Análise: Kindle Fire [vídeo]

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Para bater de frente com o iPad, a Amazon investiu todas as fichas no Kindle Fire, um gadget simples e com um preço bastante acessível. O aparelho roda Android 2.3 Gingerbread totalmente modificado. Ele também conta com display de 7 polegadas e é vendido nos Estados Unidos pela metade do preço do tablet da Maçã. Se você está interessado na economia do Kindle Fire, confira aqui o que o gadget tem de melhor e no que ele deixa a desejar.

Aprovado

Design

Seguindo a proposta inicial do aparelho, o visual do Kindle Fire é bastante simples, sem dezenas botões em sua superfície. Tanto a saída do fone quanto a conexão para recarga e o botão para ligar e desligar ficam na base do aparelho, deixando a parte superior livre para dois alto-falantes. Todos os itens são bastante discretos e fazem o estilo minimalista que é a cara do Kindle.

(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

A traseira emborrachada é bastante resistente e dispensa até mesmo o uso de capas protetoras, o que é uma grande vantagem para quem vive largando o tablet pelos cantos. Isso evita que, mesmo minimamente, as dimensões sejam aumentadas. Outra vantagem é que o Kindle Fire é bastante compacto, o que faz com que seja agradável segurá-lo mesmo com uma só mão.

Android modificado

Para quem não domina o Android, a adaptação feita pela Amazon é, de longe, a melhor opção do mercado no momento. Ele é muito simples e intuitivo, não permitindo qualquer mudança ou personalização além das configurações básicas. O que pode parecer ruim para usuários avançados é exatamente o maior ponto positivo do tablet para quem não é fera em tecnologia.

Um leitor de peso

Como a proposta inicial da linha Kindle era a leitura de e-books, a ferramenta não poderia deixar de ser o maior atrativo do aparelho. Além de ter a opção de ler tanto na horizontal quanto na vertical, o gadget ainda conta com a total modificação de fontes e cores de qualquer livro.

(Fonte da imagem: Divulgação/Amazon)

Basta abrir o menu na base da tela para trocar a fonte, tamanho, espaçamento, margens e até mesmo as cores de fundo e dos textos. O Kindle Fire ainda conta com o modo de leitura noturno, deixando o fundo preto com letras brancas, evitando que o brilho da tela seja incômodo aos olhos.

Preço

O valor de venda do Kindle Fire é com certeza o que mais chama a atenção: ele é vendido por US$ 199, metade do preço do gadget da Apple. Mesmo que as configurações do tablet da Amazon não sejam páreo para o aparelho da Maçã, o preço faz com que o Kindle ganhe muitos pontos na disputa.

Reprovado

Aplicativos? Não no Brasil

(Fonte da imagem: Divulgação/Amazon)

Como o Kindle Fire ainda não chegou oficialmente ao país, os aplicativos da Kindle Store ainda não podem ser baixados no gadget, o que deixa o uso do aparelho muito limitado. Para quem usa o Fire em território norte-americano, centenas de aplicativos do Android Market podem ser baixados, inclusive games e aplicativos de gerenciamento e organização. No entanto, aqui no Brasil você só pode usar seu Kindle para livros ou navegar na web.

Peso

Galaxy Tab ao lado do Kindle Fire (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Embora seja compacto, o tablet da Amazon parece ser muito pesado para o pouco que ele traz. São 413 gramas contra os 380 gramas do Galaxy Tab, também com 7 polegadas. Isso não chega a atrapalhar totalmente o uso dele, mas dá pontos negativos ao Fire.

Tela não tão sensível ao toque

(Fonte da imagem: Divulgação/Amazon)

Além de suportar apenas dois pontos de toque – o que faz com que o aparelho se perca caso você resolva usar três dedos no display –, o Kindle Fire não tem respostas tão boas aos comandos. Ao selecionar um link no navegador, por exemplo, é possível que você tenha que dar mais de um toque até que ele funcione. Entretanto, na hora de mudar as páginas de livros e revistas, o problema não fica tão gritante e a navegação acaba fluindo melhor.

Processamento

Velocidade não é o forte do Kindle Fire. Não se deixe iludir pelos números semelhantes ao do iPad 2: aqui, RAM de 512 MB somada ao CPU dual-core de 1 GHz não faz tanto quanto o tablet da Maçã. Caso seu nível de exigência seja alto, pode se preparar para ficar irritado com a demora nas respostas do aparelho.

Armazenamento

A Amazon promete espaço para mais de 10 mil filmes ou 50 mil livros, o que parece bastante, mas quando você se der conta de que seu gadget vem com apenas 8 GB de memória, poderá ficar bastante frustrado, tendo que se contentar em manter poucos aplicativos instalados nele.

Livros em português? Também não

(Fonte da imagem: Divulgação/Amazon)

Aqui, o problema não é o bloqueio para terras tupiniquins, mas a simples falta de conteúdo traduzido. Como o Kindle Fire não é vendido no Brasil, não existe público o bastante para consumir livros em português, o que faz com que a Kindle Store traga não mais do que 50 obras no idioma.

Vale a pena?

A resposta é simples e direta: não! Enquanto a Amazon não trouxer a loja de aplicativos para o Brasil, o Kindle Fire é um gadget praticamente inútil. Sem os apps, ele se limita à navegação na internet, leitura de PDF e livros sem tradução para o português, em sua grande maioria.

(Fonte da imagem: Divulgação/Amazon)

Analisando somente o aparelho (sem levar em conta funcionalidades não disponíveis no Brasil), o Kindle Fire se mostra como uma boa opção para quem quer comprar o primeiro tablet. Embora tenha alguns problemas com velocidade, respostas ao toque e espaço de armazenamento, o Kindle Fire não pode ser comparado diretamente com iPad, afinal, ele custa metade do preço do gadget da Maçã. Com isso, o custo-benefício do Fire acaba sendo ótimo.

A partir do momento em que a Kindle Store for totalmente liberada para o Brasil, o iPad passa a ter um concorrente de peso e, aí sim, você pode esquecer totalmente a possibilidade de comprar um tablet xing-ling só para economizar.

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