Como a ciência enxerga as experiências de quase morte?

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Muitos dizem ter visto um túnel de luz ao morrer (Fonte da imagem: ShutterStock)

Há diversos relatos sobre as chamadas experiências de quase morte, ou seja, pessoas que passaram por alguma dificuldade e acabaram perdendo sinais vitais ou até mesmo entrando em coma. Ao retornarem desse estado, elas relatam a visão de túneis de luz, experiências fora do corpo e outras sensações estranhas.

Por mais místicas que as experiências de quase morte possam parecer, elas também são alvo de estudo da ciência, que se preocupa em encontrar uma explicação para esses fenômenos. Há pelo menos dois pesquisadores que se dedicam a tentar entender essas experiências: o Dr. Sam Parnia, autor do livro “The Science That Is Rewiring the Boundaries Between Life and Death”, e o Dr. Kevin Nelson, que escreveu “The Spiritual Doorway in the Brain”.

Entre eles, Parnia e Kelvin discordam da abordagem técnica para solucionar a questão, mas mesmo assim foram capazes de fornecer à revista Popular Science algumas das possíveis causas que levariam aos sintomas mais relatados.

Perda do fluxo sanguíneo

“Uma das causas mais comuns de experiências de quase morte é o desmaio”, afirma o Dr. Kevin Nelson. Isso faz com que desmaiar seja um ótimo exemplo de como esse tipo de fenômeno pode acontecer com pessoas que estão longe de estarem mortas.

Os pesquisadores afirmam que a perda do fluxo de oxigênio pelo olho poderia causar uma visão tunelizada, ou seja, que não tivesse percepção periférica. Além disso, a falta de oxigênio e até mesmo a sensação de medo podem fazer com que o gás pare de circular em nosso corpo. E como tanto a visão em forma de túnel quanto a falta de oxigênio são sintomas da morte, um simples desmaio já seria o suficiente para causar muitos dos efeitos que algumas testemunhas dizem ter experimentado.

Efeitos químicos do corpo

Uma grande quantidade de esteroides, adrenalina e epinefrina são liberados no corpo durante momentos de quase morte, de acordo com o Dr. Parnia. Isso pode ajudar a explicar a sensação de euforia e alguns efeitos mais estranhos, como alucinações. Existe a hipótese de que a cetamina, substância liberada quando os animais estão sendo atacados, também poderia produzir efeitos semelhantes.

(Fonte da imagem: ThinkStock)

Os químicos podem, muito bem, ser uma das causas para as experiências de quase morte. Entretanto, isso não pode ser facilmente comprovado, como no caso dos desmaios e perda de sangue.

É uma forma de sono REM

A fase REM do sono é a que está mais comumente associada aos sonhos. O Dr. Nelson sugere que, ao estar quase morta, a pessoa entra em fase REM. Em outras palavras, nosso cérebro ainda está funcionando o suficiente para entender que está em perigo, apesar de estar sonolento.

Isso acaba criando uma espécie de sonho lúcido, situação em que nos encontramos conscientes, mas não totalmente. Muitos também relatam a experiência de ter saído do próprio corpo e, segundo Dr. Nelson, essa condição é totalmente consistente com os tais sonhos lúcidos.

O caso do filme da vida diante dos olhos

Outro relato muito comum é o de pessoas que, ao chegar perto da morte, relataram as lembranças do passado. Pesquisas já demonstraram que a nossa memória é ativada em momentos de muito perigo, como é o caso das experiências de quase morte.

A ativação da memória de longo termo e da reação de lutar ou correr, que estão relacionadas em nossos cérebros graças à evolução do órgão, pode ser parte da explicação sobre as lembranças tão vívidas que as pessoas possuem durante as experiências de quase morte. Quando isso acontece, ela pode ver o “filme da vida” passando diante dos olhos.

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Por enquanto, ainda não se sabe ao certo quais são os efeitos desse tipo de experiência, mas boa parte dos aspectos relacionados à sensação de quase morte já foi reproduzida em laboratório e tiveram algumas causas associadas a eles. Por enquanto, a única certeza que temos é a de que quase morrer acaba marcando bastante quem passa pelo fenômeno, mesmo que a pessoa acredite apenas na ciência.

Fonte: Popular Science

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