Funcionárias da Microsoft acusam cultura machista dentro da empresa

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Uma sessão de perguntas e respostas para funcionários comandada por Satya Nadella, o presidente da Microsoft, foi palco de um protesto de um grupo de funcionários que acusam a existência de uma cultura machista dentro da companhia. O evento contava com a participação de cerca de 150 pessoas e estava sendo transmitido pela internet.

Apesar de não ficar claro quantos funcionários exatamente participavam do protesto, o grupo envolvido diretamente com ele era composto por mulheres e homens e estava vestido de branco, tal qual as congressistas dos Estados Unidos fizeram em fevereiro em uma referência ao movimento sufragista do país norte-americano.

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A gota d’água para a ação realizada ontem (4) foi um email enviado por uma funcionária da Microsoft no qual ela reclamava sobre a estagnação de sua carreira dentro da companhia mesmo com o apoio dado por gestoras e colegas diretos. “O clube dos meninos ganhou em todas as frentes”, reclamou a trabalhadora na mensagem.

Segundo a Wired, a mensagem original foi seguida de uma enxurrada de respostas de outras mulheres demonstrando apoio e relatando outros casos de discriminação e assédio sofridos por elas dentro da Microsoft.

Novas acusações

As mensagens citavam, por exemplo, que é comum uma mulher ser chamada de “vadia” dentro da Microsoft e traziam relatos de mulheres que alegavam ter sido assediadas por colegas homens durante viagens ou mesmo reuniões. De acordo as repostas, tudo isso sem qualquer providência por parte de gestores ou do setor de recursos humanos da empresa mesmo após denúncias.

Ao contrário, a palavra das mulheres era comumente descreditada e elas acabavam sendo de alguma forma penalizadas profissionalmente enquanto os seus supostos abusadores sequer eram punidos e, em alguns casos, acabavam sendo promovidos em algum momento.

“Esta discussão tirou a casca de uma ferida purulenta”, escreveu uma funcionária da MS na resposta ao email original, relata o site Quartz. “A ira e a frustração coletivas são palpáveis. Uma grande audiência está ouvindo agora. E sabe, eu estou achando ótimo”, prosseguiu.

Posição da Microsoft

Na sequência de emails iniciada pela denúncia de uma cultura sexista dentro da Microsoft, a chefe de recursos humanos da empresa Kathleen Hogan se posicionou ao lado das mulheres e disse estar impactada com os relatos.

“Estamos abalados e tristes por ouvir essas experiências”, escreveu. “É muito doloroso ouvir essas histórias e saber de qualquer um se vendo diante de tal comportamento dentro da Microsoft. Nós devemos melhorar.”

Ela pediu para que qualquer mulher vítima de assédio ou sexismo dentro da MS que a enviasse um email diretamente para ela. “Eu vou avaliar pessoalmente essa situação com a minha equipe”, registrou. “Eu entendo o impacto devastador desse tipo de experiência e [o Nadella] quer estar ciente de qualquer tipo de comportamento [como esses], nós faremos o possível para acabar com isso”, concluiu.

Não fica claro quais serão os próximos passos nesse imbróglio, mas é bom lembrar que esta não é a primeira vez que vem à tona a existência de uma possível cultura sexista dentro da Microsoft — em 2015, a empresa foi processada por discriminação de gênero.

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