Pix de R$ 1 para Bolsonaro viraliza, mas causa problema na campanha

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Imagem: Rodrigo Paiva/Getty Images

Há alguns dias, apoiadores do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) começaram a divulgar uma ação para incentivar doações via Pix para a campanha. O assunto viralizou nas redes sociais e muita gente tem doado, incluindo quem não apoia o presidente, o que tem causado dor de cabeça nos contadores do partido.

A história começou quando políticos bolsonaristas divulgaram em suas redes o número do Pix para quem quisesse contribuir. A deputada federal Carla Zambelli (PL) foi uma das pessoas que falou sobre o assunto.

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Em vídeo publicado no Twitter, Zambelli chega a desmentir que as doações poderiam ser feitas no valor de R$ 1 para que a campanha soubesse quantas pessoas votariam em Bolsonaro nas eleições. Militantes divulgaram no WhatsApp e outras plataformas que o Pix serviria como uma espécie de “apuração paralela”.

“Na verdade, não é nem por isso que a gente pede a sua doação. A gente pede a doação para ajudar a campanha do presidente porque é uma campanha cara. E a sua contribuição pode fazer a diferença. Eu não digo que a quantidade de Pix será a quantidade de pessoas que vão votar porque obviamente essa informação não vai chegar nos eleitores todos, porque tem gente que vai votar no presidente e não vai contribuir”, esclareceu a parlamentar.

Os dirigentes da campanha do presidente chegaram até mesmo a criar um site dedicado a divulgar os pedidos de doação via transferência instantânea.

O portal ainda informa, por exemplo, regras definidas pela Justiça Eleitoral como o limite de doação de pessoas físicas, que só podem contribuir com campanhas políticas em valores de no máximo até 10% dos rendimentos brutos auferidos no ano-calendário anterior à eleição.

Problema com as doações

Além dos correligionários de Bolsonaro, o tema virou pauta também entre quem não votará no candidato à reeleição. Não se sabe quem informou a situação, mas o fato é que dissidentes do presidente começaram a incentivar doações de R$ 1.

A alegação era que o montante de doações geraria grandes custos contábeis, podendo, eventualmente, causar até a inviabilidade da prestação de contas (que é exigida por Lei).

E, na verdade, as transferências via Pix realmente trouxeram alguns problemas. A situação foi admitida por Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e advogado da campanha de Bolsonaro. Em entrevista à Folha de S.Paulo ele revelou que no primeiro dia já haviam sido feitas mais de 300 mil doações, com valor médio de R$ 2.

A dificuldade é que os extratos de cada doação têm de ser feitos individualmente, gerando uma burocracia para preencher cada. Além disso, o trabalho acaba gerando até mesmo um custo para a campanha maior que os R$ 2 que foram recebidos em média.

"Foi um movimento espontâneo, que surgiu na internet, e que gerou na gente essa preocupação. Tudo isso está de acordo com a lei, claro. Mas como temos o prazo de 72 horas para fazer as prestações de contas parciais, o contador estava um pouco aflito. O volume é muito grande para fazer no braço”, confessou.

Vieira contou que até mesmo o Banco do Brasil – onde a conta Pix da campanha de Bolsonaro está registrada – não está conseguindo rodar os extratos para que os contadores juntassem na prestação de contas.

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