Bert: Google libera novo algoritmo de busca que entende contexto

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A Google começou a liberar ontem (9) o novo algoritmo de busca Bidirectional Encoder Representations from Transformers, chamado carinhosamente de Bert. A novidade promete trazer grandes mudanças para o sistema de pesquisa da empresa, já que a nova tecnologia é treinada para entender o contexto de frases e ir além das palavras-chaves. A funcionalidade já está valendo em mais de 70 versões do Google Search, inclusive no Brasil.

De acordo com a empresa, o objetivo do Bert é aproximar as buscas da linguagem falada, o que aprimora a experiência de uso não apenas ao fazer uma pesquisa digitando, mas também por meio de tecnologias de voz como o Google Assistente. A novidade pode afetar até 20% das consultas feitas dependendo do idioma, segundo Pandu Nayak, vice-presidente de Buscas do Google. No nosso país, a tendência é que uma em cada oito buscas sofram alterações por causa da IA.

Como funciona o Bert

Atualmente, os mecanismos utilizam primordialmente as palavras-chave como fator na hora de entregar resultados: quando o usuário digita um ou mais termos, o algoritmo vasculha a web e entrega sites relevantes que batem com a busca. Esse sistema, porém, pode acabar entregando soluções muito abertas e que talvez não estejam ligadas diretamente com a dúvida do usuário.

Ao invés de priorizar a relevância e palavras-chave, o Bert dá destaque para a busca como um todo. (Fonte: Google/Divulgação)

Com a utilização do Bert, porém, o buscador da empresa consegue contextualizar as palavras-chave e melhorar os resultados de busca para frases. A gigante da web explicou quão grande é a mudança com alguns exemplos: antes, quando o usuário pesquisava "conta no banco" e "banco de praça", o Google entendia o termo "banco" da mesma forma nos dois casos. O sistema, então, entregava resultados específicos lendo o restante da pesquisa e procurando sites relevantes com as palavras-chave utilizadas ("conta" ou "praça").

Agora, o Google Search utiliza as construções "conta no" e "banco de" para dar contexto ao termo "banco", o que permite entregar resultados mais rápidos e certeiros. Para alcançar esse desempenho, a firma treinou o Bert de maneira similar à forma que pessoas são alfabetizadas. A IA foi alimentada com grande quantidade de leitura, incluindo artigos na Wikipedia e livros de romance e ficção, e também fez exercícios em que preenchia lacunas em parágrafos de texto.

Trabalho em andamento

A aproximação do algoritmo com a fala humana promete causar um grande impacto no Google, tanto para negócios quanto para usuários comuns. Afinal, até mesmo preposições, que antes não ganhavam muita atenção nas técnicas de SEO, acabam se destacando ao lado das palavras-chave agora. Como a tecnologia é nova, porém, a empresa disse que ainda vai fazer refinamentos com o passar do tempo, além de lançar o algoritmo para mais produtos futuramente.

“O Bert está ganhando bastante atenção e será possível encontrá-lo em diferentes produtos nos próximos anos", explica Pandu Nayak. "Certamente, ele será importante para ferramentas como o Google Assistant, já que as pessoas estão usando cada vez mais a voz para fazer buscas.”

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