Primeira-ministra critica redes sociais sobre massacre na Nova Zelândia

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Uma das coisas que mais chamou a atenção no episódio do massacre que deixou 50 mortos e dezenas de feridos no ataque terrorista na Nova Zelândia foi a “participação” das redes sociais. Além de serem os meios de comunicação do atirador, que transmitiu a chacina ao vivo durante 17 minutos, foram nessas plataformas e em mensageiros que o vídeo mais se alastrou.

Para Jacinda, gigantes precisam ter maior responsabilidade sobre o conteúdo postado em suas plataformas

Embora o Facebook, a Google, o YouTube e o Twitter tenham demonstrado esforços imediatos para evitar o compartilhamento e o uso dessas imagens, autoridades e usuários se perguntam até que ponto existem ações proativas e qual a razão para a demora no combate ao uso de suas mídias para a promoção de ódio e violência. A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, falou hoje (19) sobre o assunto e não poupou críticas às gigantes da tecnologia.

"Vamos olhar para o papel que a mídia social desempenhou e quais passos podemos dar, inclusive no cenário internacional e em uníssono com os nossos parceiros”, disse. Ela reconheceu que as plataformas, por si só, não foram agentes da tragédia, mas argumentou que desempenharam um papel importante. “Não há dúvida de que ideias e linguagem de divisão e ódio existem há décadas. Mas a forma de distribuição, as ferramentas de organização, são novas.”

Governante quer mudanças

Jacinda Ardern falou em tom de mudanças e fez uma referência ao Communications Decency Act, de 1996, que nasceu para regular a publicação de material pornográfico na web. O artigo 230 caracterizam empresas como Facebook e Twitter como prestadoras de serviço similar a uma empresa — e não como editores. Assim, essas companhias não podem ser responsabilizadas pelos discursos em suas plataformas.

"Não podemos simplesmente sentar e aceitar que essas plataformas simplesmente existam e que o que é dito sobre elas não é responsabilidade do lugar onde elas são publicadas. Elas são o editor, não apenas o carteiro. Não pode ser um caso de todo lucro e nenhuma responsabilidade.”

Provedores de serviços de Internet na Nova Zelândia estão bloqueando alguns sites que não conseguem remover o vídeo terrorista de Christchurch, mas ainda não está claro quais etapas específicas o governo pode tomar para restringir as redes sociais no futuro.

A Sky News, por exemplo, tirou do ar uma afiliada australiana que reproduziu clipes do conteúdo transmitido pelo atirador. Enquanto isso, é de se esperar que o país proíba as armas semi-automáticas nas próximas semanas.

Fontes

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