Metas malucas e design acessível: lições do unicórnio australiano Canva

5 min de leitura
Imagem de: Metas malucas e design acessível: lições do unicórnio australiano Canva
Imagem: Canva

As apresentações/banners/postagens em mídias sociais da sua empresa/escola/ONG não precisam ser feias. Ao mesmo tempo, aprender a usar Photoshop e companhia não é a coisa mais fácil do mundo. É mais ou menos com essa ideia que a startup australiana Canva começou a ganhar terreno para se tornar um unicórnio, ao atingir uma valorização de USD 1 bilhão.

smart people are cooler

Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.

Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo

A ideia da empresa começa com Melanie Perkins, que ensinava seus alunos a usarem ferramentas como InDesign e Photoshop, na Universidade de Western Australia. O que Perkins percebeu, assim como a maioria das pessoas, é que a maioria das pessoas precisa resolver uma questão pontual (e não virar o Da Vinci do PS). Em resumo, e se... Uma plataforma online resolvesse a questão deixando o design bonito além de tudo?

Fundadores da CanvaDa esq para dir: fundadores do unicórnio Canva: Cliff Obrecht, Melanie Perkins e Cam Adams

Da fundação, em 2012 até se tornar um unicórnio em fevereiro de 2018, a startup localizou sua plataforma para 190 países diferentes (em 100 idiomas diferentes) e acumulou investimentos. As rodadas de investimento unem nomes famosos do mercado, como Sequoia Capital e o cofundador do Google Maps, Lars Rasmussen e também personalidades do mundo do entretenimento (estamos falando de Owen Wilson e Woody Harrelson).

Trocamos uma ideia por e-mail - marcar reunião/Skype do outro lado do mundo é complicado - com a head de PR e comunicação da Canva, Liz McKenzie. Ela comentou alguns aspectos da jornada do novo unicórnio australiano e você confere os melhores trechos a seguir.

The BRIEF — Como manter sua plataforma acessível a novos usuários e, ao mesmo tempo, mantê-la atraente para os designers?

Liz McKenzie, Canva — Queremos capacitar qualquer pessoa para criar designs, e dedicamos muito tempo levando em conta a jornada de todos os usuários — desde o momento em que eles fazem o login no Canva até a publicação de seus designs.

Durante muito tempo, o design gráfico dependeu de softwares caros, que não eram acessíveis a muitas pessoas — especialmente àquelas que nunca planejaram ter uma carreira nesta área.  Qualquer pessoa que quisesse criar um design tinha que, primeiramente, investir em um computador adequado, depois instalar um software de design, aprender a usá-lo, adquirir elementos gráficos, perder tempo solicitando opiniões sobre edição e, finalmente, quando necessário, ainda tinha que criar um arquivo para impressão profissional. Dava muito trabalho!

O Canva é intuitivo e foi adotado por pessoas de áreas diversas, incluindo designers de todo o mundo. Possuímos uma grande variedade de elementos gráficos gratuitos — mas você também pode fazer o upload de suas próprias imagens — para garantir que seu design fique incrível. Assim, seja você o dono de um café, um empreendedor serial, um influenciador de mídias sociais, um gerente de eventos ou apenas alguém que adora belos designs, o Canva dá a você a habilidade de transmitir sua mensagem com facilidade.

The BRIEF — O que é mais difícil, se tornar um unicórnio ou manter os valores da empresa durante o crescimento?

Liz McKenzie, Canva — Como equipe, estamos 100% focados em nossa missão de capacitar o mundo para criar designs e publicá-los em qualquer lugar. Esteja você criando uma apresentação, um gráfico de mídia social ou materiais para marketing, queremos ser aqueles que tornam todo o processo integrado e perfeito.

Temos uma longa jornada pela frente, e ser um unicórnio não é apenas um voto de confiança, mas também nos permite crescer e levar o Canva a mais pessoas ao redor do mundo. Nós temos muito espaço para crescer e expandir. Até agora, fizemos apenas 1% do que acreditamos ser possível.

CanvaCanva quer dar uma força para quem é uma negação no Photoshop

No Canva, sempre fomos movidos por objetivos. No começo, queríamos lançar um produto de design — hoje, contamos com milhões de pessoas em todo o planeta que já criaram, coletivamente, mais de 400 milhões de designs. Portanto, nossos objetivos mudaram também. Nosso foco número um, atualmente, é criar um produto cujos usuários continuem a amar e aumentar nossa equipe e cultura — este capítulo é, definitivamente, o mais divertido.

É importante sempre colocar os usuários em primeiro lugar (o que eles precisam e buscam), para garantir que o Canva seja a solução para todas as necessidades de design deles, onde quer que estejam.

The BRIEF — Há alguma curiosidade sobre o público brasileiro? E o fato do Canva já estar em português ajudou no aumento do número de usuários?

Liz McKenzie, Canva — Nossa receptividade no Brasil tem sido incrível — mas ainda há muito o que fazer. Desde o início, tínhamos a intenção de fazer o Canva crescer e atingir milhões de pessoas ao redor do mundo. O Canva está crescendo rapidamente e não irá desacelerar tão cedo.

O Brasil é um de nossos maiores mercados e demonstra um grande potencial de crescimento. Por isso, dedicamos um esforço significativo à adaptação cultural de nosso produto, para garantir uma conexão entre o Canva e a comunidade local, incluindo o oferecimento da plataforma em português brasileiro e designs representativos das festividades locais, tais como o Carnaval.

The BRIEF — Em quais empresas vocês se inspiram?

Liz McKenzie, Canva — Nossa equipe tem se motivado de forma incrível ao ouvir histórias da nossa comunidade. Recentemente, ficamos sabendo de alguém que teve um design transmitido em um outdoor digital sem qualquer treinamento prévio em design.  Além de pequenos negócios e grande empresas do ranking Fortune 500, mais de 17.000 ONGs em todo o mundo estão usando o Canva para arrecadar fundos. É tudo isso que faz o trabalho valer a pena.

The BRIEF — Qual é a principal fonte de receita do Canva? Como está o Canva for Work?

Liz McKenzie, Canva — O Canva fornece um serviço gratuito como sua oferta principal, complementado por uma assinatura paga para usuários ávidos. Além disso, o Canva oferece um rico banco de imagens, composto de elementos gratuitos e pagos.

Ter ideias grandes e malucas e persegui-las pode ser assustador, mas impulsiona você a se esforçar mais e sonhar grande.

Nós também lançamos o Canva Print em alguns mercados (Austrália, Estados Unidos, Europa, México), o que também fornece uma fonte adicional de receita.

The BRIEF — Algum conselho para as startups brasileiras, vindo de um unicórnio australiano?

Liz McKenzie, Canva — Um dos nossos valores é estabelecer metas malucas e fazê-las acontecer. Isto foi essencial para fazer o Canva decolar, e é ainda mais essencial para o avanço do Canva. Ter ideias grandes e malucas e persegui-las pode ser assustador, mas impulsiona você a se esforçar mais e sonhar grande.

Curtiu o texto? Saiba que isso é só um gostinho do que é publicado diariamente na newsletter do The BRIEF, que traz as principais notícias do mercado de tecnologia pra você, todas as manhãs. É serious, é business, mas com um jeitão bem descontraído (#mozão). Para assinar, é só clicar ali -> aqui

Metas malucas e design acessível: lições do unicórnio australiano Canva via The Brief

smart people are cooler

Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.

Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.