Brasil supera marca de mais de um smartphone por habitante, diz FGV
Levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vagas afirma que já temos 220 milhões de telefones ativos
Por Claudio Yuge
20/04/2018, às 09:54

Fonte: Pixabay
Imagem de Brasil supera marca de mais de um smartphone por habitante, diz FGV no tecmundo
O Brasil está entre os países que exibem uma crescente de vendas de smartphones nos últimos anos e isso se reflete em uma recente pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com a 29ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, divulgada nesta quinta-feira (20), já temos 220 milhões de telefones ativos.
Segundo o professor que lidera o levantamento, Fernando S. Meirelles, a previsão é que o número de dispositivos portáteis — incluindo tablets e notebooks — deve chegar a 306 milhões em maio. Em dezembro do ano passado, o país registrou uma população de 210 milhões de habitantes. Mesmo com a alta, a expectativa para as próximas temporadas é de crescimento somente nas vendas de celulares inteligentes.
“O que deve crescer é a venda de smartphones, mas dificilmente teremos uma média de dois smartphones por brasileiro. Se a estratégia das operadoras se manter como está, dificilmente chegaremos aos 300 milhões de smartphones ativos no País”, projeta Meirelles, em entrevista ao Estadão.
Saturação no mercado
O Brasil conta atualmente com apenas 64 milhões de telefones fixos ou celulares simples — os chamados feature phones — e no ano passado foram vendidos 48 milhões de smartphones, contra apenas 3,2 milhões das opções básicas. Isso indica que, a partir desta temporada a previsão é de que o mercado fique mais estável, sem grandes picos de venda. A razão disso é que o brasileiro atualmente vem mostrando mais interesse em trocar seus aparelhos do que comprar um extra.
“As vendas são de reposição porque as pessoas querem ter o celular da moda. É um momento muito mais de escolha psicológica do que tecnológica”, diz Meirelles, que acredita que em dois anos, com a evolução do mercado, os smartphones devem até mesmo superar os computadores, telefones fixos e celulares simples. “Aí teremos um problema, que é a necessidade de estoque de celulares mais simples para as pessoas que não querem ou não podem ter um smartphone.”
Cai a venda de tablets no País
A pesquisa da FGV também levou em consideração o número de computadores, que chegou a um total de 174 milhões, entre opções de mesa, notebooks e tablets. A venda anual, que caiu em 2016 e se manteve estável em 2017, deve continuar na casa dos 12 milhões durante esta temporada — apesar da alta de desktops e laptops, a saída de tablets tem sido baixa.
Entre as causas da queda nesse setor estão a recessão econômica e a vida útil das máquinas, que tem sido maior. O Brasil ainda se mantém acima da médida global de dispositivos como computadores, telefones e TVs por habitante, mas, os Estados Unidos, que são o país referência para a FGV, têm números que chegam quase ao dobro dos nossos.