Vaza vídeo interno da Amazon com críticas à sindicalização de funcionários

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Um vídeo interno da Amazon enviado para líderes de equipes da Whole Foods, rede de supermercados que foi comprada pela companhia em agosto do ano passado, mostra o posicionamento da empresa controlada por Jeff Bezos em relação à sindicalização de seus funcionários. A Amazon já foi criticada diversas vezes por suas péssimas condições de trabalho.

Obtido pelo Gizmodo, o vídeo traz uma animação passada em um dos armazéns da empresa acompanhada por uma narração que diz não ser contrária aos sindicatos, embora afirme que sindicatos não seriam interessantes para seus consumidores. Uma das razões dadas no vídeo é de que a empresa prefere um modelo de gerenciamento mais franco, no qual o funcionário pode levar reclamações diretamente aos seus superiores.

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Mas os funcionários que conversaram com a publicação dizem que esse sistema não é colocado em prática, com trabalhadores ficando marcados simplesmente por levarem questionamentos aos chefes. Uma das fontes disse ter enviado um e-mail ao diretor-executivo Jeff Bezos falando sobre os baixos salários da companhia só para ser assediada pela gerência da empresa e demitida pouco tempo depois.

Uma imagem.Trecho do vídeo com dicas para impedir a sindicalização fala em  ameaçar, interrogar, prometer e espionar.

O vídeo traz ainda algumas dicas de como identificar que os funcionários podem estar se organizando para exigir melhores condições de trabalho. Entre essas “atividades suspeitas” estão coisas como “funcionários que não eram próximos andando juntos de repente”, “vestir camisas, chapéus ou jaquetas de sindicatos”, “distribuir panfletos ou petições” ou “mostrar interesse repentino em políticas internas, benefícios ou outras informações da companhia”.

Outro momento diz que os superiores não devem fazer ameaças diretas aos funcionários, mas aponta que eles podem dizer como “criar um sindicato pode prejudicar a inovação, o que prejudicaria a obsessão dos consumidores, que poderia ameaçar a existência daquele edifício”. A Amazon também autoriza os gerentes a expressarem opiniões como “sindicalistas são ratos mentirosos e trapaceiros”, alegando que ter esse posicionamento não infringe nenhuma lei.

Uma imagem.Para Amazon, palavras como “salário mínimo”, “reclamação” e “contrato” são consideradas “palavras de sindicatos”.

Procurada diversas vezes pelo Gizmodo para dar sua versão do vídeo, a Amazon se recusou a responder. Depois da publicação da matéria, a companhia finalmente se posicionou, afirmando que a forma como o conteúdo foi caracterizado não corresponde à visão da empresa sobre como criar oportunidades de carreira para seus funcionários. Ela acusa o repórter de “selecionar como convém trechos do vídeo para se alinhar aos seus objetivos editorais”.

Segundo o Gizmodo, o vídeo não foi publicado na íntegra pois isso poderia comprometer a identidade da fonte. Um pedido foi feito a Amazon para que o conteúdo fosse postado, permitindo que o público o avaliasse e tirasse suas próprias conclusões, mas essa solicitação não foi atendida até o momento.

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