Análise: smartphone LG G Flex 2

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O primeiro celular curvo do mercado acaba de ganhar a sua segunda geração. O LG G Flex 2 chega às lojas com hardware atualizado e é o primeiro a contar com o processador Snapdragon 810 de 64-bits. Porém, o top de linha da empresa sul-coreana agora é o celular mais caro da LG no Brasil.

Com a chegada do LG G4, o LG G Flex 2 acaba se colocando em uma situação complicada: é mais caro que o G4 e não apresenta um hardware tão potente quanto o seu colega de marca.  Por outro lado, ele conta com diferenciais únicos, como tela curva e autorregeneração. Será que vale a pena levar o LG G Flex 2 para casa? Isso é o que você vai descobrir agora nesta superanalise.

LG G Flex 2: especificações

  • Sistema operacional: Android 5.0.1 (com atualização para o 5.1.1)
  • Tela: P-OLED curva de 5,5 polegadas com Gorilla Glass 3
  • Resolução de tela: 1920x1080 pixels
  • Densidade de pixels: 403 ppi
  • Chipset: Qualcomm MSM8995 Snapdragon 810
  • CPU: quad-core Cortex-A53 de 1,5 GHz + quad-core Cortex-A57 de 2 GHz
  • GPU: Adreno 430
  • RAM: 2 GB
  • Armazenamento: 16 GB (expansível com micro SD de até 128 GB)
  • Câmera traseira: 13 megapixels (com foco laser, flash dual-LED e estabilização óptica de imagem)
  • Câmera frontal: 2,1 megapixels
  • Bateria: 3.000 mAh (não removível)
  • Dimensões: 14,9 cm (altura) x 7,53 cm (largura)
  • Espessura: 0,71 cm (no ponto mais fino) - 0,94 cm (no ponto mais grosso)
  • Peso: 152 gramas
  • Preço oficial: R$ 3.299

Design

Em termos visuais, o LG G Flex 2 tem design parecido com o LG G3 e com a geração anterior do G Flex. O primeiro aspecto que chama atenção é o fato de ele ser curvo. Essa característica faz com que ele se adapte melhor ao rosto e até mesmo ao bolso, sendo também bastante anatômico.

A tampa traseira de plástico é removível. Seu acabamento conta com uma espécie de verniz, algo que torna o produto muito susceptível a marcas de impressões digitais. O modelo não é a prova d’água, mas mantém um aspecto interessante. Ele conta com uma tecnologia de autorregeneração, que promete reparar pequenos riscos e arranhões em apenas dez segundos. Esse recurso até ajuda um pouco, mas não abuse, pois ela não faz milagres.

Hardware

Para a realização desta análise, submetemos o Samsung Galaxy S6 Edge a quatro aplicativos de benchmark. São eles: 3D Mark (Ice Storm Unlimited), AnTuTu Benchmark 5, Basemark X e Vellamo Mobile Benchmark (HTML 5 e Metal).

Para efeito de comparação, enfrentaram os mesmos testes os seguintes smartphones: Sony Xperia Z3, Novo Moto X, LG G4, OnePlus One, Moto Maxx, HTC One (M8), Samsung Galaxy S6, Samsung Galaxy Note 4, Apple iPhone 6 e Apple iPhone 6 Plus. O resultado de cada um dos testes, bem como o significado das pontuações, você confere no quadro abaixo. Clique nos nomes para visualizar o teste.

3D Mark (Ice Storm Unlimited)

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs de aparelhos com sistemas diferentes. Desse modo, fatores como resolução do display não afetam o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

  • LG G Flex 2 - 22.048
  • Samsung Galaxy S6 Edge – 22.046
  • Samsung Galaxy S6 – 21.846
  • Samsung Galaxy Note 4 – 19.680
  • Motorola Moto Maxx – 21.238
  • Motorola Novo Moto X – 19.436
  • OnePlus One – 18.996
  • Apple iPhone 6 Plus – 17.846
  • Apple iPhone 6 – 17.493
  • Sony Xperia Z3 – 17.178
  • LG G4 – 18.463

