empresas.

Para citar outro exemplo, o Governo Federal estimou uma economia de R$ 3 bilhões somente em 2020 ao colocar seus funcionários em trabalho remoto. E não é difícil espelhar, apesar de não haver números oficiais, esse mesmo benefício se estendendo também para a iniciativa privada. O estudo Tendências de Marketing e Tecnologia 2020 da FGV mostra que 30% das empresas brasileiras devem manter o home office em sua jornada de trabalho após a pandemia. Nesse mesmo sentido, uma pesquisa da Robert Half revela que 86% dos profissionais querem trabalhar de casa mais vezes após o fim da quarentena.

Setores produtivos inteiros estão aprimorando suas operações e se preparando melhor para a economia digital. E quem colhe os frutos são as pessoas, caracterizadas por médicos e pacientes, professores e alunos, consumidores e empresas. Todos saem ganhando com o aumento da eficiência e praticidade oriundas da tecnologia.

Seria possível também citar dados de economia e evolução na telemedicina, sobretudo com a chegada do 5G ao Brasil, e os benefícios que o EaD pode trazer para facilitar a disseminação do ensino a milhões de estudantes. Todos esses exemplos não são meras conjunturas passageiras, pois muitos hábitos irão permanecer e existe a convicção de que diversas outras tendências irão se tornar realidade em um curto prazo. 

Não à toa, a Bloomreach estima que os maiores investimentos para os próximos meses serão em tecnologia, bem como em ferramentas de comércio (67%) e serviços para implementação de inovações (63%). De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 70% dos brasileiros pretendem continuar gastando mais em lojas online do que faziam antes. A quantidade de dispositivos conectados, por sua vez, terá quintuplicado até 2025 a partir de uma base de 2018, chegando ao tráfego de 79.4 zettabytes, segundo a consultoria International Data Corporation (IDC).

O volume de tráfego de dados no Brasil cresceu, em média, 40% em 2020, segundo a Conexis Brasil Digital, entidade que representa as operadoras de telecom. De forma a atender a crescente demanda por conectividade, as empresas do setor dedicaram uma resposta robusta e investiram no Brasil mais de R$ 31 bilhões nesse período. Uma expansão ainda maior depende de alguns avanços necessários, como a reforma tributária. Nesse sentido, os tributos no Brasil estão entre os mais caros do mundo, ultrapassando 42% sobre os serviços. Só no ano passado, os usuários de serviços de telecomunicações recolheram R$ 60 bilhões aos cofres públicos.

Voltando à ideia inicial deste artigo, há um indiscutível legado positivo da crise. O mundo vai sair da pandemia mais digital, e não se trata de ser otimista, mas sim de avanços reais sem precedentes na história. Empresas e pessoas estão inseridas em um contexto mais eficiente e produtivo. Resta ainda o conforto de saber que a conectividade seguirá sendo uma forte aliada para que os dias sejam cada vez melhores e mais produtivos.

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Marcos Ferrari, colunista do TecMundo, é presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, nova marca do SindiTelebrasil. É doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi diretor de Infraestrutura e Governo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, foi secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento de 2016 a 2018 e secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, bem como exerceu o papel de presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo.