Literatura e redes sociais

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O excesso de informação das novas mídias pode atordoar até as mentes mais atentas. Pesquisas indicam que o abuso de links distraem nossa atenção e, desta forma, estamos cada vez mais inaptos a manter informações mais complexas armazenadas no cérebro por muito tempo.

Apesar da notícia levemente alarmante, as redes sociais têm ajudado escritores e editoras a crescer no mercado e alcançar novos públicos.

A palestra “Literatura e redes sociais”, que debateu a relação literatura x internet, aconteceu na tarde da terça-feira na Campus Party. O evento contou com nomes de peso para debater este tema, como Eduardo Spohr, escritor e participante do podcast Jovem Nerd, João Paulo Cuenca, tido como revelação da literatura brasileira, Verena Petitinga, CEO da rede social para leitores, O Livreiro, e Paulo Tadeu, que busca em blogs a inspiração para novos lançamentos de sua editora, a Matrix.

Tadeu com sua editora é responsável pelo lançamento de mais de cinco livros por mês. A maioria são blogs que são adaptados e viram livros.

O blog que vira livro.

Paulo destacou que esse processo de levar o material online para o offline é importante, pois o mercado literário ainda é dominado por best-sellers e por livros de prateleira de supermercado. Além de outros que recebem crítica em mídia especializada.

No entanto, o jornalista Eduardo Spohr disse que “A literatura não se transforma, mas as redes sociais facilitam a troca de informações de coisas novas. Transforma o que antes era lixo em material de cultura. O mundo pode achar que um livro que fale sobre Zumbis de Marte Assasinos seja um verdadeiro lixo, mas alguém vai curtir isso”.

João Paulo Cuenca completou o raciocínio de Eduardo, dizendo que “Os blogs proporcionam um aumento de demanda, caso seu material seja lançado [no caso de um blog], sem que você nem mesmo tenha algo lançado. Ou seja, você terá público após seu livro ser lançado, pois aqueles que comentam no seu blog são o seu público de alguma forma.”

Um fenômeno parecido com este ocorre na música atualmente, em que novos artistas fazem  sucesso sem nunca ter se apresentado em shows, graças a internet.

A web também é responsável pelo surgimento de novos talentos. A editora Matrix já transformou em livros sites como Mothern, que trata sobre a mãe moderna, e Blog de Papel, que traz textos e ilustrações de autores diversos que têm em comum uma coisa: seus blogs como forma de divulgação.

Tadeu explica o processo para adaptação de um site em um livro “São mundos diferentes. A vantagem da internet para nosso trabalho é que ela facilitou o acesso à boa literatura, no entanto, adaptar um livro requer um estudo, já que são realidades diferentes. Normalmente, o processo é feito como no mercado publicitário, onde o produto final gira em torno de um conceito.”

Após o debate, os palestrantes guiaram uma discussão sobre livros na rede, em que o foco foi como alcançar visibilidade e como divulgar seu trabalho na web.

A Campus Party acontece em São Paulo, do dia 18 ao dia 23 de janeiro, no Centro de Exposições Imigrantes. Todos os ingressos estão esgotados.

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