AnTuTu Benchmark 5

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 5 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

  • LG G Flex 2 – 48.099
  • Samsung Galaxy S6 Edge – 69.997
  • Samsung Galaxy S6 – 62.741
  • Samsung Galaxy Note 4 – 48.685
  • Motorola Moto Maxx – 47.137
  • Motorola Novo Moto X – 43.893
  • OnePlus One – 44.603
  • Apple iPhone 6 Plus – 49.807
  • Apple iPhone 6 – 49.118
  • Sony Xperia Z3 – 39.348
  • LG G3 – 48.069

Basemark X

O Basemark X tem como foco principal mensurar a qualidade gráfica dos dispositivos. Baseado na engine Unity 4, o app aplica testes de alta densidade, mostrando qual dos aparelhos se sai melhor na execução de jogos. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

  • LG G Flex 2 – 28.735
  • Samsung Galaxy S6 Edge – 38.612
  • Samsung Galaxy S6 – 38.758
  • Samsung Galaxy Note 4 – 29.372
  • Motorola Moto Maxx – 31.537
  • Motorola Novo Moto X – 25.412
  • OnePlus One – 25.665
  • Sony Xperia Z3 – 24.492
  • LG G4 – 24.921

Vellamo Mobile Benchmark

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes ao aparelho: HTML5 e Metal. No primeiro deles é avaliado o desempenho do celular no acesso direto à internet via browser. Já no teste Metal, o número final indica a performance do processador. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

HTML5

  • LG G Flex 2 – 4.389
  • Samsung Galaxy S6 Edge – 6.642
  • Samsung Galaxy S6 – 5.034
  • Samsung Galaxy Note 4 – 4.679
  • Motorola Moto Maxx – 3.792
  • Motorola Novo Moto X – 3.477
  • OnePlus One – 3.146
  • Sony Xperia Z3 – 2.796
  • LG G3 – 4.227

Metal

  • LG G Flex 2 – 1.901
  • Samsung Galaxy S6 Edge  – 2.638
  • Samsung Galaxy S6 – 2.663
  • Samsung Galaxy Note 4 – 1.846
  • Motorola Moto Maxx – 1.796
  • Motorola Novo Moto X – 1.656
  • OnePlus One – 1.586
  • Sony Xperia Z3 – 1.555
  • LG G4 – 2.314

Desempenho

O LG G Flex 2 é o primeiro celular a contar com o processador Snapdragon 810. Em tese, ele deveria ser o mais rápido do mercado, mas não foi bem isso que os nossos testes mostraram. A usabilidade não foi prejudicada e ele é capaz de rodar qualquer aplicativo disponível na Play Store. Entretanto, percebemos lentidão em alguns momentos, além de uma certa inconsistência de software.

Quando o Snapdragon 810 foi lançado, muito se comentou sobre o fato de ele aquecer demais durante o uso. Em nossos testes, o LG G Flex 2 não esquentou acima da média, o que consideramos positivo. Porém, de alguma forma ficamos a sensação de que o processador não está sendo explorado em seu máximo desempenho.

No Brasil será vendido apenas o modelo com 16 GB de armazenamento e desse espaço apenas 7 GB estão disponíveis. Para amenizar a situação, a LG inclui no pacote um cartão micro SD de 16 GB. A interface de software pouco mudou em relação ao LG G3, mas a sensação que fica é que ela não evoluiu junto com o Android.

Tela

O display de 5,5 polegadas conta com tecnologia P-OLED, uma tela OLED construída com um polímero plástico mais flexível. Para quem se acostumou com a resolução Quad HD do LG G3, voltar à tela Full HD em um top de linha pode parecer um retrocesso. Apesar disso, o resultado em termos de qualidade é satisfatório e a densidade de pixels é alta.

A tela curva se mostra ainda excelente para a exibição de conteúdos multimídia, como filmes e séries. O formato côncavo parece diminuir a incidência direta de reflexos na tela e o resultado final acaba sendo bastante interessante para o consumidor.

