Uma notícia publicada no final do ano passado na edição russa da revista Popular Mechanics pode representar um empecilho para o sonho de Elon Musk de tornar a Starlink uma rede mundial de internet: um projeto de lei apresentado à Duma Estatal, órgão legislativo russo, prevê multas para quem usar serviços ocidentais de internet via satélite.
O novo projeto estabelece que todo o tráfego da internet deve passar, obrigatoriamente, pela estação da operadora de telecomunicações da Rússia, e que o uso da Starlink e demais sistemas semelhantes, por enviar sinais diretos via satélite, desconsidera as operadoras russas.
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De acordo com um relatório, obtido pela Popular Mechanics, as multas poderão variar de 10 mil a 30 mil rublos, o equivalente a R$ 720 a R$ 2,2 mil, no caso de usuários comuns; e de 500 mil a 1 milhão de rublos (R$ 36 mil a R$ 72 mil) para pessoas jurídicas que utilizarem serviços de internet ocidentais.
Motivações políticas
Dmitry Rogozin (Fonte: Sergei Karpukhin/Reuters/Reprodução)
Por trás desse bloqueio dissimulado, há claros interesses políticos: para tentar aprovar a lei, os membros da Duma alegam que acessar a internet de forma independente seria uma forma de burlar o Sistema de Medidas de Busca Operacional que monitora o uso da internet e das comunicações móveis no país.
O chefe do programa espacial russo Roscosmos, Dmitry Rogozin, encara a SpaceX como uma rival no campo dos voos espaciais. Para ele, a Starlink é parte de "uma política bastante predatória, inteligente, poderosa e altamente tecnológica" para atender aos interesses militares dos Estados Unidos.
Para encarar a concorrência ocidental, a Rússia está planejando uma constelação própria de satélites para fornecimento de internet, que se chamará “Esfera”. No entanto, o lançamento dessa constelação, previsto para 2024, esbarra nos custos, pois o orçamento do programa chegaria a US$ 20 bilhões, o que é quase dez vezes o orçamento anual da Roscosmos de Rogozin.
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