Bateria

A capacidade de bateria é a mesma do primeiro modelo do G Flex, mas agora o aparelho conta com um processador mais potente e uma tela com mais definição. Isso impacta em um desempenho de bateria um pouco inferior, mas ainda assim dentro da média dos demais concorrentes.

Em uso normal, dá pra passar o dia todo com o aparelho sem se preocupar com recarga, mas no fim do dia tenha certeza de ter um carregador por perto. Já para uso intenso, pouco menos de seis horas são suficientes para drenar por completo a carga do celular.

Áudio

A LG parece ter dado uma atenção especial ao quesito áudio. O som dos alto-falantes é claro e seu posicionamento se mostra bastante adequado, sendo difícil abafar o som com as mãos. O modelo vem acompanhado ainda pelos fones de ouvido QuadBeat 2, com controle embutido e graves de qualidade.

Câmera

No quesito câmera obtivemos resultados muito parecidos com o do LG G3. Com lente de abertura f/2,4 e estabilização óptica de imagem, o modelo conta com o foco a laser, o que torna o disparo mais rápido. Em ambientes com pouca luminosidade as fotos agradaram bastante, apresentando baixos índices de ruído.

Já a câmera de selfie, com 2,1 megapixels de resolução, se mostra abaixo da média se comparada ao que os tops de linha oferecem na atualidade. Os resultados quebram um galho, mas deixam a sensação aparente de falta de qualidade, com granulações bem evidentes.

Vale a pena?

Embora tecnicamente tenha ótimas configurações, na prática esperávamos um pouco mais do LG G Flex 2. O primeiro modelo a contar com o processador Snapdragon 810 não encanta e deixa a sensação de que o desempenho poderia ser melhor. Ele roda tudo o que está disponível na Play Store, mas há uma certa instabilidade na transição entre apps que não deveria ocorrer em um top de linha.

O alto preço não condiz também com uma câmera de selfie de apenas 2,1 megapixels ou com apenas 7 GB livres para armazenamento. A tela ganhou melhorias e a bateria se saiu razoavelmente bem em nossos testes, mas no final das contas parece não haver uma característica específica que o torne melhor do que os seus concorrentes.

O preço oficial no Brasil é alto demais se levarmos em conta tudo o que ele oferece. A própria LG tem no mercado opções mais interessantes e com melhor custo-benefício.

Em outras palavras, consideramos ainda que investir em um LG G3 ou LG G4 é um melhor negócio do que levar pra casa o LG G Flex 2. No final das contas ele não decepciona, mas deixa a sensação de que o produto poderia ser melhor.

FAQ

Você pergunta e o TecMundo responde

1 - O processador Snapdragon 810 tem problemas de superaquecimento?

Em nossos testes não percebemos problemas de superaquecimento no LG G Flex 2. Entretanto, é sabido que o processador recebeu algo chamado “throttling”, um mecanismo que permite a redução progressiva do poder de processamento para evitar aquecimento. E, nesse caso, percebemos em alguns momentos uma certa instabilidade do sistema.

2 - O fato de ele ser flexível interfere no seu uso?

Na prática não muito. Quando ele é colocado sobre a mesa, com a tela virada para baixo, é possível pressioná-lo até deixar o aparelho reto - e ao soltar ele automaticamente retorna à sua forma original. Apenas isso e nada mais. Por outro lado, seu formato se ajusta melhor ao rosto e ao bolso da calça.

3 - Como a tela dele consegue entortar?

O display do LG G Flex 2 é feito de P-OLED. A letra “P”, nesse caso, é um indicado para “plastic” e, por conta disso, é mais maleável. O modelo conta ainda com a proteção Gorilla Glass 3.

4 - A autorregeneração do aparelho funciona mesmo?

Sim, mas não é por isso que você pode abusar. Riscos leves - aqueles feitos na maioria das vezes de forma acidental - realmente se regeneram. Agora, se você forçar um risco mais forte não vai adiantar nada e ele não vai se regenerar milagrosamente.

5 - O LG G Flex 2 é à prova d’água?

Não, o aparelho não conta com nenhum tipo de certificação que o torne à prova de água, poeira ou respingos de água.

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